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Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Manuel Fontaine Campos: "Ensino do Direito em tempos de pandemia - algumas lições"

Os últimos meses de pandemia, por que todos temos passado, foram férteis em adversidades, mas também em oportunidades. Em particular no ensino superior, e como resultado da quarentena, tornou-se impossível a realização de atividades de ensino presencial, e bem assim de muitas atividades de investigação e de serviço à comunidade. Nalgumas universidades, as atividades de ensino foram, com mais ou menos rapidez, transpostas para plataformas online (Zoom, Microsoft Teams, Collaborate Ultra, etc.). É sobre essa experiência, ocorrida na Faculdade de Direito da Universidade Católica, no Porto, e sobre as lições que encerra para o futuro que pretendo aqui falar.

Tendo as aulas presenciais sido suspensas no dia 11 de março, foi com muito trabalho que se conseguiu, logo no dia 13 de março, retomar as aulas em formato online. Naturalmente, uma transposição tão rápida operou-se no pressuposto de que as aulas continuariam a ser lecionadas no mesmo horário e, na verdade, tanto quanto possibilitado pela tecnologia, no mesmo modelo das aulas presenciais. 

Ler artigo completo aqui.

Nota: Para consultar este artigo na íntegra deverá fazer log in no website do Jornal Público.

Maria de Fátima Ribeiro: "Os efeitos da separação entre um clube e a SAD que fundou"

Três perguntas e respostas sobre as dúvidas mais comuns a respeito do regime jurídico das Sociedades Desportivas.

  1. Pode um clube vender a totalidade da sua participação na SAD que fundou? Não é obrigado a ter sempre 10 por cento?
    A Lei das Sociedades Desportivas (LSD) não responde directamente a essa questão, mas a resposta, à luz dos princípios gerais vigentes no nosso ordenamento jurídico e do próprio espírito das normas da LSD interpretadas só pode ser positiva: um clube pode validamente deixar de ser sócio da SAD que tenha constituído pela via da personalização jurídica da sua equipa desportiva, por vários meios, como a declaração da sua insolvência, a deliberação em assembleia geral da sua dissolução, ou a alienação voluntária das acções que nela detenha. Porém, a partir do momento em que a sua participação se torne inferior a 10%, o clube deixa de poder beneficiar do regime de tutela especial que, enquanto sócio dessa SAD, a LSD lhe conferia. Na prática, deixa de ser aplicável a essa SAD, nas relações com o clube, o regime especial previsto para as sociedades constituídas pela personalização jurídica da equipa desportiva.
  2. O que sucede a essa SAD? Mantém direito a competir? Mantém a ligação ao clube fundador ou passa a SAD de raiz?
    A SAD não perde, por essa razão, o direito a participar na competição em que está integrada (o direito a participar em competições foi imperativa e definitivamente transmitido pelo clube à sociedade no momento da constituição desta). E passa, a partir do momento em que a participação do clube fundador se torna inferior a 10% (e só a partir daí) a ser regida, no que respeita às relações com o clube, pelas regras que se aplicam a uma sociedade desportiva constituída de raiz - o mesmo é dizer, deixa de estar sujeita à aplicação das normas da LSD que se destinam à protecção do clube fundador de uma sociedade desportiva constituída pela personalização jurídica da sua equipa.

Ler artigo completo aqui.

Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

Saiba mais aqui.

 

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 21/09/2020

Alumna de Direito distinguida com o Prémio Teresa Rosmaninho – Direitos Humanos, Direitos das Mulheres

De forma a assinalar o dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o trabalho “Reflexões Críticas Acerca do Enquadramento Jurídico-Penal da Prostituição no Ordenamento Jurídico Português”, da alumna da Faculdade de Direito - Escola do Porto, Tatiana Botelho, foi galardoado pela Associação Portuguesa de Mulheres Juristas (APMJ).

Para a ex-mestranda, este reconhecimento constitui “uma prova de reconhecimento do meu esforço e mérito” e admite que é uma honra perceber que a sua tese contribuiu para a investigação dos direitos humanos das mulheres: “Consegui aprofundar e desenvolver conceitos e métodos que permitam moldar o Direito de forma a que este possa ser o utensílio adequado à realização do seu fim último – a justiça.”

Na verdade, a área criminal sempre suscitou o interesse de Tatiana. Assim, um mestrado especializado na área do Direito Criminal foi uma escolha óbvia: “Devido ao meu especial interesse por esta área, mantive-me sempre atenta aos temas que mais controvérsia levantavam no direito criminal e foi, precisamente, numa pesquisa que me confrontei com a prostituição e com as várias e diversas teorias, posições e modelos prostitucionais existentes.”

