Fernando Ilharco: "Nem sempre os mais fortes"
Nem sempre ganham os melhores, nem os mais fortes, nem mesmo os mais inteligentes. Golias era um guerreiro, gigante, mas perdeu contra um pequeno pastor. O Porto de José Mourinho que eliminou o Manchester United de Ferguson tinha um orçamento dez vezes inferior ao do clube inglês. No xadrez, os estudos têm mostrado que no topo da competição os melhores jogadores não são os mais inteligentes. Na Ucrânia, as tropas russas, com um poder muito superior ao das ucranianas, têm perdido muitas batalhas. Aliás, nos últimos duzentos anos, quase um terço das guerras entre países muito grandes e países muito pequenos, considerando uma relação de 10 para 1, foi ganho pelos países mais pequenos, refere Arreguín-Toft na obra "How the Weak Win Wars".
Sem esquecer que nos assuntos humanos o acaso tem sempre algum papel, pode dizer-se que no desfecho das guerras, das competições e das contendas, além do poder dos números, é igualmente relevante a liderança, a vontade e determinação, a identidade colectiva, bem como as surpresas tecnológicas e organizacionais. Este último aspecto, muito importante, é aliás bem ilustrado na história de David e Golias.
Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Jornal de Negócios de 8 de abril de 2022.
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