Eventos

A decorrer neste mês

< >

Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

Saiba mais aqui.

 

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 21/09/2020

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

Categorias: Investigação Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 19/11/2020

CBQF no programa "Mentes Que Brilham" do Porto Canal

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a empresa americana, Amyris, estão atualmente a desenvolver um projeto de produção de adjuvantes para vacinas profiláticas, que têm um papel fundamental na resposta imunitária provocada pelas vacinas incluindo algumas contra SARS-Cov2.

O Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) recebeu Cláudia Fonseca, do programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal para conhecer o projeto, o laboratório e, a equipa que está por detrás do mesmo, entrevistando João Carlos Fernandes da Escola Superior de Biotecnologia.

Assista aqui à reportagem completa no Porto Canal.

Paula Castro: "O poder do invisível na saúde do planeta"

O meu filho mais novo é adolescente e faz anos hoje, dia 5 Junho - desejo que quando atingir a idade da mãe possa festejar neste dia mundial do ambiente o sucesso que a humanidade obteve ao reverter caminhos vertiginosamente perigosos para a nossa sobrevivência como espécie.

No Porto Cuidar do solo é um dever de todos - é dele que vem o nosso sustento e assim a saúde da humanidade depende da saúde do solo. Os solos contribuem com 25% da biodiversidade do planeta, invisível aos nossos olhos, e nele são criados 95% dos alimentos que consumimos.

As suas funções não se esgotam aí - também purificam água, controlam cheias e fixam carbono, contribuindo para a estabilização do clima. Os cientistas têm a responsabilidade de dar a ver o solo a toda a sociedade, de tornar visível o que aparentemente não passa de um suporte físico para plantas, estradas ou cidades.

A FAO (a organização das Nações Unidas dedicada à agricultura e alimentação) calcula que um terço do solo mundial está significativamente degradado. Há estimativas que apontam que a cada ano uma área correspondente à produção de 20 milhões de toneladas de cereais é perdida devido à desertificação.

As causas que nos trouxeram a este estado são múltiplas: monoculturas com pouca ou nenhuma rotação, abuso de agroquímicos de síntese, compactação e impermeabilização agravada pelo crescimento urbano, entre outros. Mas talvez a perda mais insidiosa seja a da biodiversidade escondida - os organismos que fazem a diferença entre um solo vivo, fértil, dinâmico e regenerador, e um pó inerte quiçá recheado de contaminantes.

Desde há duas décadas que investigadores na Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto se dedicam a desenhar soluções baseadas na natureza com vista à regeneração de solos. A biodiversidade do solo é a fonte de inspiração para soluções naturais: desde os biofertilizantes aos bioinoculantes desenvolvemos cocktails de microrganismos que fixam azoto e solubilizam fósforo (nutrientes críticos ao crescimento vegetal) e criam redes de comunicação subterrânea que distribuem água e nutrientes pelas plantas e as protegem de doenças.

Ler artigo completo aqui.

AgroGrIN Tech distinguida nos Prémios Empreendedor XXI

A AgroGrIN Tech, criada por investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, foi uma das dez jovens empresas finalistas em Portugal, no âmbito do programa Prémios Empreendedor XXI. Uma iniciativa promovida pela La Caixa em parceria com o Banco BPI Portugal, que contou com a participação de mais de 171 startups/PMEs. No âmbito deste concurso, a Agência Nacional de Inovação distinguiu, através do programa Born from Knowledge (BfK), a AgroGrIN Tech como a empresa portuguesa que mais se destacou em atividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D).

A AgroGrIN Tech, fundada pela investigadora Débora Campos, com o apoio dos investigadores Ricardo García e Ana Vilas-Boas, pretende ser uma referência a nível nacional e internacional, em termos de inovação tecnológica, sustentável e económica para o aproveitamento total dos resíduos gerados pelas industrias de processamento de frutas e vegetais. A aplicação do seu processo patenteado permite produzir novos ingredientes funcionais de alto valor económico através destes resíduos, permitindo a sua reintegração na cadeia alimentar. Além disso, a implementação do processo da AgroGrIN Tech permitirá às empresas a transição para uma economia circular, podendo assim ser económica e ambientalmente sustentáveis.

A startup nasceu do trabalho de investigação científica desenvolvido por Débora Campos durante o seu doutoramento, coordenado pela investigadora Manuela Pintado, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Por esse motivo, a distinção BfK nos Prémios Empreendedor XXI é o reconhecimento pelo elevado impacto da investigação & desenvolvimento no trabalho da AgroGrIN Tech, o pilar base da startup.

A equipa da AgroGrIN Tech explica que esta distinção "é o impulso de que a startup precisava para o seu crescimento e expansão global, uma vez que neste momento se encontra à procura de investimento para acelerar o seu processo de crescimento.”

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 10/05/2021

A agricultura e a culinária vão mudar. Gosta de feijão alado?

