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Mais de 70% dos portugueses têm medo de ir aos hospitais e centros de saúde

As salas de espera vazias tornaram-se um denominador comum a hospitais, centros de saúde e consultórios médicos. Por causa do coronavírus, 74% dos portugueses estão com medo de se deslocar aos serviços de saúde, segundo um inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica. Pior do que isso, 26% dos inquiridos dizem mesmo que, por causa do novo coronavírus, deixaram de recorrer aos serviços médicos.

Esta falta de comparência tanto pode ter sido motivada pelo medo como pelo adiamento de exames, consultas ou intervenções – a terceira e última parte deste inquérito feito para o PÚBLICO e RTP e que se baseia em perguntas feitas a 1700 pessoas, numa amostra representativa da população, entre os dias 6 e 9 de Abril, não escrutina as razões. Mas permite verificar que, entre as pessoas que dizem pertencer a grupos de risco, sobem para 32% os que deixaram de recorrer ao médico.

Esta debandada ocorre na mesma altura em que 23% da população assume que o seu estado geral de saúde física está pior do que antes da crise sanitária as ter fechado em casa. E, ao contrário do que se poderia pensar, não são os mais idosos a declarar sentirem-se pior do que antes. É entre os jovens com idades entre os 18 e os 24 anos que se concentra a maior percentagem (33%) dos que acusam a deterioração do seu estado de saúde. Nos que têm 65 ou mais anos de idade, refira-se, a proporção desce para os 17%.

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Inquérito indica que queda de rendimentos é mais sentida nos que ganham até mil euros mensais

Nas famílias que ganham até 1.000 euros, 43% registaram quebra de rendimentos desde que a covid-19 colocou o país em quarentena, valor que supera a média global de 36,8% destas situações, indica um estudo da Universidade Católica Portuguesa.

De acordo com o estudo, 36,8% dos inquiridos reportou ter registado quebra no rendimento do agregado familiar, seja porque foi colocado em ‘lay-off’, ficou se emprego ou se mantém em atividade, mas a receber menos. Estas médias globais têm por trás realidade diferentes, já que a quebra de rendimentos atingiu mais os agregados que contam com até 1.000 euros mensais, sendo quase 43% os que referiram esta situação.

Já entre os que recebem entre 1.001 e 2.500 euros mensais este problema afetou 32,6% e em relação aos que recebem por mês mais de 2.501 euros, a quebra de rendimentos foi uma realidade para pouco mais de um quinto (23,4%).

Estes resultados levaram Ricardo Reis, Professor na Universidade Católica e que apresentou o estudo durante uma conferência virtual, a assinalar a “discrepância enorme com o que está a acontecer na população” e a classificar esta crise como desigual por estar “a afetar as camadas mais pobres da população”.

Ainda que sejam uma minoria, há 0,6% de pessoas que registaram uma subida dos rendimentos desde que o país entrou em estado de emergência e muitas das atividades económicas foram canceladas total ou parcialmente.

O estudo mostra também que o impacto das medidas de luta contra o surto de covid-19 foi mais sentido entre os empresários em nome individual e trabalhadores por conta própria, onde a quebra de rendimentos chegou a 71,7%. Nos trabalhadores por conta de outrem, este problema atingiu 41,4%.

A quebra de rendimentos afetou também de forma diferentes os setores público e privado, sendo este um problema reportado por 31,3% dos trabalhadores do público e por 52% dos do privado.

A nível regional também se registam diferenças com o Norte a surgir com a maior fatia dos inquiridos (39%) a quem a crise causada pela covid-19 já implicou quebras no rendimento. Seguem-se Lisboa, com 35,9%, e o Centro, com 34,7%.

Estes resultados refletem o facto de também ser nestas regiões que se registam mais casos de ‘lay-off’ ou de pessoas que reportaram estar sem atividade e menores rendimentos. Em termos gerais, foram 13,4% os inquiridos que disseram estar em ‘lay-off’, sendo que em termos regionais, o Norte surge acima desta média, com 17,8% dos inquiridos nesta situação.

Já em relação aos que estão sem trabalhar e tiveram quebra de rendimentos, as repostas globais apontam para um universo de 14,4%, com o Centro a registar 17,7%, o Norte quase 13% e Lisboa 12,5%.

O inquérito permitiu ainda concluir que 6% dos inquiridos estavam em casa sem trabalhar mas sem que isso se tivesse repercutido no seu rendimento. Para Filipe Santos, outros dos oradores da conferência de apresentação do estudo “Covid-19 e os portugueses”, estas pessoas têm quase que uma “obrigação que partilhar o rendimento que conseguiram manter” para com aqueles que “viram a sua vida destroçada por esta crise”, sendo esta uma forma de evitar que a economia tenha um nível de destruição não necessário.

É que, entre as profissões que registam níveis mais elevados de quebra de rendimento estão as relacionadas com o alojamento e restauração e o comércio a retalho, mas também as atividades domésticas, outras atividades de serviços, transportes ou espetáculos.

As medidas de isolamento social levaram a um incremento do teletrabalho, mas entre os inquiridos a maior parte (35,5%) revelou que, em abril, continuou a trabalhar no local habitual, ou seja, sem alterações face ao período pré-covid-19. Já o teletrabalho passou a ser uma realidade para 23,2% dos inquiridos, com a esmagadora maioria (quase 85%) a referir que está a ser uma experiência positiva, em termos de equipamento, ambientais e apoio das empresas.

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Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

Saiba mais aqui.

