Católica Porto Business School organizou conferência sobre Geoestratégia e Gestão

O diretor da Católica Porto Business School, João Pinto, e o diretor do MBA Executivo, Luís Marques, abriram o evento que reuniu líderes empresariais, políticos e académicos para debater o impacto das tensões geopolíticas globais nas estratégias das organizações.

O encontro, organizado no âmbito do MBA Executivo, contou com a participação do CEO da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, Pedro Siza Vieira, partner da PLMJ, e gestores de topo como Sandra Santos (CEO da Logoplaste), Pedro Vasconcelos (CEO da EDP Iberia e administrador da EDP) e Pedro Moreira da Silva (CEO da i-charging). 

"Hoje, não vivemos uma época de mudança, mas uma mudança de época", começou por citar Paulo Macedo, recuperando palavras do Papa Francisco para enquadrar o momento que atravessamos - “vivemos o ambiente internacional mais complexo dos últimos 80 anos”. O líder da CGD apresentou dados que ilustram a escalada da incerteza: o índice de incerteza da política comercial atingiu máximos históricos em 2025, impulsionado por conflitos no Médio Oriente, a guerra na Ucrânia e tensões entre grandes potências. 

Paulo Macedo dedicou parte da sua intervenção a fazer um balanço do Relatório Draghi, apresentado há um ano. As recomendações do ex-presidente do Banco Central Europeu apontavam para a necessidade de 1,2 biliões de euros anuais de investimento entre 2025 e 2031, mas a execução tem sido lenta. 

"A velocidade de decisão é insuficiente. Há frustração de cidadãos e empresas perante a lentidão da União Europeia", afirmou Macedo, identificando a burocracia e a falta de escala como obstáculos críticos. O CEO da CGD sublinhou que a Europa precisa de fechar o gap de inovação em tecnologias avançadas como inteligência artificial, cloud computing e cibersegurança, enquanto concretiza a descarbonização. 

Entre as áreas críticas identificadas está a energia, cujos preços elevados ameaçam a competitividade europeia. "A energia é um fator crítico que pode determinar o sucesso ou o fracasso da transição digital", alertou. 

Seguiu-se uma conversa sobre "uma visão política e económica sobre o impacto da geoestratégia em Portugal", moderada por Alberto Castro, docente da Católica Porto Business School, e que contou com a participação de Pedro Siza Vieira, que trouxe a perspetiva jurídica e política das transformações em curso. Para o antigo governante, “nos últimos dez anos, do ponto de vista de inserção económica internacional de Portugal, o parceiro comercial e de investimento que mais cresceu foi os Estados Unidos”, o que faz com que o atual contexto se torne complexo, fruto de todas as alterações que surgem numa base regular do outro lado do Atlântico. 

O segundo painel, dedicado ao "Impacto da geoestratégia na gestão das empresas", reuniu três CEO que partilharam as suas experiências na primeira linha da gestão em tempos turbulentos. Sandra Santos, Pedro Vasconcelos e Pedro Moreira da Silva debateram estratégias corporativas, riscos e oportunidades que a nova ordem geopolítica coloca às organizações portuguesas, num debate moderado por Sofia Salgado, docente da Católica Porto Business School. 

A conferência terminou com um cocktail onde os participantes puderam aprofundar as discussões num ambiente de networking.  O evento reforça o posicionamento da Católica Porto Business School como espaço de reflexão estratégica sobre os grandes desafios contemporâneos, que liga o mundo académico com a realidade empresarial e política, e marca o início, ainda durante o mês de outubro, da 21ª do MBA Executivo, um dos programas de formação para executivos mais prestigiados da Escola. 

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Seg, 06/10/2025