O que é que a bambara tem? E o que traz de novo o milho-painço? Estarão os europeus prontos para o feijão alado? Todas estas questões deverão ter resposta, dentro de quatro anos, quando o projeto europeu RADIANT der a conhecer os resultados obtidos com o cultivo de 15 grupos de vegetais provenientes de outros continentes ou que, entretanto, caíram em desuso. Os testes começam num grupo de 20 quintas, e deverão expandir-se mais tarde a outras 45, por convite. Estão envolvidas 29 entidades de 12 países. A participação nacional é garantida por duas vias: além da inclusão da Herdade do Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo, e da Quinta Biofontinha, na ilha Terceira, Açores, o RADIANT conta com a coordenação da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

“Mais do que combater a escassez de alimento, o projeto pretende evitar dietas cada vez mais monótonas. A agricultura tem vindo a produzir mais do mesmo. O que pode ter como resultado a perda de qualidade dos solos e de diversidade dos vegetais. A ideia é que estes alimentos sejam produzidos de forma sustentável e com custos acessíveis”, explica Marta Vasconcelos, professora na Escola Superior de Biotecnologia da UCP.

O projeto, que conta com um total de 5,9 milhões de euros de financiamento, não só vai testar o cultivo de vegetais que geralmente não constam nas safras e nos pratos europeus como prevê testes de degustação, inquéritos e rotulagem que enaltece os benefícios nutricionais dos novos vegetais que vierem a ser cultivados. Também está previsto o desenvolvimento de uma app que ajude os agricultores a apurar quais as espécies que melhor se adequam às condições agrícolas e meteorológicas de cada região.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Expresso de 13 de agosto de 2021.

Centro de Biotecnologia e Química Fina: Celebrar o passado e desafiar o futuro

Os 30 anos do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) mereceram um ano repleto de comemorações. Todas as iniciativas promovidas neste âmbito pretenderam celebrar e reforçar a importância que este Centro de Investigação da Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto ocupa no panorama da investigação nacional e internacional.

Gunter Pauli, autor do livro Blue Economy e considerado o “pai” da Economia Circular, foi o convidado da Conferência de Encerramento das comemorações do 30.º aniversário, que decorreu a 28 de outubro, no Auditório Carvalho Guerra do Centro Regional do Porto, tendo tido, igualmente, transmissão online. Uma sessão que pretendeu celebrar as realizações e as conquistas do CBQF, bem como lançar e desafiar a agenda para o futuro.

Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, começou por “agradecer a todos os que durante 30 anos acreditaram no potencial do CBQF e contribuíram para o seu reconhecimento nacional e internacional.” A Presidente lembrou, também, que “a classificação de excelência, a mais alta distinção atribuída pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, atesta esta qualidade e reconhece uma comunidade empenhada na inovação e na excelência. Toda a comunidade da Católica no Porto se orgulha do CBQF.”

Seguiu-se uma apresentação de Manuela Pintado, diretora do CBQF, sobre aquele que tem sido o percurso do centro de investigação. Manuela Pintado lembrou que o CBQF é “internacionalmente reconhecido nas áreas da biotecnologia, alimentação, ambiente e saúde”, que “é um interveniente ativo na definição de políticas e prioridades de investigação” e que “cria valor com impacto para a economia circular”.

Capacitando a ciência a criar alto valor através de soluções circulares” foi o título da apresentação central desta conferência, proferida por Gunter Pauli, que começou por felicitar “o trabalho do CBQF e de toda a sua equipa”, bem como todo “o trabalho que ainda têm pela frente”.  

Gunter Pauli inspirou a missão do CBQF, referindo que “verdade”, “honestidade”, “transparência” e “capacidade de perdão” são os ingredientes essenciais “que devem ser traduzidos em iniciativas capazes de transformar o mundo”.  

A sessão de encerramento contou ainda com a intervenção de João Rocha, Coordenador do Comité Executivo do Conselho dos Laboratórios Associados.

Com esta conferência, o Centro de Biotecnologia e Química Fina encerrou o ciclo de comemorações que começou a 24 de novembro de 2020, Dia Mundial da Ciência e Dia Nacional da Cultura Científica. A escolha simbólica desta data procurou marcar o começo de um novo ciclo para o Centro de Investigação e Laboratório Associado.

Chegado ao fim deste ciclo de comemorações, resta a certeza de que a missão de produzir conhecimentos inovadores e relevantes em biotecnologia continua. O CBQF manter-se-á focado em ser um centro de investigação de referência nacional e internacional especializado na criação de conhecimentos transferíveis para a indústria e para a sociedade, cumprindo objetivos circulares de bioeconomia.

 

Ana Maria Gomes e Manuela Pintado: "Mar Português – uma fonte inesgotável de valor"

“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português”

Mar Português, Fernando Pessoa

Assinala-se na última semana de setembro o Dia Mundial do Mar, uma data criada em 1978 pela Organização Marítima Internacional, agência das Nações Unidas. A data pretende alertar para a importância de um desenvolvimento marítimo seguro e eficiente e da proteção dos mares e dos oceanos, essenciais para a vida no planeta e para a sociedade. A beleza natural, riqueza mineral e centenas de milhares (238 700, Fundação Oceano Azul) de espécies marinhas habitante do mar são elemento de fascínio que exigem proteção e valorização apoiadas no conhecimento científico, e numa economia azul sustentável, circular e inclusiva, alinhado com o Pacto Ecológico Europeu.