 

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 21/09/2020

Sondagem mostra que 66% acredita que vem aí mais austeridade

"Este não é um momento para a austeridade." A declaração é de António Costa - de 3 de Julho, logo após a aprovação do Orçamento Suplementar - e é uma entre muitas que o Governo tem feito para afastar a ideia de que, com esta crise, chegarão mais impostos ou cortes na despesa. Mas a mensagem parece não estar a passar. Uma sondagem à população revela que a grande maioria dos inquiridos acredita que nos próximos dois anos a receita da austeridade é certa, com o pessimismo sobre a situação da economia nesse período a pintar um quadro negativo sobre o que os portugueses esperam.

De acordo com o inquérito feito pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa para o PÚBLICO/RTP, 66% do total de pessoas inquiridas (1217), entre os dias 13 e 17 de Julho, acreditam que haverá mais austeridade nos próximos dois anos. Longe da segunda resposta mais dada, em que 24% consideram que será igual.

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Nota: Este artigo faz parte da versão exclusiva para assinantes do Público.

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

Categorias: Investigação Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 19/11/2020

Muda-se a crise, nasce uma nova geração enrascada

“Inevitável é a tua tia.” Foi como se o cartaz anti-austeridade voltasse a estar sobre a nossa cabeça, dez anos depois, quando Paula Gil repete: “Ou se tomam medidas neste momento para o período pós-pandemia, ou é inevitável que as pessoas voltem a sair à rua.”

A precariedade não se fecha numa faixa etária, lembram os organizadores da manifestação que foi mais do que uma geração a reclamar pelo seu futuro e por mais direitos laborais. Mas os jovens continuam sobre-representados nos grupos mais vulneráveis a uma crise que não está a ter um efeito simétrico.

Entre 2019 e 2020, o emprego dos jovens caiu 18,4%, enquanto na população acima dos 45 anos aumentou quase 3%, mostram dados do Instituto Nacional de Estatística. “O declínio no emprego foi mais forte para os mais jovens, os trabalhadores com baixos níveis de educação e os empregados temporários”, aÆrmava-se num artigo publicado, em Janeiro, no Boletim Económico do Banco Central Europeu. O número de pessoas entre os 15 e os Há dez anos, “desempregados, quinhentos-euristas e outros mal remunerados” eram convocados para uma manifestação contra a precariedade, a 12 de Março.

Agora, enfrentam a segunda grande crise nas suas curtas e instáveis carreiras. Mas não estão sozinhos. Geração à Rasca, conheçam os pandemials Renata MonteiroPor novos empregos mais tarde, um outro adjectivo para deÆnir os jovens adultos nascidos entre 1980 e 1995 parece consolidar-se: arriscam-se a ser a nova “geração perdida”. “Somos a geração que está a levar com duas crises profundas, talvez das maiores do século, a acontecerem seguidas em dois momentos cruciais da nossa carreira proÆssional”, recapitula João Labrincha, antes de fazer uma pausa: “Se é que existe carreira para um precário a recibos verdes.” Entrar no mercado de trabalho num momento de crise, com taxas de desemprego mais elevadas, não “tem apenas um impacto passageiro”, alerta Susana Peralta, professora de Economia e colunista do PÚBLICO. 

Quase metade dos jovens entre os 18 e os 24 anos considera que o seu estado de saúde mental se deteriorou durante a pandemia, enquanto, entre os mais velhos (65 ou mais anos), 17% disseram sentir-se pior, segundo um inquérito feito pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o PÚBLICO e para a RTP. “As pessoas nunca levaram muito a sério a forma como me sentia, mas, depois de isto se intensificar, começaram a perceber melhor.

Não há ninguém à minha volta que esteja feliz”, observa Sara Marreiros, a recém-licenciada à procura de emprego com quem falávamos anteriormente. Com o aumento de sintomas e diagnósticos de depressão, ansiedade e stress, a produtividade, o abstencionismo, a falta de motivação ou a pouca disponibilidade para trabalhar em equipa podem dificultar ainda mais a procura de um primeiro emprego ou de uma formação. “A saúde mental é uma das dimensões das vidas das pessoas que têm mais impacto na capacidade de produzir no sentido lato, e no estrito também. Mesmo as que conseguem trabalhar, nunca se é igualmente inovador, criativo”, comenta Susana Peralta, que sublinha a urgência do país em ter jovens produtivos e com perspectivas de futuro (e de presente). Aos 21 anos, uma licenciatura é apenas um aspecto da vida que Abel pôs em suspenso. 

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Nota: O artigo está disponível para subscritores de conteúdo exclusivo do Público.

Isabel Capeloa Gil na Rádio Renascença: Católica | Talento para o Futuro

No passado domingo, dia 5 de março, a Reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Isabel Capeloa Gil, juntou-se à equipa de locução da Rádio Renascença a propósito da 3.ª edição do Católica | Talento para o Futuro, um dia onde 16 faculdades da UCP abrem as suas portas, este ano em formato digital, para dar a conhecer a oferta formativa que a universidade dispõe e que irá decorrer no dia 10 de março das 10h00 às 19h00.

Isabel Capeloa Gil informou que "este ano devido à situação de exceção que vivemos, vamos na mesma organizar o Open Day, mas em formato virtual, com uma plataforma digital que vai permitir que os potenciais candidatos, os seus pais e todas as pessoas que tenham interesse em conhecer os cursos da universidade possam ter contacto com aquilo que são as ofertas, as saídas profissionais e o perfil dos cursos, falando com especialistas de cada uma das 16 faculdades."

A reitora não deixou de indicar a importância do ensino superior na vida do estudante, dizendo que "chegar ao final do ensino secundário e fazer a escolha para aquilo que vai ser a sua formação inicial do ensino superior é importante para os jovens, é um momento de viragem de vida."