Após a extensa exploração de temáticas relacionadas com a prostituição e a legislação penal portuguesa nesta área, Tatiana chegou a algumas conclusões: “A evolução das políticas e das leis relativas à prostituição em Portugal culminaram na adoção de um modelo tendencialmente abolicionista onde o exercício da prostituição não constitui um crime mas, não obstante, também não se encontra regulamentado como uma outra qualquer profissão/atividade.”

Ao recordar a sua experiência académica na Escola de Direito, Tatiana destaca alguns fatores que contribuíram para uma experiência única:” O corpo docente de excelência, o desenvolvimento das competências comunicacionais, da prática forense, a interdisciplinaridade e especialização disponibilizados por esta instituição”. De salientar, ainda, a proximidade com os docentes “disponíveis e incansáveis na sua tarefa de transmitir conhecimentos”.

O trabalho de orientação da tese foi conduzido pela docente Sandra Tavares que guiou a escrita e defesa da dissertação de Tatiana com muita satisfação: “Ver agora esse trabalho estar na génese do Prémio Teresa Rosmaninho é algo de que muito me orgulho. Manifesto a minha esperança de que o aprofundamento do conhecimento científico desta temática, essencial aos Direitos Humanos das Mulheres, continue nos anos vindouros.”

Categorias: Faculdade de Direito - Escola do Porto

Quinta, 10/12/2020

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

Categorias: Investigação Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 19/11/2020

História, Atualidade e Futuro: 30 anos a criar valor para a sociedade

Em 1990, pouco mais de duas dezenas de investigadores davam os primeiros passos na descoberta de soluções para os desafios agroalimentares da época. Hoje, os investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa já ultrapassam as duas centenas.

A 24 de novembro de 2020 o CBQF, no Porto, marca o início das celebrações de um percurso de 30 anos a desbravar os caminhos da Ciência.

Ler artigo completo aqui.

Nota: Para consultar este artigo na íntegra deverá fazer log in no website do Público.

Sessão Premium ADN do Jurista: A influência da imprensa e dos social media na desinformação e o efeito nas eleições portuguesas

Com as eleições portuguesas marcadas para janeiro, a Faculdade de Direito - Escola do Porto da Universidade Católica Portuguesa convidou Marina Costa Lobo, cientista política, e o jornalista Paulo Pena para um debate que contou com a presença de mais de cem participantes. Ao longo da conversa discutiu-se a ascensão da extrema-direita no panorama político nacional e o papel da imprensa e dos social media na desinformação dos cidadãos. 

Segundo Paulo Pena, os principais órgãos de comunicação estão a dar ceder mais espaço ao partido Chega e ao presidente André Ventura pela forma como as redações passaram a avaliar o interesse do público.

Agora que os jornais conseguem medir o alcance dos seus conteúdos digitais, acabam por ser favorecidas histórias com mais comentários e partilhas. Uma vez que os discursos populistas de André Ventura acabam por ser amplamente divulgados (mesmo por aqueles que não perfilham das suas ideias), o algoritmo entende que esses assuntos devem ser beneficiados.

O próprio partido Chega organiza-se para difundir a sua mensagem através de contas falsas: “Cada um dos 68 mil apoiantes do Chega pode criar, se quiser, cem contas no Facebook e com isso altera a métrica online e faz com que essa informação que as redações têm seja enviesada.”

Na verdade, toda esta situação já aconteceu nos EUA com Donald Trump, que, em 2016, era um dos piores classificados nas primeiras sondagens das primárias republicanas antes das eleições. No entanto, conseguiu obter 56% do tempo disponível nos meios de comunicação social, por várias razões: “Era capaz de ter uma base de apoiantes, tal como André Ventura tem, e conseguiu dominar a agenda de todo o debate porque os seus adversários usaram as suas declarações para o criticar.”

De acordo com Marina Costa Lobo, também Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a sua presença mediática enquanto comentador para se aproximar do eleitorado, o que teve consequências no seio político:” Agora não há nenhum político que ambicione um lugar de maior relevo que não sinta que tem de ter um lugar cativo como comentador para criar essa ligação.”

Para a cientista política, esta “transformação da política num exercício de mediatismo”, terá implicações: “Poderá surgir uma pessoa que não tem essa base académica, militante ou jornalística, mas apenas essa base mediática.”
 

Recorde a sessão premium onde foi debatido o papel do jornalismo e das redes sociais no panorama eleitoral dos EUA.

Todos estes eventos do programa ADN do Jurista são abertos ao público, sendo sempre abordados temas conexos ao Direito e à literacia política, mediática e europeia. 

