Mafalda Folhadela: “O mercado de trabalho valoriza cada vez mais pessoas com uma formação multidisciplinar.”

Mafalda Folhadela

Mafalda Folhadela tem 22 anos, é do Porto e é estudante da licenciatura em Ciências e Sociedade da Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica Portuguesa, uma licenciatura pioneira em Portugal, inspirada em programas de algumas das melhores Universidades internacionais que se caracteriza pelo seu currículo multidisciplinar: “O curso é único em Portugal e permite-nos fazer o nosso próprio caminho”. Integra a Associação de Estudantes da Faculdade e também uma juventude partidária. Entusiasma-a “a intervenção política” e o poder dar “um contributo para uma sociedade melhor”.

 

Porquê a licenciatura em Ciências e Sociedade da Universidade Católica?

Descobri a licenciatura em Ciências e Sociedade quando frequentava a licenciatura em Bioquímica e estava muito desanimada. Não estava a fazer sentido para mim e procurava outro caminho. Quando fui explorar outras opções, cruzei-me com Ciências e Sociedade. Quando vi o plano do curso, chamou-me a atenção a interdisciplinaridade e o facto de incluir áreas como o Direito e a Gestão, que eram algumas das opções que eu ponderava, mas sem abdicar da dimensão científica. O curso é único em Portugal e permite-nos fazer o nosso próprio caminho, porque temos muitas cadeiras opcionais ao longo dos três anos. Vejo Ciências e Sociedade como uma oportunidade para conhecer e aprofundar várias áreas. Mesmo acabando por me especializar em alguma área em específico, vou poder contar sempre com este olhar multidisciplinar e transversal.

 

Qual é a grande mais-valia da multidisciplinaridade?

O facto de estudar diferentes áreas obriga-me a entrar na lógica de pensamento de cada uma delas. Tenho de adotar diferentes formas de raciocínio e de ver o mundo e acho que isso é extraordinário. Desenvolve muito a nossa capacidade de adaptação e de compreensão da complexidade dos desafios que nos rodeiam. A grande vantagem da licenciatura em Ciências e Sociedade é dar-nos ferramentas para olhar para os problemas a partir de várias áreas. Isso entusiasma-me: saber que serei capaz de encontrar soluções mais completas para os desafios atuais, porque tenho uma formação que não se limita a uma só área. Nenhuma área, por si só, consegue dar resposta aos grandes desafios do mundo. A colaboração e o cruzamento do conhecimento são cada vez mais precisos.

 

Quais as expectativas para o seu futuro profissional?

Apesar de ainda me encontrar no final do primeiro ano do curso e de ainda estar a maturar ideias, tenho a expectativa de conseguir conciliar as várias visões que vou adquirindo ao longo do curso. Acredito que, hoje em dia, o mercado de trabalho valoriza cada vez mais pessoas com uma formação interdisciplinar e isso é, de facto, uma mais-valia para as empresas. As empresas precisam, cada vez mais, de perfis multidisciplinares. Imagino-me a trabalhar num ambiente empresarial, talvez na área alimentar. Não tanto numa vertente técnica, mas mais numa vertente ligada às relações humanas, à gestão de pessoas, por exemplo. O facto de também ter conhecimento técnico é um complemento importante, mas o que me motiva mais é essa componente humana.

 

Como tem sido a experiência de estudar na Escola Superior de Biotecnologia?

Destaco, em primeiro lugar, o ambiente, que é muito familiar e próximo. Em segundo lugar, a relação com os professores, que são muito disponíveis e próximos dos alunos. Sinto que temos um apoio constante. Temos ainda um tutor que nos acompanha ao longo do curso, o que faz muita diferença.

 

Em que consiste o acompanhamento por parte do tutor?

O curso tem muitas disciplinas opcionais, o que nos permite, desde cedo, moldar o nosso percurso. Além disso, temos três projetos: um no segundo semestre do segundo ano, outro no primeiro semestre do terceiro e um projeto maior no segundo semestre do terceiro ano. O papel do tutor é guiar-nos nesse processo: ajudar na escolha das cadeiras opcionais, na definição dos temas dos projetos e, no fundo, abrir-nos portas e incentivar-nos a explorar mais profundamente as várias áreas.

 

O que gosta de fazer nos tempos livres?

Fui convidada logo no início do ano para integrar a Associação de Estudantes da Faculdade, por isso, estou envolvida nesse trabalho. Além disso, tenho ligação à política e faço parte de uma juventude partidária.

 

Porquê a intervenção política?

A política é algo que ocupa grande parte do meu tempo livre e que me dá muito gosto. A política é uma forma de intervenção cívica. É uma maneira de darmos o nosso contributo para uma sociedade melhor, de defendermos aquilo em que acreditamos e de tentarmos transformar positivamente o mundo. A minha mãe teve alguma influência em mim neste campo. Inspirou-me na forma como olha para a política, como um serviço aos outros.

 

O que é que a move?

Quero ser útil e fazer a diferença. Não sozinha, mas em conjunto com os outros. Vivemos em sociedade e isso também me move: estamos aqui para nos ajudarmos uns aos outros.

 

Espaço favorito no campus?

No segundo piso do Edifício Central há duas mesas no corredor. Gosto de estudar ali porque tem muita luz natural, há um grande janelão. E tem uma bela vista para o Edifício de Biotecnologia.

 


Pessoas em Destaque é uma rubrica de entrevistas da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 22/05/2025