Acerca da condicionalidade profissional que a escolha de um curso que antigamente traria, Isabel Capeloa Gil acredita que "hoje em dia o mercado é muito mais flexível, como o tipo de competências que os vários setores exigem e necessitam , resulta muitas vezes de um conjunto de skills que podem ser desenvolvidos a partir de áreas disciplinares muito diferentes e esta primeira escolha de entrar no ensino superior é um primeiro caminho para uma formação que, cada vez mais, se fará ao longo da vida".

A reitora da Universidade deixou o desafio para os estudantes, professores e empresas se inscreverem neste evento de grande interesse, tendo ainda poucos dias para o fazer, no website da UCP ou das suas Faculdades. 

Pode ouvir a emissão completa do programa "Pequenas Grandes Coisas" na Rádio Renascença aqui.

Até ao fim, tudo está aberto para todos. Marcelo receia segunda volta por causa da abstenção

Disse-o duas vezes no mesmo dia: “Basta uma abstenção de 70% para tornar quase inevitável uma segunda volta”. Primeiro no antigo liceu Pedro Nunes, em Lisboa, à tarde, depois no Porto, à noite, conhecida que era a sondagem sobre presidenciais para o PÚBLICO e a RTP.

“Até ao fim, tudo está aberto para todos, está aberta a hipótese de haver uma volta ou duas voltas, e está aberta a hipótese da vitória”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à RTP perto da meia-noite, depois de dar uma entrevista ao Porto Canal.

Era o comentário à perda de cinco pontos percentuais de Dezembro para Janeiro na sondagem da Universidade Católica, pontos que podiam fazer toda a diferença. “Há um mês, mês e meio, havia sondagens que me davam entre 60 e 70% e havia uma entre 58 e 59%, eu recordava que há cinco anos pela mesma altura as sondagens davam-me 62% e eu tive 52%. O Presidente Cavaco na reeleição também tinha tido 62% ou 63% e depois teve 52 ou 53%”, calculou.

Ou seja, se a diferença entre intenções de voto e o dia das eleições é de cerca de 10%, os 63% que hoje tem podem concretizar-se em apenas 53%. O problema é o aumento mais que previsível da abstenção. É aqui que diz pela segunda vez: “Basta elevar a abstenção para isso punir os melhores colocados nas sondagens e é tudo muito relativo. Até ao fim, tudo está aberto para todos”.

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Adiar consultas, ignorar os números, desinfetar "até os cantos das embalagens". A ansiedade na pandemia

A primeira sensação foi de alívio. De repente, as pessoas passaram a ter hábitos idênticos aos dela, desde desinfetar o carrinho das compras, no supermercado, a obrigar terceiros a descalçar os sapatos antes de entrar em casa.

A pandemia legitimou-lhe alguns maneirismos e, da noite para o dia, já não era só ela que torcia o nariz a corrimões de escadas alheias - sentia-se finalmente compreendida. Os cuidados a ter perante um vírus invisível, incluindo o confinamento, vieram "autorizar uma pessoa ansiosa a ficar em casa", diz Catarina Beato.

A blogger, com mais de 70 mil seguidores no Instagram, explica ao Observador que é germofóbica e que já antes da situação pandémica tinha hábitos que, aos olhos de outros, eram excessivos. Se o primeiro confinamento foi de certa forma bem-vindo, a abertura da sociedade no verão passado, com dias marcados por uma maior normalidade, já não foi tão fácil. Catarina e outras pessoas na sua situação "contavam os dias" para o confinamento não acabar. "O nosso drama foi o verão.

Foi uma grande luta para as pessoas que sofrem de ansiedade. Tive de saber andar na rua. Faço parte daquele grupo que nas férias não conseguiu ir a lado nenhum. Estar num hotel ia... gerar imensa ansiedade", garante. A pandemia foi o triunfo do germofóbico, diz ao Observador Isabel Cocheira, psicóloga clínica associada à Associação Portuguesa das Perturbações de Ansiedade (APPA).

A funcionar desde 2019, a chegada da pandemia aumentou a margem de casos de forma significativa, com a psicóloga a recordar a história de uma utente com as mãos em ferida de tanto as desinfetar. "Antes as pessoas faziam pesquisa [de sintomas] no Google, agora isto tomou uma proporção social no sentido em que existem vários alertas. Fala-se constantemente em sintomas como vómitos, diarreia ou febre, o que vem legitimar receios que só existiam antes na esfera individual", explica.

O facto de nos mantermos continuamente alerta durante o dia pode traduzir-se em alterações do sono. "As pessoas estão muito exaustas", assegura Cocheira. Além da pandemia, com a qual convivemos há cerca de um ano, as novas variantes e os hospitais em sobrecarga vêm agravar o sentimento de incerteza.

E, em momentos como estes, a ansiedade pode entrar em cena e originar decisões nem sempre certeiras, como adiar consultas e/ou exames com receio de se ficar infetado - em abril do ano passado, por exemplo, 74% dos portugueses tinham medo de se deslocar aos serviços de saúde, de acordo com um inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica.

Em resposta ao Observador, o Cesop esclarece que não têm informação mais recente sobre o assunto. Em 2020, assegura Cocheira, a APPA recebeu vários pedidos de prescrições de um medicamento em particular, Victan 2mg, que chegou a estar indisponível no mercado. "Assim que entrámos em confinamento, as pessoas começaram a disparar com mensagens no Facebook da APPA a solicitar prescrições". A comercialização do medicamento indicado para ansiedade e sintomas nervosos, que estava indisponível desde julho, foi reposta em outubro de 2020. "As pessoas estão a tentar não ir ao hospital, mas procuram outras vias para chegar aos fármacos, isso pode levantar casos sérios de saúde", comenta ainda Cocheira. 