Categorias: Faculdade de Direito - Escola do Porto

Seg, 28/12/2020

Paula Castro: "O poder do invisível na saúde do planeta"

O meu filho mais novo é adolescente e faz anos hoje, dia 5 Junho - desejo que quando atingir a idade da mãe possa festejar neste dia mundial do ambiente o sucesso que a humanidade obteve ao reverter caminhos vertiginosamente perigosos para a nossa sobrevivência como espécie.

No Porto Cuidar do solo é um dever de todos - é dele que vem o nosso sustento e assim a saúde da humanidade depende da saúde do solo. Os solos contribuem com 25% da biodiversidade do planeta, invisível aos nossos olhos, e nele são criados 95% dos alimentos que consumimos.

As suas funções não se esgotam aí - também purificam água, controlam cheias e fixam carbono, contribuindo para a estabilização do clima. Os cientistas têm a responsabilidade de dar a ver o solo a toda a sociedade, de tornar visível o que aparentemente não passa de um suporte físico para plantas, estradas ou cidades.

A FAO (a organização das Nações Unidas dedicada à agricultura e alimentação) calcula que um terço do solo mundial está significativamente degradado. Há estimativas que apontam que a cada ano uma área correspondente à produção de 20 milhões de toneladas de cereais é perdida devido à desertificação.

As causas que nos trouxeram a este estado são múltiplas: monoculturas com pouca ou nenhuma rotação, abuso de agroquímicos de síntese, compactação e impermeabilização agravada pelo crescimento urbano, entre outros. Mas talvez a perda mais insidiosa seja a da biodiversidade escondida - os organismos que fazem a diferença entre um solo vivo, fértil, dinâmico e regenerador, e um pó inerte quiçá recheado de contaminantes.

Desde há duas décadas que investigadores na Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto se dedicam a desenhar soluções baseadas na natureza com vista à regeneração de solos. A biodiversidade do solo é a fonte de inspiração para soluções naturais: desde os biofertilizantes aos bioinoculantes desenvolvemos cocktails de microrganismos que fixam azoto e solubilizam fósforo (nutrientes críticos ao crescimento vegetal) e criam redes de comunicação subterrânea que distribuem água e nutrientes pelas plantas e as protegem de doenças.

Ler artigo completo aqui.

CBQF no programa "Mentes Que Brilham" do Porto Canal

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a empresa americana, Amyris, estão atualmente a desenvolver um projeto de produção de adjuvantes para vacinas profiláticas, que têm um papel fundamental na resposta imunitária provocada pelas vacinas incluindo algumas contra SARS-Cov2.

O Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) recebeu Cláudia Fonseca, do programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal para conhecer o projeto, o laboratório e, a equipa que está por detrás do mesmo, entrevistando João Carlos Fernandes da Escola Superior de Biotecnologia.

Assista aqui à reportagem completa no Porto Canal.

AgroGrIN Tech distinguida nos Prémios Empreendedor XXI

A AgroGrIN Tech, criada por investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, foi uma das dez jovens empresas finalistas em Portugal, no âmbito do programa Prémios Empreendedor XXI. Uma iniciativa promovida pela La Caixa em parceria com o Banco BPI Portugal, que contou com a participação de mais de 171 startups/PMEs. No âmbito deste concurso, a Agência Nacional de Inovação distinguiu, através do programa Born from Knowledge (BfK), a AgroGrIN Tech como a empresa portuguesa que mais se destacou em atividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D).

A AgroGrIN Tech, fundada pela investigadora Débora Campos, com o apoio dos investigadores Ricardo García e Ana Vilas-Boas, pretende ser uma referência a nível nacional e internacional, em termos de inovação tecnológica, sustentável e económica para o aproveitamento total dos resíduos gerados pelas industrias de processamento de frutas e vegetais. A aplicação do seu processo patenteado permite produzir novos ingredientes funcionais de alto valor económico através destes resíduos, permitindo a sua reintegração na cadeia alimentar. Além disso, a implementação do processo da AgroGrIN Tech permitirá às empresas a transição para uma economia circular, podendo assim ser económica e ambientalmente sustentáveis.

A startup nasceu do trabalho de investigação científica desenvolvido por Débora Campos durante o seu doutoramento, coordenado pela investigadora Manuela Pintado, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Por esse motivo, a distinção BfK nos Prémios Empreendedor XXI é o reconhecimento pelo elevado impacto da investigação & desenvolvimento no trabalho da AgroGrIN Tech, o pilar base da startup.

