“Curiosidade, colaboração e gentileza” na first-time researcher academy da Católica
"A minha parte favorita do dia? O dia inteiro!" O entusiasmo na voz de Nelly Benova, participante da Universidade de Sófia, Bulgária, após uma aula de Biodanza, deu o tom para uma semana que deixou os investigadores energizados, inspirados e genuinamente conectados. "Conhecer colegas de diferentes países e sentir a energia foi maravilhoso."
Nos corredores e salas de aula da Universidade Católica Portuguesa, sentimentos semelhantes ecoaram durante toda a first-time researcher academy, que teve lugar de 17 a 21 de novembro. Desenhada para académicos em início de carreira da Católica e da Aliança Transform4Europe (T4EU), a Academia reuniu 57 investigadores de doutoramento de vários países e áreas científicas para uma semana de aprendizagem que, nas palavras dos próprios participantes, foi perfeita, inspiradora e verdadeiramente enriquecedora.
Para Anna Wichrowska, da Universidade da Silésia, na Polónia, "o mais importante foi adquirir novas perspetivas sobre a escrita académica. Cada pessoa falou sobre isso de uma maneira diferente — e isso ajuda-nos a escolher a abordagem que melhor se adapta à nossa própria investigação."
A variedade de sessões, que variam desde a escrita até ao bem-estar, também causou uma impressão positiva: "A sessão sobre bem-estar e boa alimentação foi muito importante. Às vezes, esquecemo-nos desse equilíbrio, por isso, incluí-lo nesta semana fez a diferença."
Para Anna, o elemento intercultural foi igualmente poderoso: "Eu estudo as culturas polaca, japonesa e americana, e aqui conheci uma pessoa dos Estados Unidos. Passámos muito tempo a conversar. Nunca se sabe quem se pode conhecer ou como um contacto pode ajudar no futuro."
De uma área completamente diferente, Khalil Ghemini, um investigador argelino a fazer o seu doutoramento na Alemanha, encontrou nesta reunião clareza sobre o futuro: "Todos os investigadores em início de carreira têm o mesmo problema: sabemos o que estamos a fazer agora, mas não sabemos para onde vamos. É difícil ver o caminho. Esta semana ajudou-me a pensar em perspetivas de longo prazo."
Duas sessões, em particular, ficaram-lhe na memória: "A sessão de networking foi muito útil, abriu a minha mente para possibilidades em startups ou na academia. E a sessão sobre filosofia da ciência também foi valiosa. Vindo de uma formação muito técnica, ajudou-me a entender como moldar um projeto ou uma escrita científica."
Mas a aprendizagem não se limitou às sessões em sala de aula. "Eu até tive uma pequena conversa com o professor depois. Ele foi muito encorajador e me deu dicas valiosas para a minha carreira. Com certeza vou entrar em contato com ele mais tarde", comentou o investigador.
Quando questionado sobre o papel da Aliança Transform4Europe, Khalil não hesitou: "Depois de um doutoramento, o próximo passo é tornar-se um investigador independente. Para isso, é necessário financiamento e redes de contactos. A aliança oferece oportunidades e prepara-nos realmente para esses próximos passos."
Ao longo da semana, os participantes exploraram temas como escrita académica, integridade na investigação, IA na investigação, colaboração, bem-estar e desenvolvimento de carreira. Mas, como revelam as suas palavras, o verdadeiro valor da Academia residiu nos momentos partilhados: as conversas durante os intervalos para café, a troca de culturas, a surpresa de descobrir pontos em comum onde não se esperava encontrar nenhum.
Essas vozes capturam a essência do que a Academia se propôs a alcançar: oferecer formação e, ao mesmo tempo, criar um ambiente onde jovens investigadores se sintam apoiados, motivados e integrados.
Ao longo da semana, as sessões combinaram teoria e prática enquadradas pela cooperação internacional. No entanto, foi o elemento humano — o networking, os desafios partilhados, a centelha da curiosidade mútua — que os participantes recordaram mais vividamente.
No final da semana, um sentimento era claro: o impacto do evento estendeu-se para além da sala de aula. Criou novas ligações, reforçou a confiança e lembrou a cada participante a importância da sua investigação.
Uma semana de formação, mas acima de tudo, uma semana marcada por pessoas, histórias e objetivos comuns. Em uma frase, Aline Villas Boas, coordenadora da Católica Doctoral School, resumiu o espírito de toda a Academia: “Ao longo desta semana, testemunhámos curiosidade, colaboração e gentileza. Vocês desafiaram-se a si próprios, apoiaram-se uns aos outros e mantiveram-se totalmente envolvidos desde a primeira sessão até à última — por isso, somos gratos”.