É indelével a alma marítima de Portugal que atravessa séculos e serve de inspiração à literatura e cultura portuguesas desde a arte à gastronomia. Com uma linha de costa de cerca de 2500 km, incluindo uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2 (Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030) Portugal goza de um espaço de excelência que conjuga valores naturais únicos com uma grande ocupação humana. A importância da preservação da biodiversidade e da integridade dos ecossistemas e recursos e da prevenção da acidificação e poluição destas zonas, na promoção da qualidade de vida dos cidadãos e nas respetivas economias, implica uma atenção redobrada na sua gestão e desenvolvimento. Urge contribuir para a sua proteção, gestão e conservação alavancando a sustentabilidade das dinâmicas da orla costeira em termos ambiental, económico e social suportadas na tecnologia, conhecimento científico e inovação. Todos os intervenientes são interpelados a agir de forma articulada e colaborativa num modelo multi e interdisciplinar desde as universidades, centros de investigação, indústria, empresas, associações do sector, entidades da Administração Pública e a sociedade civil. São já vários os projetos relevantes neste domínio da multidisciplinaridade, como são o ValorPeixe, o ValorMar e o CVMar+i, com enfoque na valorização de recursos marinhos e seus subprodutos através do desenvolvimento de novos produtos com aplicações na alimentação animal e humana, cosmética, materiais e biomédica, farmacêutica, têxtil ou mesmo agricultura.

Ler artigo completo aqui.

Comissário do Governo Húngaro visita Centro Regional do Porto

A 23 de novembro, o comissário do governo húngaro e presidente do conselho de curadores da Universidade Tokaj-Hegyalja, István Stumpf, esteve no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa no âmbito de uma visita oficial a Portugal. O encontro permitiu abordar os diferentes modelos universitários portugueses, com um enfoque especial nas áreas da viticultura e enologia.

A sessão de boas-vindas foi dirigida por Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, e por Isabel Vasconcelos, Vice-Reitora da Universidade Católica Portuguesa. Seguiu-se uma reunião entre todos os participantes: István Stumpf e os membros da sua delegação - Klára Breuer, diretora internacional da Universidade Nacional de Serviço Público, Tamás Dúzsi, produtor de vinho e especialista em vinhos, e Boglárka Borbély, chefe de secretariado do comissário -, Miklós Halmai, embaixador da Hungria em Portugal; Paula Castro, diretora da Escola Superior de Biotecnologia; Bento Amaral, Service Director do Instituto de Vinhos do Douro e do Porto; e José António Couto, coordenador da Pós-graduação em Enologia da Escola Superior de Biotecnologia.

A visita da delegação a Portugal contempla também encontros a respeito do estudo de modelos universitários, de aspirações e experiências portuguesas no campo do ensino superior. Adicionalmente, os membros da delegação pretendem, também, estreitar relações bilaterais entre Portugal e a Hungria, conversando sobre futuras oportunidades de cooperação.

Embaixadora dos Países Baixos visita Escola Superior de Biotecnologia

Nienke Trooster, embaixadora dos Países Baixos em Portugal, esteve na Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa no dia 23 de março para conhecer o trabalho que tem sido desenvolvido com entidades dos Países Baixos, mas também para identificar potenciais áreas de colaboração.

Em 2021, o Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF/ESB/UCP) publicou mais de 44 artigos em parceria com entidades dos Países Baixos. Outro aspeto realçado durante a visita foi a estreita colaboração em projetos de investigação no âmbito do Horizon 2020:

  • STARGATE - Sensors and daTA tRaininG towards high-performance Agri-food sysTEms
  • REPARES – Research Platform on antibiotic resistance spread through wastewater treatment plants
  • RADIANT – ReAlising Dynamic vAlue chains for uNduruTilised crops
  • MIRACLE – Mid-infrared arthroscopy innovative imaging system for real-time clinical in-depth examination and diagnosis of degenerative joint diseases

Após a reunião com a presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica, Isabel Braga da Cruz, a diretora da Escola Superior de Biotecnologia, Paula Castro, com a diretora do CBQF, Manuela Pintado, a embaixadora teve a oportunidade de visitar os laboratórios e conhecer melhor o projeto Alchemy, desenvolvido com a empresa de biotecnologia Amyris, mas, também, de ver o Pavilhão Tecnológico e o Kitchen Lab.

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Sexta, 25/03/2022

Projeto de investigação permite detetar doença de Alzheimer numa fase precoce

Um projeto de investigação liderado pela Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, no domínio da Inteligência Artificial, pode revolucionar o diagnóstico da doença de Alzheimer, mesmo quando ainda não existem sintomas.

Desenvolvido em colaboração com o Hospital de São João, no Porto, as faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Bragança, este projeto surge num contexto em que a OMS estima que existam 35,6 milhões de pessoas com doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a duplicar até 2030 e a triplicar até 2050.