A equipa da AgroGrIN Tech explica que esta distinção "é o impulso de que a startup precisava para o seu crescimento e expansão global, uma vez que neste momento se encontra à procura de investimento para acelerar o seu processo de crescimento.”

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 10/05/2021

A agricultura e a culinária vão mudar. Gosta de feijão alado?

O que é que a bambara tem? E o que traz de novo o milho-painço? Estarão os europeus prontos para o feijão alado? Todas estas questões deverão ter resposta, dentro de quatro anos, quando o projeto europeu RADIANT der a conhecer os resultados obtidos com o cultivo de 15 grupos de vegetais provenientes de outros continentes ou que, entretanto, caíram em desuso. Os testes começam num grupo de 20 quintas, e deverão expandir-se mais tarde a outras 45, por convite. Estão envolvidas 29 entidades de 12 países. A participação nacional é garantida por duas vias: além da inclusão da Herdade do Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo, e da Quinta Biofontinha, na ilha Terceira, Açores, o RADIANT conta com a coordenação da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

“Mais do que combater a escassez de alimento, o projeto pretende evitar dietas cada vez mais monótonas. A agricultura tem vindo a produzir mais do mesmo. O que pode ter como resultado a perda de qualidade dos solos e de diversidade dos vegetais. A ideia é que estes alimentos sejam produzidos de forma sustentável e com custos acessíveis”, explica Marta Vasconcelos, professora na Escola Superior de Biotecnologia da UCP.

O projeto, que conta com um total de 5,9 milhões de euros de financiamento, não só vai testar o cultivo de vegetais que geralmente não constam nas safras e nos pratos europeus como prevê testes de degustação, inquéritos e rotulagem que enaltece os benefícios nutricionais dos novos vegetais que vierem a ser cultivados. Também está previsto o desenvolvimento de uma app que ajude os agricultores a apurar quais as espécies que melhor se adequam às condições agrícolas e meteorológicas de cada região.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Expresso de 13 de agosto de 2021.

Henrique Bettencourt, alumnus da Faculdade de Direito - Escola do Porto, recebe Prémio Miguel Poiares Maduro 2020

O Prémio Professor Miguel Poiares Maduro 2020, entregue anualmente ao licenciado que apresente o melhor trabalho escrito no âmbito do seminário Global Constitutional Law, foi atribuído ao alumnus Henrique Bettencourt.

Além da entrega do prémio, Miguel Poiares Maduro, docente convidado na Faculdade de Direito - Escola do Porto também foi o orador da palestra “Democracia em Tempos de Pandemia”.

A sessão decorreu em formato híbrido, sendo presencial para estudantes da Escola do Porto da Faculdade de Direito e com transmissão streaming para público externo.


Em conversa com Henrique Bettencourt, o vencedor deste prémio:

Em que se consistiu o seu trabalho?

O meu trabalho consistiu em analisar a ligação entre as alterações climáticas e os direitos humanos que, já nos dias de hoje, estão a ser afetados pelas mesmas. Seguidamente, é feita uma análise ao Constitucionalismo Global Ambiental para perceber se será uma boa ferramenta para combater este flagelo.

Hoje, mais do que nunca, é necessário tomar consciência do grande perigo que as alterações climáticas representam. Os Direitos Humanos de cada um de nós estão em grande risco, pelo que é necessário agir, o mais rápido possível, para preservar os já referidos direitos humanos. Concluiu-se, através da pesquisa efetuada, que o Constitucionalismo Global Ambiental se poderá revelar uma ferramenta eficaz para combater as alterações climáticas. A primeira coisa que devemos reconhecer é que as alterações climáticas não são um problema apenas para alguns países ou regiões. Considerando o impacto mundial, não há cenários em que a menção “global” no Constitucionalismo Global faça mais sentido. Assim, esta disciplina, ao fomentar a cooperação mundial neste quesito, poderá ser uma das soluções para o problema em análise.


Como recorda a sua licenciatura em Direito?
Ao recordar a minha licenciatura em direito, a primeira palavra que me ocorre é nostalgia. Foi um período, acima de tudo, feliz e muito importante para o meu desenvolvimento pessoal, onde cresci em todos os níveis. Obviamente que a componente académica é de extrema importância, mas também terei que destacar todas as experiências extra-académicas que vivi mas que foram proporcionadas pela minha licenciatura, nomeadamente as amizades que lá fiz.

Saiba mais aqui.

