Abel Mateus: "O impacto da (des)globalização e os perigos de uma fragmentação económica a nível global"
A globalização, entendida como a intensificação das redes globais de comércio, investimento e tecnologia, foi o fenómeno mais marcante da economia mundial desde os anos 1980, tendo ultrapassado largamente os níveis da época antes da I Guerra Mundial. Tendo origem na abertura da China e queda da URSS, teve como motores a deslocação da indústria manufatureira dos países desenvolvidos para a Ásia, e em particular, para a China, acompanhada pela densificação das cadeias de valor/produção a nível mundial, ao mesmo tempo que as barreiras aduaneiras e custos de transporte, logística e comunicações registavam uma redução significativa.
A globalização, na medida em que aumentou significativamente as trocas internacionais levou a um aumento elevado do bem-estar a nível mundial, como ensina a teoria tradicional do comércio internacional. Mas também sabemos da teoria que pode haver alterações significativas na distribuição do rendimento: ou seja, pode haver grupos que ganham e outros que perdem. Também tem havido controvérsia em torno dos efeitos que a globalização poderá ter tido sobre o ambiente, trabalho precário e aspetos sociais. Basta recordar as publicações de Bhagwati[1] e Stiglitz nos anos 1980.
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