A tecnologia Neuro SDR foi testada em 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João, no Porto. Pedro Miguel Rodrigues, investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia (CBQF/ESB/UCP), explica “criamos um algoritmo que utiliza como fonte de informação 19 elétrodos que captam tensões elétricas que, num adulto, variam entre 30 e 50 milivolts, num espaço temporal de 30 e 45 minutos.” Os elétrodos estão numa touca que é colocada pelo médico ao utente. Essa touca está ligada a uma interface que pode ser acedida através de computador, que capta a informação e no espaço de cerca de 5 segundos a torna visível no ecrã.

Pedro Miguel Rodrigues refere que “um diagnóstico precoce abre portas para melhores resultados ao nível das terapias, mas também constitui um poderoso auxiliar em questões relacionadas com a salvaguarda da integridade pessoal e financeira dos portadores de Alzheimer, assim como em assuntos relacionados com profissões de risco e cartas de condução, por exemplo.”

Este projeto conta com mais de seis anos de desenvolvimento, permitindo contornar a difícil deteção desta patologia, aperfeiçoar algoritmos e desvendar o desenvolvimento da doença em diagnósticos primeiramente inconclusivos. “A solução criada incorpora um algoritmo de inteligência artificial com uma capacidade de precisão de diagnóstico a rondar os 98% para casos assintomáticos e/ou precoces da doença. E, por conseguinte, estamos numa fase em que precisamos de parceiros para conseguirmos que o protótipo saia do laboratório e possa ser disponibilizado em larga escala,” conclui Pedro Miguel Rodrigues.

Alguns dos resultados deste projeto podem ser consultados “Lacsogram: A New EEG Tool to Diagnose: Alzheimer’s Disease”, publicado recentemente na revista IEEE Journal of Biomedical and Health Informatics.

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia Investigação

Quinta, 10/02/2022

Produtos alimentares inovadores desenvolvidos por estudantes distinguidos pelo Prémio Ecotrophelia Portugal

E se o ovo fosse vegetal e as almôndegas tivessem farinha de inseto? As ideias e as fórmulas destes produtos alimentares inovadores surgiram durante o segundo semestre do Mestrado em Engenharia Alimentar, da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa. O «notEggo» e o «MealBalls» foram os dois projetos de estudantes da ESB distinguidos com o 2.º e o 3.º lugar do Prémio Ecotrophelia Portugal, promovido pela PortugalFoods. Este prémio distingue produtos alimentares eco inovadores desenvolvidos por estudantes do Ensino Superior. A cerimónia final de atribuição de prémios decorreu a 5 de julho, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Conceição Hogg, docente e investigadora da Escola Superior de Biotecnologia, que coordena a participação dos estudantes neste concurso, afirma que “atividades opcionais como este concurso trazem, ao longo do ano letivo, o mundo real para dentro da sala de aula. Graças a estas iniciativas, os alunos defrontam problemas concretos, com critérios estabelecidos por profissionais.” Neste sentido, ao longo dos anos os docentes da Escola Superior de Biotecnologia incentivam os seus estudantes a participarem em concursos e iniciativas na certeza de que são oportunidades importantes de crescimento e desenvolvimento.

Nesta sexta edição do concurso, a escolha dos oito finalistas partiu de um total de 15 candidaturas, onde estiveram envolvidos cerca de 60 alunos das mais variadas instituições de Ensino Superior do país.

Substituir o ovo da galinha? Sim, é possível!

O «notEggo» é um substituto vegetal do ovo. Estes ovos que vêm das plantas trazem consigo a esperança de separar o ovo da galinha e, finalmente, pôr fim à produção em massa e insustentável de um dos alimentos mais conhecidos do mundo. O «notEggo», cujo grupo de trabalho é constituído por Beatriz Costa, Ema Camacho e Lígia Cruz, estudantes do Mestrado em Engenharia Alimentar, foi distinguido com o 2.º prémio, tendo recebido, também, o prémio Born from Knowledge, atribuído anualmente pela Agência Nacional de Inovação na cerimónia do Prémio Ecotrophelia Portugal.

Produtos alimentares inovadores desenvolvidos por estudantes distinguidos pelo Prémio Ecotrophelia Portugal

Almôndegas com farinha de inseto. Porque não?

O grupo constituído, também, por estudantes do Mestrado em Engenharia Alimentar – António Pedro Sousa, Beatriz Maria Gonçalves, Fernanda Barros, Sónia Marques e André Roseiro – criou o produto «MealBalls». Trata-se de almôndegas vegetais que integram farinha de inseto. O grupo foi distinguido com o 3.º prémio.

Produtos alimentares inovadores desenvolvidos por estudantes distinguidos pelo Prémio Ecotrophelia Portugal

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Terça, 12/07/2022

Ovo português que não nasceu da galinha ganha BfK Awards

O projeto do notEggo resultou na criação de um ovo que não nasceu de nenhuma galinha, adequado para diferentes dietas e consumidores com restrições alimentares e alergias, 100% vegetal, onde se pode separar a ‘clara’ da ‘gema’ e que tem uma pegada ambiental bastante inferior à do ovo natural. A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa acaba de conquistar um galardão Born from Knowledge da Agência Nacional de Inovação com esta iniciativa.