Categorias: Faculdade de Direito - Escola do Porto

Quarta, 07/07/2021

Ana Maria Gomes e Manuela Pintado: "Mar Português – uma fonte inesgotável de valor"

“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português”

Mar Português, Fernando Pessoa

Assinala-se na última semana de setembro o Dia Mundial do Mar, uma data criada em 1978 pela Organização Marítima Internacional, agência das Nações Unidas. A data pretende alertar para a importância de um desenvolvimento marítimo seguro e eficiente e da proteção dos mares e dos oceanos, essenciais para a vida no planeta e para a sociedade. A beleza natural, riqueza mineral e centenas de milhares (238 700, Fundação Oceano Azul) de espécies marinhas habitante do mar são elemento de fascínio que exigem proteção e valorização apoiadas no conhecimento científico, e numa economia azul sustentável, circular e inclusiva, alinhado com o Pacto Ecológico Europeu.

É indelével a alma marítima de Portugal que atravessa séculos e serve de inspiração à literatura e cultura portuguesas desde a arte à gastronomia. Com uma linha de costa de cerca de 2500 km, incluindo uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2 (Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030) Portugal goza de um espaço de excelência que conjuga valores naturais únicos com uma grande ocupação humana. A importância da preservação da biodiversidade e da integridade dos ecossistemas e recursos e da prevenção da acidificação e poluição destas zonas, na promoção da qualidade de vida dos cidadãos e nas respetivas economias, implica uma atenção redobrada na sua gestão e desenvolvimento. Urge contribuir para a sua proteção, gestão e conservação alavancando a sustentabilidade das dinâmicas da orla costeira em termos ambiental, económico e social suportadas na tecnologia, conhecimento científico e inovação. Todos os intervenientes são interpelados a agir de forma articulada e colaborativa num modelo multi e interdisciplinar desde as universidades, centros de investigação, indústria, empresas, associações do sector, entidades da Administração Pública e a sociedade civil. São já vários os projetos relevantes neste domínio da multidisciplinaridade, como são o ValorPeixe, o ValorMar e o CVMar+i, com enfoque na valorização de recursos marinhos e seus subprodutos através do desenvolvimento de novos produtos com aplicações na alimentação animal e humana, cosmética, materiais e biomédica, farmacêutica, têxtil ou mesmo agricultura.

Ler artigo completo aqui.

Centro de Biotecnologia e Química Fina: Celebrar o passado e desafiar o futuro

Os 30 anos do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) mereceram um ano repleto de comemorações. Todas as iniciativas promovidas neste âmbito pretenderam celebrar e reforçar a importância que este Centro de Investigação da Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto ocupa no panorama da investigação nacional e internacional.

Gunter Pauli, autor do livro Blue Economy e considerado o “pai” da Economia Circular, foi o convidado da Conferência de Encerramento das comemorações do 30.º aniversário, que decorreu a 28 de outubro, no Auditório Carvalho Guerra do Centro Regional do Porto, tendo tido, igualmente, transmissão online. Uma sessão que pretendeu celebrar as realizações e as conquistas do CBQF, bem como lançar e desafiar a agenda para o futuro.

Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, começou por “agradecer a todos os que durante 30 anos acreditaram no potencial do CBQF e contribuíram para o seu reconhecimento nacional e internacional.” A Presidente lembrou, também, que “a classificação de excelência, a mais alta distinção atribuída pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, atesta esta qualidade e reconhece uma comunidade empenhada na inovação e na excelência. Toda a comunidade da Católica no Porto se orgulha do CBQF.”

Seguiu-se uma apresentação de Manuela Pintado, diretora do CBQF, sobre aquele que tem sido o percurso do centro de investigação. Manuela Pintado lembrou que o CBQF é “internacionalmente reconhecido nas áreas da biotecnologia, alimentação, ambiente e saúde”, que “é um interveniente ativo na definição de políticas e prioridades de investigação” e que “cria valor com impacto para a economia circular”.

Capacitando a ciência a criar alto valor através de soluções circulares” foi o título da apresentação central desta conferência, proferida por Gunter Pauli, que começou por felicitar “o trabalho do CBQF e de toda a sua equipa”, bem como todo “o trabalho que ainda têm pela frente”.  

Gunter Pauli inspirou a missão do CBQF, referindo que “verdade”, “honestidade”, “transparência” e “capacidade de perdão” são os ingredientes essenciais “que devem ser traduzidos em iniciativas capazes de transformar o mundo”.  

A sessão de encerramento contou ainda com a intervenção de João Rocha, Coordenador do Comité Executivo do Conselho dos Laboratórios Associados.

Com esta conferência, o Centro de Biotecnologia e Química Fina encerrou o ciclo de comemorações que começou a 24 de novembro de 2020, Dia Mundial da Ciência e Dia Nacional da Cultura Científica. A escolha simbólica desta data procurou marcar o começo de um novo ciclo para o Centro de Investigação e Laboratório Associado.