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Paula Castro: "O poder do invisível na saúde do planeta"

O meu filho mais novo é adolescente e faz anos hoje, dia 5 Junho - desejo que quando atingir a idade da mãe possa festejar neste dia mundial do ambiente o sucesso que a humanidade obteve ao reverter caminhos vertiginosamente perigosos para a nossa sobrevivência como espécie.

No Porto Cuidar do solo é um dever de todos - é dele que vem o nosso sustento e assim a saúde da humanidade depende da saúde do solo. Os solos contribuem com 25% da biodiversidade do planeta, invisível aos nossos olhos, e nele são criados 95% dos alimentos que consumimos.

As suas funções não se esgotam aí - também purificam água, controlam cheias e fixam carbono, contribuindo para a estabilização do clima. Os cientistas têm a responsabilidade de dar a ver o solo a toda a sociedade, de tornar visível o que aparentemente não passa de um suporte físico para plantas, estradas ou cidades.

A FAO (a organização das Nações Unidas dedicada à agricultura e alimentação) calcula que um terço do solo mundial está significativamente degradado. Há estimativas que apontam que a cada ano uma área correspondente à produção de 20 milhões de toneladas de cereais é perdida devido à desertificação.

As causas que nos trouxeram a este estado são múltiplas: monoculturas com pouca ou nenhuma rotação, abuso de agroquímicos de síntese, compactação e impermeabilização agravada pelo crescimento urbano, entre outros. Mas talvez a perda mais insidiosa seja a da biodiversidade escondida - os organismos que fazem a diferença entre um solo vivo, fértil, dinâmico e regenerador, e um pó inerte quiçá recheado de contaminantes.

Desde há duas décadas que investigadores na Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto se dedicam a desenhar soluções baseadas na natureza com vista à regeneração de solos. A biodiversidade do solo é a fonte de inspiração para soluções naturais: desde os biofertilizantes aos bioinoculantes desenvolvemos cocktails de microrganismos que fixam azoto e solubilizam fósforo (nutrientes críticos ao crescimento vegetal) e criam redes de comunicação subterrânea que distribuem água e nutrientes pelas plantas e as protegem de doenças.

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Sondagem da Universidade Católica para a RTP

Se as eleições legislativas fossem hoje, o Partido Socialista seria o vencedor. A sondagem da Universidade Católica para a RTP e Público conclui que Parlamento continuaria a ter uma maioria de área socialista. A sondagem atribui ao PS 38% das intenções de voto, o Partido Social Democrata consegue 28%, o Bloco de Esquerda regista uma descida, consegue 8%. O Chega é o partido que mais sobe, reúne 6% das intenções de voto.

Poderá rever a peça aqui.

CBQF no programa "Mentes Que Brilham" do Porto Canal

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a empresa americana, Amyris, estão atualmente a desenvolver um projeto de produção de adjuvantes para vacinas profiláticas, que têm um papel fundamental na resposta imunitária provocada pelas vacinas incluindo algumas contra SARS-Cov2.

O Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) recebeu Cláudia Fonseca, do programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal para conhecer o projeto, o laboratório e, a equipa que está por detrás do mesmo, entrevistando João Carlos Fernandes da Escola Superior de Biotecnologia.

Assista aqui à reportagem completa no Porto Canal.

AgroGrIN Tech distinguida nos Prémios Empreendedor XXI

A AgroGrIN Tech, criada por investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, foi uma das dez jovens empresas finalistas em Portugal, no âmbito do programa Prémios Empreendedor XXI. Uma iniciativa promovida pela La Caixa em parceria com o Banco BPI Portugal, que contou com a participação de mais de 171 startups/PMEs. No âmbito deste concurso, a Agência Nacional de Inovação distinguiu, através do programa Born from Knowledge (BfK), a AgroGrIN Tech como a empresa portuguesa que mais se destacou em atividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D).

A AgroGrIN Tech, fundada pela investigadora Débora Campos, com o apoio dos investigadores Ricardo García e Ana Vilas-Boas, pretende ser uma referência a nível nacional e internacional, em termos de inovação tecnológica, sustentável e económica para o aproveitamento total dos resíduos gerados pelas industrias de processamento de frutas e vegetais. A aplicação do seu processo patenteado permite produzir novos ingredientes funcionais de alto valor económico através destes resíduos, permitindo a sua reintegração na cadeia alimentar. Além disso, a implementação do processo da AgroGrIN Tech permitirá às empresas a transição para uma economia circular, podendo assim ser económica e ambientalmente sustentáveis.

A startup nasceu do trabalho de investigação científica desenvolvido por Débora Campos durante o seu doutoramento, coordenado pela investigadora Manuela Pintado, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Por esse motivo, a distinção BfK nos Prémios Empreendedor XXI é o reconhecimento pelo elevado impacto da investigação & desenvolvimento no trabalho da AgroGrIN Tech, o pilar base da startup.

A equipa da AgroGrIN Tech explica que esta distinção "é o impulso de que a startup precisava para o seu crescimento e expansão global, uma vez que neste momento se encontra à procura de investimento para acelerar o seu processo de crescimento.”

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 10/05/2021

Projeções da Universidade Católica

A projeção da Universidade Católica para a RTP admite a vitória da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/Aliança/MPT/PPM) à Câmara de Lisboa, com um resultado entre os 32 e os 36 por cento, em empate técnico com o atual presidente da autarquia, Fernando Medina (PS e Livre), que poderá contabilizar entre 31 e 35 por cento dos votos. No Porto não há surpresas: o independente Rui Moreira deverá assegurar a continuidade à frente da Câmara do Porto com uma percentagem de votos entre 39 e 44 por cento. Em Coimbra, José Manuel Silva conquista a autarquia ao PS com alguma margem, enquanto Almada volta a escolher a socialista Inês de Medeiros. Nestas estimativas, prevê-se que Santana Lopes conquiste a Figueira da Foz e, na Amadora, os resultados da projeção apontam para a vitória da atual autarca, Carla Tavares (PS).