Artigo completo disponível na Exame Informática.

Católica celebra Dia Internacional do Microrganismo com estudantes do 5.º ao 12.º ano

Esta iniciativa pretende divulgar a diversidade, presença, impacto e potencial dos diferentes tipos de seres vivos invisíveis que estão presentes em todo o lado, desde o meio ambiente à alimentação e à saúde. Os alunos inscritos terão ainda a oportunidade de participar num concurso sobre os seus conhecimentos. As inscrições, gratuitas, decorrem até 16 de setembro.

“A vida em geral, e a existência humana em particular, não seriam possíveis sem os mais variados microrganismos. No entanto, a cultura dominante ensina-nos que temos de esterilizar o máximo do nosso ambiente, como se todos fossem agentes patogénicos (e como se, mesmo os patogénicos, pudessem ser controlados criando desertos microbiológicos). A pandemia só veio acentuar essa perspetiva que, não só não funciona, como está cientificamente errada. É precisamente para desmistificar o mundo dos micróbios que os alunos do básico e secundário poderão conhecer bem de perto alguns exemplos práticos dos muitos milhões de espécies existentes, entre bactérias, vírus, fungos, microalgas e protozoários”, pode ler-se no comunicado de imprensa da Católica.

Artigo completo disponível na Health News.

KitchenLab: uma cozinha movida a conhecimento científico

Está pronta a mise en place e o avental vestido: é altura de pôr mãos à obra no KitchenLab, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF), da Escola Superior de Biotecnologia (ESB). É no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, celebrado a 16 de outubro, que a ESB toma a iniciativa de confecionar e partilhar a receita de Bolo de Alfarroba e Grão-de-bico que é fonte de proteína e fibra e que apresenta baixo teor de gordura e de sal.

É neste laboratório de cozinha experimental que se encontra tudo o que é necessário para a conceção, manipulação e preparação de alimentos. Trata-se de um amplo espaço laboratorial de aprendizagem e experimentação de técnicas culinárias novas e tradicionais, de exploração do potencial de ingredientes e de investigação e desenvolvimento de novos produtos alimentares. Uma verdadeira cozinha movida a conhecimento científico.

A receita, da autoria de Ana Pimenta Martins, técnica superior da ESB e doutoranda em Biotecnologia, é, também, isenta de lactose e de glúten e é economicamente acessível. Dos diferentes ingredientes que integram a receita, há três que se destacam pelas suas propriedades.

São eles o grão-de-bico, a alfarroba e a romã
É com a ajuda de Ana Pimenta Martins que descobrimos as potencialidades do grão-de-bico, da alfarroba e da romã. De forma geral, todos se destacam “enquanto alimentos com um elevado valor nutricional”, que “proporcionam benefícios para a saúde dos consumidores.”

O grão-de-bico, que faz parte das leguminosas, deve integrar a alimentação diária. A Roda dos Alimentos recomenda a ingestão diária de 1 a 2 porções de leguminosas [1 porção = 25g de leguminosas secas (1 colher de sopa) ou 80g de leguminosas cozinhadas (3 colheres de sopa)]. O grão-de-bico é um alimento que merece a nossa atenção tendo em conta o seu notável valor nutricional. Apresenta elevado conteúdo em proteína vegetal, fornece fibra alimentar e hidratos de carbono de absorção lenta, contribuindo o seu consumo regular para o controlo do apetite. É rico em micronutrientes e outros compostos protetores e reguladores do organismo, nomeadamente vitaminas do complexo B, ferro, magnésio, potássio e carotenoides. À semelhança de outras leguminosas, o cultivo e a produção de grão-de-bico são amigos do ambiente.

A alfarroba é o fruto proveniente da alfarrobeira, planta que faz parte da família das leguminosas. A farinha de alfarroba deriva da polpa do fruto que foi submetida a um processo de torrefação e moagem. Esta farinha apresenta um sabor adocicado que se assemelha ao cacau/chocolate, sendo por isso utilizada em sua substituição na confeção de doces. É, naturalmente, pobre em gordura, é fonte de vitaminas e minerais, é rica em flavonoides, antioxidantes que apresentam função anti-inflamatória, anticancerígena e antidiabética, e em fibras, contribuindo para o controlo do apetite, regulação do trânsito intestinal, controlo dos níveis plasmáticos de colesterol e glicemia. É, também, isenta de glúten e apresenta propriedades antidiarreicas. Ao contrário do cacau, não apresenta compostos estimulantes, como a cafeína e a teobromina

A romã é uma fruta característica do outono e, por isso, é da época. É um fruto muito interessante do ponto de vista nutricional, apresentando uma elevada concentração de substâncias com propriedades antioxidantes. Estes compostos são importantes na proteção das células do organismo, contribuindo, por exemplo, para a promoção da saúde cardiovascular. Além disso, é fonte de fibra, vitamina C, potássio e ferro.