Chegado ao fim deste ciclo de comemorações, resta a certeza de que a missão de produzir conhecimentos inovadores e relevantes em biotecnologia continua. O CBQF manter-se-á focado em ser um centro de investigação de referência nacional e internacional especializado na criação de conhecimentos transferíveis para a indústria e para a sociedade, cumprindo objetivos circulares de bioeconomia.

 

Comissário do Governo Húngaro visita Centro Regional do Porto

A 23 de novembro, o comissário do governo húngaro e presidente do conselho de curadores da Universidade Tokaj-Hegyalja, István Stumpf, esteve no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa no âmbito de uma visita oficial a Portugal. O encontro permitiu abordar os diferentes modelos universitários portugueses, com um enfoque especial nas áreas da viticultura e enologia.

A sessão de boas-vindas foi dirigida por Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, e por Isabel Vasconcelos, Vice-Reitora da Universidade Católica Portuguesa. Seguiu-se uma reunião entre todos os participantes: István Stumpf e os membros da sua delegação - Klára Breuer, diretora internacional da Universidade Nacional de Serviço Público, Tamás Dúzsi, produtor de vinho e especialista em vinhos, e Boglárka Borbély, chefe de secretariado do comissário -, Miklós Halmai, embaixador da Hungria em Portugal; Paula Castro, diretora da Escola Superior de Biotecnologia; Bento Amaral, Service Director do Instituto de Vinhos do Douro e do Porto; e José António Couto, coordenador da Pós-graduação em Enologia da Escola Superior de Biotecnologia.

A visita da delegação a Portugal contempla também encontros a respeito do estudo de modelos universitários, de aspirações e experiências portuguesas no campo do ensino superior. Adicionalmente, os membros da delegação pretendem, também, estreitar relações bilaterais entre Portugal e a Hungria, conversando sobre futuras oportunidades de cooperação.

Conferência assinala Dia internacional do combate à violência contra as mulheres

A Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa – Polo do Porto realiza hoje uma conferência online para assinalar o Dia Internacional do Combate à Violência contra as mulheres, a partir das 18h00.

Uma nota enviada à Agência ECCLESIA informa que este evento comemorativo conta com quatro oradores com “diferentes perspetivas” sobre a proteção da vítima de violência doméstica.

A Faculdade de Direito da UCP – Polo do Porto – explica que a conferência conta com as reflexões da juíza Beatriz Pacheco, mestre pela Escola do Porto desta faculdade, vencedora do prémio Teresa Rosmaninho; Luciana Couto, agente da PSP, que trabalha desde 2014 no gabinete de atendimento e informação a vítimas de violência doméstica.

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Projeto de investigação permite detetar doença de Alzheimer numa fase precoce

Um projeto de investigação liderado pela Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, no domínio da Inteligência Artificial, pode revolucionar o diagnóstico da doença de Alzheimer, mesmo quando ainda não existem sintomas.

Desenvolvido em colaboração com o Hospital de São João, no Porto, as faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Bragança, este projeto surge num contexto em que a OMS estima que existam 35,6 milhões de pessoas com doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a duplicar até 2030 e a triplicar até 2050.

A tecnologia Neuro SDR foi testada em 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João, no Porto. Pedro Miguel Rodrigues, investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia (CBQF/ESB/UCP), explica “criamos um algoritmo que utiliza como fonte de informação 19 elétrodos que captam tensões elétricas que, num adulto, variam entre 30 e 50 milivolts, num espaço temporal de 30 e 45 minutos.” Os elétrodos estão numa touca que é colocada pelo médico ao utente. Essa touca está ligada a uma interface que pode ser acedida através de computador, que capta a informação e no espaço de cerca de 5 segundos a torna visível no ecrã.

Pedro Miguel Rodrigues refere que “um diagnóstico precoce abre portas para melhores resultados ao nível das terapias, mas também constitui um poderoso auxiliar em questões relacionadas com a salvaguarda da integridade pessoal e financeira dos portadores de Alzheimer, assim como em assuntos relacionados com profissões de risco e cartas de condução, por exemplo.”

Este projeto conta com mais de seis anos de desenvolvimento, permitindo contornar a difícil deteção desta patologia, aperfeiçoar algoritmos e desvendar o desenvolvimento da doença em diagnósticos primeiramente inconclusivos. “A solução criada incorpora um algoritmo de inteligência artificial com uma capacidade de precisão de diagnóstico a rondar os 98% para casos assintomáticos e/ou precoces da doença. E, por conseguinte, estamos numa fase em que precisamos de parceiros para conseguirmos que o protótipo saia do laboratório e possa ser disponibilizado em larga escala,” conclui Pedro Miguel Rodrigues.