Carlos Moedas poderá ser o próximo presidente da Câmara de Lisboa e obter entre seis a oito mandatos. De acordo com a projeção da Universidade Católica para a RTP, o candidato da coligação "Novos Tempos" poderá obter entre 32 e 36 por cento dos votos, enquanto o socialista Fernando Medina fica a um por cento de distância, com entre 31 e 35 por cento dos votos. Também poderá eleger entre seis a oito vereadores.

De acordo com esta estimativa, a coligação "Mais Lisboa", composta pelo PS e pelo Livre, fica longe dos resultados de 2017, quando obteve 42 por cento dos votos.

Carlos Moedas, da coligação "Novos Tempos", que reúne PSD, CDS-PP, Aliança, MPT e PPM, consegue desta forma melhorar os resultados do PSD e do CDS-PP se estes tivessem concorrido juntos em 2017 (30,81 por cento).

Segundo a projeção da Católica para a RTP, a Coligação Democrática Unitária (CDU), liderada por João Ferreira, obtém entre 10 e 13 por cento dos votos, números que ainda não asseguram o segundo vereador.

Ler artigo completo aqui.

Ana Maria Gomes e Manuela Pintado: "Mar Português – uma fonte inesgotável de valor"

“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português”

Mar Português, Fernando Pessoa

Assinala-se na última semana de setembro o Dia Mundial do Mar, uma data criada em 1978 pela Organização Marítima Internacional, agência das Nações Unidas. A data pretende alertar para a importância de um desenvolvimento marítimo seguro e eficiente e da proteção dos mares e dos oceanos, essenciais para a vida no planeta e para a sociedade. A beleza natural, riqueza mineral e centenas de milhares (238 700, Fundação Oceano Azul) de espécies marinhas habitante do mar são elemento de fascínio que exigem proteção e valorização apoiadas no conhecimento científico, e numa economia azul sustentável, circular e inclusiva, alinhado com o Pacto Ecológico Europeu.

É indelével a alma marítima de Portugal que atravessa séculos e serve de inspiração à literatura e cultura portuguesas desde a arte à gastronomia. Com uma linha de costa de cerca de 2500 km, incluindo uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2 (Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030) Portugal goza de um espaço de excelência que conjuga valores naturais únicos com uma grande ocupação humana. A importância da preservação da biodiversidade e da integridade dos ecossistemas e recursos e da prevenção da acidificação e poluição destas zonas, na promoção da qualidade de vida dos cidadãos e nas respetivas economias, implica uma atenção redobrada na sua gestão e desenvolvimento. Urge contribuir para a sua proteção, gestão e conservação alavancando a sustentabilidade das dinâmicas da orla costeira em termos ambiental, económico e social suportadas na tecnologia, conhecimento científico e inovação. Todos os intervenientes são interpelados a agir de forma articulada e colaborativa num modelo multi e interdisciplinar desde as universidades, centros de investigação, indústria, empresas, associações do sector, entidades da Administração Pública e a sociedade civil. São já vários os projetos relevantes neste domínio da multidisciplinaridade, como são o ValorPeixe, o ValorMar e o CVMar+i, com enfoque na valorização de recursos marinhos e seus subprodutos através do desenvolvimento de novos produtos com aplicações na alimentação animal e humana, cosmética, materiais e biomédica, farmacêutica, têxtil ou mesmo agricultura.

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A agricultura e a culinária vão mudar. Gosta de feijão alado?

O que é que a bambara tem? E o que traz de novo o milho-painço? Estarão os europeus prontos para o feijão alado? Todas estas questões deverão ter resposta, dentro de quatro anos, quando o projeto europeu RADIANT der a conhecer os resultados obtidos com o cultivo de 15 grupos de vegetais provenientes de outros continentes ou que, entretanto, caíram em desuso. Os testes começam num grupo de 20 quintas, e deverão expandir-se mais tarde a outras 45, por convite. Estão envolvidas 29 entidades de 12 países. A participação nacional é garantida por duas vias: além da inclusão da Herdade do Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo, e da Quinta Biofontinha, na ilha Terceira, Açores, o RADIANT conta com a coordenação da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

“Mais do que combater a escassez de alimento, o projeto pretende evitar dietas cada vez mais monótonas. A agricultura tem vindo a produzir mais do mesmo. O que pode ter como resultado a perda de qualidade dos solos e de diversidade dos vegetais. A ideia é que estes alimentos sejam produzidos de forma sustentável e com custos acessíveis”, explica Marta Vasconcelos, professora na Escola Superior de Biotecnologia da UCP.

O projeto, que conta com um total de 5,9 milhões de euros de financiamento, não só vai testar o cultivo de vegetais que geralmente não constam nas safras e nos pratos europeus como prevê testes de degustação, inquéritos e rotulagem que enaltece os benefícios nutricionais dos novos vegetais que vierem a ser cultivados. Também está previsto o desenvolvimento de uma app que ajude os agricultores a apurar quais as espécies que melhor se adequam às condições agrícolas e meteorológicas de cada região.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Expresso de 13 de agosto de 2021.