O KitchenLab
Neste laboratório de cozinha experimental encontra-se tudo o que é necessário para a conceção, manipulação e preparação de alimentos, enquadrado num centro de investigação dotado com os mais avançados recursos científicos nas áreas da química, da biologia, da física e da análise sensorial.
O KitchenLab tem um lugar importante nas várias componentes de cursos promovidos pelas ESB, enquanto palco de aprendizagem e experimentação. Para além disso, oferece, também, um apoio crucial a várias linhas de investigação no CBQF. Pretende-se que o KitchenLab seja considerado um recurso essencial para os profissionais de todos os ramos e dimensões nas mais variadas fronteiras da alimentação.

Não vamos esperar mais. Eis a receita
Uma receita que inspira à cozinha saudável, deliciosa, económica e sustentável.

Material necessário
Processador de alimentos, forno e forma para bolo-

Ingredientes

  • 400g de grão-de-bico cozido
  • 80g de farinha de alfarroba
  • 120g de açúcar mascavado
  • 6 ovos
  • 2 colheres de sopa de vinho do porto
  • 1 colher de chá de fermento
  • Cobertura (opcional): 50g de chocolate 70% cacau e romã (qb)

Modo de preparação

  • Pré-aquecer o forno a 180ºC.
  • Untar forma.
  • Com o auxílio do processador de alimentos, reduzir o grão-de-bico cozido a puré e ir acrescentando os ovos inteiros, o açúcar mascavado, a farinha de alfarroba, as duas colheres de sopa de vinho do porto e o fermento, triturando tudo muito bem.
  • Verter a massa para a forma e levar ao forno durante cerca de 30-35 minutos. Usar um palito para confirmar a cozedura: se sair seco ou apenas com umas migalhas secas agarradas, está pronto. Desenformar com cuidado e deixar arrefecer.
  • Para a cobertura, levar a derreter o chocolate em banho-maria, cobrir o bolo e decorar com romã.

Declaração nutricional por 100g de bolo

 

Por 100g

Energia (Kj/Kcal)

872 / 207

Lípidos (g)

6

Saturados (g)

2

Hidratos de Carbono (g)

28

Açucares (g)

18

Fibra (g)

3

Proteínas (g)

8

Sal (g)

0,14

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 17/10/2022

Católica lança novo Diploma de Pós-Graduação em Negócios Sustentáveis e Regenerativos

Como incorporar a sustentabilidade e a regeneração na estratégia empresarial e nos negócios, beneficiando ao mesmo tempo o desempenho financeiro e as práticas de gestão? Esta é a principal questão que o novo Diploma de Pós-Graduação Inovação para Empresas Sustentáveis e Regenerativas, lançado no âmbito do INSURE.hub, uma iniciativa que envolve a Católica Porto Business School, a Escola Superior de Biotecnologia e Planetiers New Generation, tem como objectivo responder. A nova formação de executivos começa já em Fevereiro de 2023.

"Inovadoras, interdisciplinares e internacionais são as palavras que melhor definem a formação executiva que estamos agora a lançar", salienta João Pinto, vice-presidente do Centro Regional do Porto e professor na Escola Católica de Negócios do Porto. "Ao longo do curso de pós-graduação, os participantes serão expostos a diferentes áreas como economia circular, bioeconomia, inovação disruptiva e circular, mapeamento da sustentabilidade na estratégia das empresas, utilização de soluções disruptivas para investir em territórios e, no final, terão de preparar um projecto que agregue todas as áreas", diz Manuela Pintado, directora do Centro de Biotecnologia e Química Final (CBQF) da Faculdade de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa.

"O novo curso executivo visa preparar profissionais com os conhecimentos e competências necessárias para transformar os actuais modelos de gestão e evoluir para uma economia limpa e circular, de acordo com os objectivos do Pacto Ecológico Europeu", diz António Vasconcelos, co-líder do Planetiers New Generation.

"Mais do que um curso de gestão tradicional, integramos, de forma coerente e sinérgica, os conhecimentos de duas Faculdades da Universidade Católica Portuguesa com a vasta experiência de parceiros internacionais nas áreas da inovação e sustentabilidade, atravessando ciências e gestão", destaca João Pinto.

Compreender e analisar modelos empresariais que impulsionam a mudança; ter uma visão geral do quadro actual e dos regulamentos da UE pendentes para promover a agenda da sustentabilidade; ser capaz de avaliar decisões empresariais de acordo com critérios empresariais sustentáveis; saber mapear a sustentabilidade na estratégia empresarial, e ferramentas de gestão estratégica; avaliar oportunidades empresariais com base na criação de valor, compreender o investimento de impacto, relatórios e métricas não financeiras e critérios do ESG e também compreender instrumentos de financiamento sustentável (obrigações verdes, obrigações sociais, empréstimos bancários verdes; etc. ) são algumas das competências que os participantes serão capazes de adquirir no final do curso.

O Diploma de Pós-Graduação em Negócios Sustentáveis e Regenerativos destina-se especialmente a gestores em áreas ligadas à sustentabilidade das organizações e também a funcionários dos sectores público e privado que desejem aprofundar os seus conhecimentos nas áreas de economia circular, inovação, liderança, ética, estratégia e finanças sustentáveis. O principal objectivo é fornecer os instrumentos necessários para que no futuro todos os profissionais desta área possam tomar as decisões correctas numa economia que caminha para a sustentabilidade e regeneração.