Alguns dos resultados deste projeto podem ser consultados “Lacsogram: A New EEG Tool to Diagnose: Alzheimer’s Disease”, publicado recentemente na revista IEEE Journal of Biomedical and Health Informatics.

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Quinta, 10/02/2022

Diagnóstico da COVID-19 em saliva, desenvolvido por Laboratório da Católica, publicado na revista científica PLOS ONE

SalivaTec, laboratório de referência em Portugal para o diagnóstico em saliva, publica na revista científica PLOS ONE, resultados da otimização dos testes à COVID-19 em amostras de saliva.

O novo método desenvolvido pelo laboratório SalivaTec, do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), da Universidade Católica Portuguesa, foi aplicado a mais de 5000 amostras da população de Viseu, que incluiu funcionários da Câmara Municipal de Viseu, dirigentes, treinadores e jogadores das seleções portuguesas de futebol, assim como praticantes de clubes e do desporto jovem.

A utilização da saliva permite a colheita rápida e indolor das amostras, o que torna o método adequado principalmente para a testagem em larga escala, necessária para despistar rapidamente casos de infeção, numa altura em que a incidência é crescente.

Nuno Rosa, investigador do SalivaTec (CIIS) e líder do projeto, explica que este é um desenvolvimento importante para o rastreio da COVID-19. “A saliva já é vista como amostra biológica adequada para detetar o vírus, mas normalmente é associada a uma sensibilidade inferior ao do teste feito com zaragatoa e PCR. O método que descrevemos permite a deteção mais rápida que o teste com zaragatoa mantendo a mesma sensibilidade. Os nossos dados mostram uma economia de até 90% dos custos da análise por PCR de amostras colhidas com zaragatoa.”

O método agora publicado na revista PLOS ONE representa um avanço significativo no controlo da COVID-19, por permitir a realização de testes na comunidade, de modo simples, a baixo custo e possibilitando assim facilmente escalar o número de rastreios diários.

A diretora do CIIS-UCP, Marlene Barros, refere ainda que estes testes “não são intrusivos” e, por isso, “ideais para testar crianças e seniores”. Adicionalmente, o custo associado ao pessoal especializado necessário para a colheita adequada das amostras é eliminado. “É feita uma auto-colheita de saliva, que pode ser realizada seguindo as nossas recomendações, no conforto do lar”, acrescentando ainda que “mais do que um avanço científico, esta é uma maneira de agradecermos à comunidade onde estamos inseridos”.

 

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Próximos eventos

Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Manuel Fontaine Campos: "Ensino do Direito em tempos de pandemia - algumas lições"

Os últimos meses de pandemia, por que todos temos passado, foram férteis em adversidades, mas também em oportunidades. Em particular no ensino superior, e como resultado da quarentena, tornou-se impossível a realização de atividades de ensino presencial, e bem assim de muitas atividades de investigação e de serviço à comunidade. Nalgumas universidades, as atividades de ensino foram, com mais ou menos rapidez, transpostas para plataformas online (Zoom, Microsoft Teams, Collaborate Ultra, etc.). É sobre essa experiência, ocorrida na Faculdade de Direito da Universidade Católica, no Porto, e sobre as lições que encerra para o futuro que pretendo aqui falar.

Tendo as aulas presenciais sido suspensas no dia 11 de março, foi com muito trabalho que se conseguiu, logo no dia 13 de março, retomar as aulas em formato online. Naturalmente, uma transposição tão rápida operou-se no pressuposto de que as aulas continuariam a ser lecionadas no mesmo horário e, na verdade, tanto quanto possibilitado pela tecnologia, no mesmo modelo das aulas presenciais. 

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Nota: Para consultar este artigo na íntegra deverá fazer log in no website do Jornal Público.

Maria de Fátima Ribeiro: "Os efeitos da separação entre um clube e a SAD que fundou"

Três perguntas e respostas sobre as dúvidas mais comuns a respeito do regime jurídico das Sociedades Desportivas.