Comissário do Governo Húngaro visita Centro Regional do Porto

A 23 de novembro, o comissário do governo húngaro e presidente do conselho de curadores da Universidade Tokaj-Hegyalja, István Stumpf, esteve no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa no âmbito de uma visita oficial a Portugal. O encontro permitiu abordar os diferentes modelos universitários portugueses, com um enfoque especial nas áreas da viticultura e enologia.

A sessão de boas-vindas foi dirigida por Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, e por Isabel Vasconcelos, Vice-Reitora da Universidade Católica Portuguesa. Seguiu-se uma reunião entre todos os participantes: István Stumpf e os membros da sua delegação - Klára Breuer, diretora internacional da Universidade Nacional de Serviço Público, Tamás Dúzsi, produtor de vinho e especialista em vinhos, e Boglárka Borbély, chefe de secretariado do comissário -, Miklós Halmai, embaixador da Hungria em Portugal; Paula Castro, diretora da Escola Superior de Biotecnologia; Bento Amaral, Service Director do Instituto de Vinhos do Douro e do Porto; e José António Couto, coordenador da Pós-graduação em Enologia da Escola Superior de Biotecnologia.

A visita da delegação a Portugal contempla também encontros a respeito do estudo de modelos universitários, de aspirações e experiências portuguesas no campo do ensino superior. Adicionalmente, os membros da delegação pretendem, também, estreitar relações bilaterais entre Portugal e a Hungria, conversando sobre futuras oportunidades de cooperação.

Centro de Biotecnologia e Química Fina: Celebrar o passado e desafiar o futuro

Os 30 anos do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) mereceram um ano repleto de comemorações. Todas as iniciativas promovidas neste âmbito pretenderam celebrar e reforçar a importância que este Centro de Investigação da Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto ocupa no panorama da investigação nacional e internacional.

Gunter Pauli, autor do livro Blue Economy e considerado o “pai” da Economia Circular, foi o convidado da Conferência de Encerramento das comemorações do 30.º aniversário, que decorreu a 28 de outubro, no Auditório Carvalho Guerra do Centro Regional do Porto, tendo tido, igualmente, transmissão online. Uma sessão que pretendeu celebrar as realizações e as conquistas do CBQF, bem como lançar e desafiar a agenda para o futuro.

Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, começou por “agradecer a todos os que durante 30 anos acreditaram no potencial do CBQF e contribuíram para o seu reconhecimento nacional e internacional.” A Presidente lembrou, também, que “a classificação de excelência, a mais alta distinção atribuída pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, atesta esta qualidade e reconhece uma comunidade empenhada na inovação e na excelência. Toda a comunidade da Católica no Porto se orgulha do CBQF.”

Seguiu-se uma apresentação de Manuela Pintado, diretora do CBQF, sobre aquele que tem sido o percurso do centro de investigação. Manuela Pintado lembrou que o CBQF é “internacionalmente reconhecido nas áreas da biotecnologia, alimentação, ambiente e saúde”, que “é um interveniente ativo na definição de políticas e prioridades de investigação” e que “cria valor com impacto para a economia circular”.

Capacitando a ciência a criar alto valor através de soluções circulares” foi o título da apresentação central desta conferência, proferida por Gunter Pauli, que começou por felicitar “o trabalho do CBQF e de toda a sua equipa”, bem como todo “o trabalho que ainda têm pela frente”.  

Gunter Pauli inspirou a missão do CBQF, referindo que “verdade”, “honestidade”, “transparência” e “capacidade de perdão” são os ingredientes essenciais “que devem ser traduzidos em iniciativas capazes de transformar o mundo”.  

A sessão de encerramento contou ainda com a intervenção de João Rocha, Coordenador do Comité Executivo do Conselho dos Laboratórios Associados.

Com esta conferência, o Centro de Biotecnologia e Química Fina encerrou o ciclo de comemorações que começou a 24 de novembro de 2020, Dia Mundial da Ciência e Dia Nacional da Cultura Científica. A escolha simbólica desta data procurou marcar o começo de um novo ciclo para o Centro de Investigação e Laboratório Associado.

Chegado ao fim deste ciclo de comemorações, resta a certeza de que a missão de produzir conhecimentos inovadores e relevantes em biotecnologia continua. O CBQF manter-se-á focado em ser um centro de investigação de referência nacional e internacional especializado na criação de conhecimentos transferíveis para a indústria e para a sociedade, cumprindo objetivos circulares de bioeconomia.

 

Sondagem: quer captar o voto dos jovens? Aposte nos debates

À pergunta “qual a influência que os debates entre candidatos têm no seu sentido de voto”, 52% dos inquiridos pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica respondem: “Os debates têm confirmado o meu sentido de voto original”.

Na sondagem do CESOP para o PÚBLICO, RTP e Antena 1, há depois 25% que dizem “não ver notícias nem notícias relacionadas com os debates”, 9% que respondem estar agora mais indecisos quanto ao sentido de voto e ainda 5% de entrevistados que assumem ter alterado a respectiva intenção de voto após terem visto os debates.

O quadro relativo a esta pergunta refere ainda uma “nota” que dá conta de que “é entre o eleitorado mais jovem que se encontra maior abertura para alterar sentido de voto em função dos debates”.

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CESOP participa em emissão da noite eleitoral na RTP1

O Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa estará em destaque na emissão da noite eleitoral da RTP1, no dia 30 de janeiro, representado pelo seu diretor, Ricardo Ferreira Reis.

A partir das 18h, o docente da UCP participa na emissão para comentar as projeções realizadas pelo CESOP e a evolução dos resultados em tempo real.

Rita Figueiras, investigadora especializada em comunicação política e docente da FCH, também faz parte do painel de académicos na emissão especial da Antena 1 que vai analisar os resultados, com início às 19h00.