Think Big in Biotechnology Forum: o evento que desafia o mundo à bio-inovação

“Acelerar a bio-inovação, agora!” é o tema da quarta edição do “Biotechnology Innovation Forum: Think Big in Biotechnology”, um evento organizado pelo Centro Regional do Porto Alumni Biotecnologia e pela Escola Superior de Biotecnologia (ESB). Neste evento que se realiza já a 12 de novembro, online, serão anunciados os vencedores do Amyris Innovation BIG Impact Award, um concurso de Inovação em Biotecnologia promovido em parceria com a Amyris Inc, o seu principal patrocinador.

Destacar e discutir a importância de se preparar terreno para a inovação de base biológica é um dos grandes objetivos do “Think Big in Biotechnology Forum” que se propõe a criar sinergias entre a Biotecnologia e outras áreas, a desenvolver um pensamento crítico, a promover ideias inovadoras e a criar um espaço seguro para um debate aberto que fomente um crescimento saudável.

O evento será constituído por dois painéis. O primeiro, subordinado ao tema “Acelerar a bio-inovação”, contará com a participação de Delfim Ferreira, analista da McKinsey and Co, de Luís Garrido, CEO da Cell4Food, de Maria João Maia, CEO da Corium Biotech, e de Sérgio Silva, CTO da Adapttech. Já o segundo painel, que se vai centrar no tema “Discutir a última geração em inovação biotecnológica”, vai contar com a presença de Benedita Chaves, da LIPOR, de John Melo, CEO da Amyris, e de José Fernando Pinto dos Santos, professor da INSEAD e professor catedrático convidado da Universidade Católica no Porto.

Sendo a Biotecnologia a aplicação de organismos e processos biológicos para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, na área médica, ambiental, agrícola ou outra, o evento pretende construir pontes, promover o diálogo e permitir a criação de conhecimento aplicável ao mundo e às necessidades da sociedade.

“Pretendemos sensibilizar os profissionais desta área, que precisam de ser cada vez mais capazes de atravessar os domínios e de falar ao público de forma responsável sobre as implicações mais vastas em torno do motor da inovação que é a biotecnologia”, afirmam Ana Leite Oliveira, docente e investigadora da Escola Superior de Biotecnologia, e Hugo Choupina e Anabela Veiga, da ALUMNI, membros da organização do FIB 2022.

Esta edição do evento vai acolher o Amyris Innovation BIG Impact Award, um Concurso de Inovação em Biotecnologia promovido pelo Centro Regional do Porto Alumni Biotecnologia, em parceria com a ESB, e a Amyris Inc, como seu principal patrocinador. O concurso vai já na 2ª edição e pretende a promoção da inovação em Biotecnologia como motor fundamental do desenvolvimento económico e visa promover novos processos, tecnologias ou serviços que sejam, simultaneamente, comercializáveis e sustentáveis, com um grande impacto positivo e mensurável na sociedade.

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 31/10/2022

Escondidinho de grilo e sorvete de couve-flor (inclui receita). Alguém é servido?

Sugestão do chef: como entrada, springrolls de couve branca com recheio de “carne” de casca de banana. Escondidinho de grilo é o prato principal e, para sobremesa, sorvete de couve-flor.

Este menu inusitado é composto por apenas algumas das criações vencedoras do concurso da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, que desafiou alunos do secundário de todo o país a imaginar a alimentação do futuro. Os vencedores foram anunciados esta semana.

A proposta, à qual mais de 600 estudantes de 66 escolas aderiram, era criar receitas que respondam a três critérios: elevado valor nutricional, baixo custo económico e pegada ecológica reduzida – preocupações de um futuro onde guerras, alterações climáticas e o crescimento da população humana podem influenciar mudanças na nossa alimentação.

Nota: Artigo completo disponível no Público.

Próximos eventos

Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

Saiba mais aqui.

 

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 21/09/2020

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

Categorias: Investigação Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 19/11/2020

CBQF no programa "Mentes Que Brilham" do Porto Canal

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a empresa americana, Amyris, estão atualmente a desenvolver um projeto de produção de adjuvantes para vacinas profiláticas, que têm um papel fundamental na resposta imunitária provocada pelas vacinas incluindo algumas contra SARS-Cov2.

O Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) recebeu Cláudia Fonseca, do programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal para conhecer o projeto, o laboratório e, a equipa que está por detrás do mesmo, entrevistando João Carlos Fernandes da Escola Superior de Biotecnologia.

Assista aqui à reportagem completa no Porto Canal.

AgroGrIN Tech distinguida nos Prémios Empreendedor XXI

A AgroGrIN Tech, criada por investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, foi uma das dez jovens empresas finalistas em Portugal, no âmbito do programa Prémios Empreendedor XXI. Uma iniciativa promovida pela La Caixa em parceria com o Banco BPI Portugal, que contou com a participação de mais de 171 startups/PMEs. No âmbito deste concurso, a Agência Nacional de Inovação distinguiu, através do programa Born from Knowledge (BfK), a AgroGrIN Tech como a empresa portuguesa que mais se destacou em atividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D).