  1. Pode um clube vender a totalidade da sua participação na SAD que fundou? Não é obrigado a ter sempre 10 por cento?
    A Lei das Sociedades Desportivas (LSD) não responde directamente a essa questão, mas a resposta, à luz dos princípios gerais vigentes no nosso ordenamento jurídico e do próprio espírito das normas da LSD interpretadas só pode ser positiva: um clube pode validamente deixar de ser sócio da SAD que tenha constituído pela via da personalização jurídica da sua equipa desportiva, por vários meios, como a declaração da sua insolvência, a deliberação em assembleia geral da sua dissolução, ou a alienação voluntária das acções que nela detenha. Porém, a partir do momento em que a sua participação se torne inferior a 10%, o clube deixa de poder beneficiar do regime de tutela especial que, enquanto sócio dessa SAD, a LSD lhe conferia. Na prática, deixa de ser aplicável a essa SAD, nas relações com o clube, o regime especial previsto para as sociedades constituídas pela personalização jurídica da equipa desportiva.
  2. O que sucede a essa SAD? Mantém direito a competir? Mantém a ligação ao clube fundador ou passa a SAD de raiz?
    A SAD não perde, por essa razão, o direito a participar na competição em que está integrada (o direito a participar em competições foi imperativa e definitivamente transmitido pelo clube à sociedade no momento da constituição desta). E passa, a partir do momento em que a participação do clube fundador se torna inferior a 10% (e só a partir daí) a ser regida, no que respeita às relações com o clube, pelas regras que se aplicam a uma sociedade desportiva constituída de raiz - o mesmo é dizer, deixa de estar sujeita à aplicação das normas da LSD que se destinam à protecção do clube fundador de uma sociedade desportiva constituída pela personalização jurídica da sua equipa.

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Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

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Seg, 21/09/2020

Alumna de Direito distinguida com o Prémio Teresa Rosmaninho – Direitos Humanos, Direitos das Mulheres

De forma a assinalar o dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o trabalho “Reflexões Críticas Acerca do Enquadramento Jurídico-Penal da Prostituição no Ordenamento Jurídico Português”, da alumna da Faculdade de Direito - Escola do Porto, Tatiana Botelho, foi galardoado pela Associação Portuguesa de Mulheres Juristas (APMJ).

Para a ex-mestranda, este reconhecimento constitui “uma prova de reconhecimento do meu esforço e mérito” e admite que é uma honra perceber que a sua tese contribuiu para a investigação dos direitos humanos das mulheres: “Consegui aprofundar e desenvolver conceitos e métodos que permitam moldar o Direito de forma a que este possa ser o utensílio adequado à realização do seu fim último – a justiça.”

Na verdade, a área criminal sempre suscitou o interesse de Tatiana. Assim, um mestrado especializado na área do Direito Criminal foi uma escolha óbvia: “Devido ao meu especial interesse por esta área, mantive-me sempre atenta aos temas que mais controvérsia levantavam no direito criminal e foi, precisamente, numa pesquisa que me confrontei com a prostituição e com as várias e diversas teorias, posições e modelos prostitucionais existentes.”

Após a extensa exploração de temáticas relacionadas com a prostituição e a legislação penal portuguesa nesta área, Tatiana chegou a algumas conclusões: “A evolução das políticas e das leis relativas à prostituição em Portugal culminaram na adoção de um modelo tendencialmente abolicionista onde o exercício da prostituição não constitui um crime mas, não obstante, também não se encontra regulamentado como uma outra qualquer profissão/atividade.”

Ao recordar a sua experiência académica na Escola de Direito, Tatiana destaca alguns fatores que contribuíram para uma experiência única:” O corpo docente de excelência, o desenvolvimento das competências comunicacionais, da prática forense, a interdisciplinaridade e especialização disponibilizados por esta instituição”. De salientar, ainda, a proximidade com os docentes “disponíveis e incansáveis na sua tarefa de transmitir conhecimentos”.

O trabalho de orientação da tese foi conduzido pela docente Sandra Tavares que guiou a escrita e defesa da dissertação de Tatiana com muita satisfação: “Ver agora esse trabalho estar na génese do Prémio Teresa Rosmaninho é algo de que muito me orgulho. Manifesto a minha esperança de que o aprofundamento do conhecimento científico desta temática, essencial aos Direitos Humanos das Mulheres, continue nos anos vindouros.”

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Quinta, 10/12/2020

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

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Quinta, 19/11/2020

História, Atualidade e Futuro: 30 anos a criar valor para a sociedade

Em 1990, pouco mais de duas dezenas de investigadores davam os primeiros passos na descoberta de soluções para os desafios agroalimentares da época. Hoje, os investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa já ultrapassam as duas centenas.

A 24 de novembro de 2020 o CBQF, no Porto, marca o início das celebrações de um percurso de 30 anos a desbravar os caminhos da Ciência.

Ler artigo completo aqui.

Nota: Para consultar este artigo na íntegra deverá fazer log in no website do Público.