O CESOP divulgará ainda uma última sondagem no dia das eleições legislativas, após ter realizado quatro sondagens para a RTP, Antena 1 e Público, divulgadas nos dias 7, 13, 20 e 27 de janeiro.

Categorias: Centro de Estudos e Sondagens de Opinião

Sexta, 28/01/2022

Entrevista Antena 1

Ricardo Ferreira Reis, Diretor do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa, foi o convidado do programa "Entrevista Antena 1", no dia 26 de janeiro de 2022.

Pode ouvir o comentário de Ricardo Ferreira Reis aqui.

"Diário da Campanha"

Ricardo Ferreira Reis, Diretor do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa, foi um dos convidados do programa "360º", da RTP3, no dia 27 de janeiro de 2022.

Pode ver o comentário de Ricardo Ferreira Reis e Manuel Carvalho, Diretor do Público, na RTP3 aqui, a partir dos 29:04 minutos.

Legislativas 2022. Projeção da Universidade Católica prevê 49 a 54% de abstenção

A abstenção deverá situar-se entre os 49 e os 54 por cento, de acordo com a projeção da Universidade Católica para a RTP. Nas Legislativas de 2019 verificou-se uma abstenção de 51,4 por cento.

Esta estimativa, refere a Católica, “foi calculada com base nos resultados de participação eleitoral às 16h00 divulgados pela Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna às 17h00”.

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Próximos eventos

Mais de 70% dos portugueses têm medo de ir aos hospitais e centros de saúde

As salas de espera vazias tornaram-se um denominador comum a hospitais, centros de saúde e consultórios médicos. Por causa do coronavírus, 74% dos portugueses estão com medo de se deslocar aos serviços de saúde, segundo um inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica. Pior do que isso, 26% dos inquiridos dizem mesmo que, por causa do novo coronavírus, deixaram de recorrer aos serviços médicos.

Esta falta de comparência tanto pode ter sido motivada pelo medo como pelo adiamento de exames, consultas ou intervenções – a terceira e última parte deste inquérito feito para o PÚBLICO e RTP e que se baseia em perguntas feitas a 1700 pessoas, numa amostra representativa da população, entre os dias 6 e 9 de Abril, não escrutina as razões. Mas permite verificar que, entre as pessoas que dizem pertencer a grupos de risco, sobem para 32% os que deixaram de recorrer ao médico.

Esta debandada ocorre na mesma altura em que 23% da população assume que o seu estado geral de saúde física está pior do que antes da crise sanitária as ter fechado em casa. E, ao contrário do que se poderia pensar, não são os mais idosos a declarar sentirem-se pior do que antes. É entre os jovens com idades entre os 18 e os 24 anos que se concentra a maior percentagem (33%) dos que acusam a deterioração do seu estado de saúde. Nos que têm 65 ou mais anos de idade, refira-se, a proporção desce para os 17%.

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Inquérito indica que queda de rendimentos é mais sentida nos que ganham até mil euros mensais

Nas famílias que ganham até 1.000 euros, 43% registaram quebra de rendimentos desde que a covid-19 colocou o país em quarentena, valor que supera a média global de 36,8% destas situações, indica um estudo da Universidade Católica Portuguesa.

De acordo com o estudo, 36,8% dos inquiridos reportou ter registado quebra no rendimento do agregado familiar, seja porque foi colocado em ‘lay-off’, ficou se emprego ou se mantém em atividade, mas a receber menos. Estas médias globais têm por trás realidade diferentes, já que a quebra de rendimentos atingiu mais os agregados que contam com até 1.000 euros mensais, sendo quase 43% os que referiram esta situação.

Já entre os que recebem entre 1.001 e 2.500 euros mensais este problema afetou 32,6% e em relação aos que recebem por mês mais de 2.501 euros, a quebra de rendimentos foi uma realidade para pouco mais de um quinto (23,4%).

Estes resultados levaram Ricardo Reis, Professor na Universidade Católica e que apresentou o estudo durante uma conferência virtual, a assinalar a “discrepância enorme com o que está a acontecer na população” e a classificar esta crise como desigual por estar “a afetar as camadas mais pobres da população”.

Ainda que sejam uma minoria, há 0,6% de pessoas que registaram uma subida dos rendimentos desde que o país entrou em estado de emergência e muitas das atividades económicas foram canceladas total ou parcialmente.

O estudo mostra também que o impacto das medidas de luta contra o surto de covid-19 foi mais sentido entre os empresários em nome individual e trabalhadores por conta própria, onde a quebra de rendimentos chegou a 71,7%. Nos trabalhadores por conta de outrem, este problema atingiu 41,4%.

A quebra de rendimentos afetou também de forma diferentes os setores público e privado, sendo este um problema reportado por 31,3% dos trabalhadores do público e por 52% dos do privado.

A nível regional também se registam diferenças com o Norte a surgir com a maior fatia dos inquiridos (39%) a quem a crise causada pela covid-19 já implicou quebras no rendimento. Seguem-se Lisboa, com 35,9%, e o Centro, com 34,7%.

Estes resultados refletem o facto de também ser nestas regiões que se registam mais casos de ‘lay-off’ ou de pessoas que reportaram estar sem atividade e menores rendimentos. Em termos gerais, foram 13,4% os inquiridos que disseram estar em ‘lay-off’, sendo que em termos regionais, o Norte surge acima desta média, com 17,8% dos inquiridos nesta situação.

Já em relação aos que estão sem trabalhar e tiveram quebra de rendimentos, as repostas globais apontam para um universo de 14,4%, com o Centro a registar 17,7%, o Norte quase 13% e Lisboa 12,5%.

