Campanha Solidária de Natal: Conheça a causa de Lisboa
A Universidade Católica Portuguesa organiza novamente uma Campanha Solidária de Natal a nível nacional, até 17 de dezembro. Em Lisboa, a campanha apoia o Balneário Público de Alcântara, no âmbito do projeto de investigação e extensão universitária da Escola de Enfermagem (Lisboa) do Instituto de Ciências da Saúde que, desde 2014, assegura através de docentes, investigadores e estudantes consultas de enfermagem no Balneário Público de Alcântara, junto de população vulnerável.
As pessoas encontram nos Balneários a possibilidade de tomar banho e vestir roupa lavada, aspetos relacionados com a higiene e bem-estar pessoal e social e elementares na intimidade e dignidade humanas. Mas porque se verifica nestes espaços grande escassez de roupa íntima, convidamos toda a comunidade académica neste Natal - sob o lema: “Intimidade e Dignidade” - a oferecer roupa interior, meias, luvas, gorros e cachecóis, para ambos os sexos e todas as idades.
Deixe a sua oferta num dos seguintes locais:
- Edifício Antigo - no átrio principal, junto ao A1
- Edifício Biblioteca Universitária João Paulo II - na Capela, no local assinalado
- Edifício CATÓLICA-LISBON - na receção do 4.º piso
O projeto da Escola de Enfermagem
Os Balneários públicos da cidade de Lisboa são recursos camarários, vocacionados para a população vulnerável e geridos pelas juntas de freguesia. Na sua maioria, tiveram origem nos anos 30 do século XX. Volvidos quase 100 anos da sua existência, importou, para os investigadores da Escola de Enfermagem (Lisboa) que integram o projeto de investigação “Public Bathhouse Nursing”, perceber na atualidade a tipologia dos utilizadores.
Com o objetivo de caracterizar o perfil sócio demográfico e de saúde dos utilizadores do Balneário Público de Alcântara, realizou-se o primeiro estudo em 2013 que concluiu que o utilizador tipo era: homem (78,6%), solteiro (66,2%), na fase ativa (87,5%), a residir em Alcântara (25,5%) e de nacionalidade portuguesa. As condições sanitárias e económicas, a solidão, bem como o facto de viver sem-abrigo (29,7%) pareciam ser os motivos que justificavam então a utilização do BP.
Seguiram-se mais dois Diagnósticos da situação de saúde dos utilizadores, desta vez do Balneário Público de Arroios, em 2018, e em 2020 dos Balneários afetos à junta de Freguesia de Santa Maria Maior, os Balneários Públicos de Alfama e Mouraria. As condições sanitárias e económicas, a solidão e a situação de sem-abrigo continuavam a explicar a utilização daqueles recursos. Com base nas necessidades expressas, a Escola de Enfermagem de Lisboa, da Católica, passou a oferecer, desde 2014, uma consulta de Enfermagem no Balneário Público de Alcântara.
São inquietações dos investigadores relativamente às pessoas em situação de sem-abrigo: as famílias e a vivência da parentalidade, a pobreza, o isolamento social e a situação pandémica da COVID-19.
Saiba mais sobre este projeto no site do Instituto de Ciências da Saúde.