Luís Barreto Xavier: A falência da escola pública: um testemunho
Os meus filhos frequentaram sempre as escolas públicas da zona da nossa residência, tradicionalmente consideradas escolas modelo. Tiveram professores dedicados, alguns dos quais excecionais. Os diretores das escolas eram geralmente competentes. Até há algum tempo, as escolas funcionavam sem problemas graves de organização, de falta de professores ou de auxiliares.
Nos últimos anos, de forma crescente, e coincidindo com a concentração de várias escolas no mesmo agrupamento, não houve professores colocados nalgumas disciplinas, por vezes durante todo o ano. Noutros casos, professores com baixa médica de curta duração não eram substituídos, ainda que renovassem indefinidamente a baixa. Um professor faltou sistematicamente, e sem qualquer consequência, à primeira aula do dia, avisando os alunos por email uns minutos antes. Uma professora de Matemática era totalmente incapaz de ensinar, facto conhecido em toda a escola. A falta de pessoal não docente, reconhecida no mais recente relatório da OCDE, é evidente há vários anos. As verbas atribuídas às escolas são de tal modo insuficientes que foi necessária a organização pelos pais de fundos de maneio para aquisição de material escolar básico. Nem vale a pena falar na “qualidade” das refeições nas cantinas.
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