Sofia Marques: "Se não soubermos quais são as causas dos abusos, não estamos verdadeiramente a preveni-los"
Nenhuma criança deve ficar a sós com um adulto, sem que outro tenha conhecimento. As salas, com vidros ou acrílicos nas portas, são mais seguras e por isso mais indicadas para conversas individuais entre um adulto e uma criança. Estas são algumas das estratégias abordadas nas ações de formação dinamizadas pelo Projeto Cuidar, que pretendem proteger menores e pessoas vulneráveis de qualquer forma de maus-tratos ou abusos.
Em entrevista à Renascença, Sofia Marques, coordenadora desta iniciativa, criada em 2020, defende que “é fundamental estudarmos as causas dos abusos a partir de situações concretas” e perceber o contexto de vida de cada abusador.
Numa altura em que decorrem campos de férias, um pouco por todo o país, Sofia Marques, que é também coordenadora do Serviço de Proteção e Cuidado de menores e adultos vulneráveis da Companhia de Jesus, sublinha a importância de perceber o “impacto que temos no outro”. E conta que todos os animadores e sacerdotes envolvidos nestas atividades frequentam ações de formação.
O projeto Cuidar apoia organizações que trabalham com crianças, jovens e pessoas vulneráveis na promoção dos cuidados das mesmas e na prevenção da ocorrência de crimes como abusos sexuais e maus-tratos. Em que consiste este trabalho?
O projeto Cuidar está ligado a um centro de estudos, o CEPCEP [Centro de Estudos da Faculdade de Ciências Humanas] que está integrado na Universidade Católica Portuguesa, com um apoio financeiro específico, para esta missão. O intuito inicial era dar apoio às organizações católicas, mas depois foi estendido a outras. Este projeto teve e ainda tem, porque vai ter continuidade, várias áreas de ação. Uma delas ligada à formação, outra ligada mais à consultoria e outra à investigação. Estes foram os principais eixos de trabalho do Cuidar, nestes últimos dois anos.
Nota: Artigo completo disponível na Renascença.