O inquérito permitiu ainda concluir que 6% dos inquiridos estavam em casa sem trabalhar mas sem que isso se tivesse repercutido no seu rendimento. Para Filipe Santos, outros dos oradores da conferência de apresentação do estudo “Covid-19 e os portugueses”, estas pessoas têm quase que uma “obrigação que partilhar o rendimento que conseguiram manter” para com aqueles que “viram a sua vida destroçada por esta crise”, sendo esta uma forma de evitar que a economia tenha um nível de destruição não necessário.

É que, entre as profissões que registam níveis mais elevados de quebra de rendimento estão as relacionadas com o alojamento e restauração e o comércio a retalho, mas também as atividades domésticas, outras atividades de serviços, transportes ou espetáculos.

As medidas de isolamento social levaram a um incremento do teletrabalho, mas entre os inquiridos a maior parte (35,5%) revelou que, em abril, continuou a trabalhar no local habitual, ou seja, sem alterações face ao período pré-covid-19. Já o teletrabalho passou a ser uma realidade para 23,2% dos inquiridos, com a esmagadora maioria (quase 85%) a referir que está a ser uma experiência positiva, em termos de equipamento, ambientais e apoio das empresas.

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Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

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Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 21/09/2020

Sondagem mostra que 66% acredita que vem aí mais austeridade

"Este não é um momento para a austeridade." A declaração é de António Costa - de 3 de Julho, logo após a aprovação do Orçamento Suplementar - e é uma entre muitas que o Governo tem feito para afastar a ideia de que, com esta crise, chegarão mais impostos ou cortes na despesa. Mas a mensagem parece não estar a passar. Uma sondagem à população revela que a grande maioria dos inquiridos acredita que nos próximos dois anos a receita da austeridade é certa, com o pessimismo sobre a situação da economia nesse período a pintar um quadro negativo sobre o que os portugueses esperam.

De acordo com o inquérito feito pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa para o PÚBLICO/RTP, 66% do total de pessoas inquiridas (1217), entre os dias 13 e 17 de Julho, acreditam que haverá mais austeridade nos próximos dois anos. Longe da segunda resposta mais dada, em que 24% consideram que será igual.

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Nota: Este artigo faz parte da versão exclusiva para assinantes do Público.

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

Categorias: Investigação Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 19/11/2020

Adiar consultas, ignorar os números, desinfetar "até os cantos das embalagens". A ansiedade na pandemia

A primeira sensação foi de alívio. De repente, as pessoas passaram a ter hábitos idênticos aos dela, desde desinfetar o carrinho das compras, no supermercado, a obrigar terceiros a descalçar os sapatos antes de entrar em casa.

A pandemia legitimou-lhe alguns maneirismos e, da noite para o dia, já não era só ela que torcia o nariz a corrimões de escadas alheias - sentia-se finalmente compreendida. Os cuidados a ter perante um vírus invisível, incluindo o confinamento, vieram "autorizar uma pessoa ansiosa a ficar em casa", diz Catarina Beato.

A blogger, com mais de 70 mil seguidores no Instagram, explica ao Observador que é germofóbica e que já antes da situação pandémica tinha hábitos que, aos olhos de outros, eram excessivos. Se o primeiro confinamento foi de certa forma bem-vindo, a abertura da sociedade no verão passado, com dias marcados por uma maior normalidade, já não foi tão fácil. Catarina e outras pessoas na sua situação "contavam os dias" para o confinamento não acabar. "O nosso drama foi o verão.

Foi uma grande luta para as pessoas que sofrem de ansiedade. Tive de saber andar na rua. Faço parte daquele grupo que nas férias não conseguiu ir a lado nenhum. Estar num hotel ia... gerar imensa ansiedade", garante. A pandemia foi o triunfo do germofóbico, diz ao Observador Isabel Cocheira, psicóloga clínica associada à Associação Portuguesa das Perturbações de Ansiedade (APPA).

A funcionar desde 2019, a chegada da pandemia aumentou a margem de casos de forma significativa, com a psicóloga a recordar a história de uma utente com as mãos em ferida de tanto as desinfetar. "Antes as pessoas faziam pesquisa [de sintomas] no Google, agora isto tomou uma proporção social no sentido em que existem vários alertas. Fala-se constantemente em sintomas como vómitos, diarreia ou febre, o que vem legitimar receios que só existiam antes na esfera individual", explica.

O facto de nos mantermos continuamente alerta durante o dia pode traduzir-se em alterações do sono. "As pessoas estão muito exaustas", assegura Cocheira. Além da pandemia, com a qual convivemos há cerca de um ano, as novas variantes e os hospitais em sobrecarga vêm agravar o sentimento de incerteza.

E, em momentos como estes, a ansiedade pode entrar em cena e originar decisões nem sempre certeiras, como adiar consultas e/ou exames com receio de se ficar infetado - em abril do ano passado, por exemplo, 74% dos portugueses tinham medo de se deslocar aos serviços de saúde, de acordo com um inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica.

Em resposta ao Observador, o Cesop esclarece que não têm informação mais recente sobre o assunto. Em 2020, assegura Cocheira, a APPA recebeu vários pedidos de prescrições de um medicamento em particular, Victan 2mg, que chegou a estar indisponível no mercado. "Assim que entrámos em confinamento, as pessoas começaram a disparar com mensagens no Facebook da APPA a solicitar prescrições". A comercialização do medicamento indicado para ansiedade e sintomas nervosos, que estava indisponível desde julho, foi reposta em outubro de 2020. "As pessoas estão a tentar não ir ao hospital, mas procuram outras vias para chegar aos fármacos, isso pode levantar casos sérios de saúde", comenta ainda Cocheira. 

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