A AgroGrIN Tech, fundada pela investigadora Débora Campos, com o apoio dos investigadores Ricardo García e Ana Vilas-Boas, pretende ser uma referência a nível nacional e internacional, em termos de inovação tecnológica, sustentável e económica para o aproveitamento total dos resíduos gerados pelas industrias de processamento de frutas e vegetais. A aplicação do seu processo patenteado permite produzir novos ingredientes funcionais de alto valor económico através destes resíduos, permitindo a sua reintegração na cadeia alimentar. Além disso, a implementação do processo da AgroGrIN Tech permitirá às empresas a transição para uma economia circular, podendo assim ser económica e ambientalmente sustentáveis.

A startup nasceu do trabalho de investigação científica desenvolvido por Débora Campos durante o seu doutoramento, coordenado pela investigadora Manuela Pintado, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Por esse motivo, a distinção BfK nos Prémios Empreendedor XXI é o reconhecimento pelo elevado impacto da investigação & desenvolvimento no trabalho da AgroGrIN Tech, o pilar base da startup.

A equipa da AgroGrIN Tech explica que esta distinção "é o impulso de que a startup precisava para o seu crescimento e expansão global, uma vez que neste momento se encontra à procura de investimento para acelerar o seu processo de crescimento.”

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 10/05/2021

Paula Castro: "O poder do invisível na saúde do planeta"

O meu filho mais novo é adolescente e faz anos hoje, dia 5 Junho - desejo que quando atingir a idade da mãe possa festejar neste dia mundial do ambiente o sucesso que a humanidade obteve ao reverter caminhos vertiginosamente perigosos para a nossa sobrevivência como espécie.

No Porto Cuidar do solo é um dever de todos - é dele que vem o nosso sustento e assim a saúde da humanidade depende da saúde do solo. Os solos contribuem com 25% da biodiversidade do planeta, invisível aos nossos olhos, e nele são criados 95% dos alimentos que consumimos.

As suas funções não se esgotam aí - também purificam água, controlam cheias e fixam carbono, contribuindo para a estabilização do clima. Os cientistas têm a responsabilidade de dar a ver o solo a toda a sociedade, de tornar visível o que aparentemente não passa de um suporte físico para plantas, estradas ou cidades.

A FAO (a organização das Nações Unidas dedicada à agricultura e alimentação) calcula que um terço do solo mundial está significativamente degradado. Há estimativas que apontam que a cada ano uma área correspondente à produção de 20 milhões de toneladas de cereais é perdida devido à desertificação.

As causas que nos trouxeram a este estado são múltiplas: monoculturas com pouca ou nenhuma rotação, abuso de agroquímicos de síntese, compactação e impermeabilização agravada pelo crescimento urbano, entre outros. Mas talvez a perda mais insidiosa seja a da biodiversidade escondida - os organismos que fazem a diferença entre um solo vivo, fértil, dinâmico e regenerador, e um pó inerte quiçá recheado de contaminantes.

Desde há duas décadas que investigadores na Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto se dedicam a desenhar soluções baseadas na natureza com vista à regeneração de solos. A biodiversidade do solo é a fonte de inspiração para soluções naturais: desde os biofertilizantes aos bioinoculantes desenvolvemos cocktails de microrganismos que fixam azoto e solubilizam fósforo (nutrientes críticos ao crescimento vegetal) e criam redes de comunicação subterrânea que distribuem água e nutrientes pelas plantas e as protegem de doenças.

Ler artigo completo aqui.

A agricultura e a culinária vão mudar. Gosta de feijão alado?

O que é que a bambara tem? E o que traz de novo o milho-painço? Estarão os europeus prontos para o feijão alado? Todas estas questões deverão ter resposta, dentro de quatro anos, quando o projeto europeu RADIANT der a conhecer os resultados obtidos com o cultivo de 15 grupos de vegetais provenientes de outros continentes ou que, entretanto, caíram em desuso. Os testes começam num grupo de 20 quintas, e deverão expandir-se mais tarde a outras 45, por convite. Estão envolvidas 29 entidades de 12 países. A participação nacional é garantida por duas vias: além da inclusão da Herdade do Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo, e da Quinta Biofontinha, na ilha Terceira, Açores, o RADIANT conta com a coordenação da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

“Mais do que combater a escassez de alimento, o projeto pretende evitar dietas cada vez mais monótonas. A agricultura tem vindo a produzir mais do mesmo. O que pode ter como resultado a perda de qualidade dos solos e de diversidade dos vegetais. A ideia é que estes alimentos sejam produzidos de forma sustentável e com custos acessíveis”, explica Marta Vasconcelos, professora na Escola Superior de Biotecnologia da UCP.

O projeto, que conta com um total de 5,9 milhões de euros de financiamento, não só vai testar o cultivo de vegetais que geralmente não constam nas safras e nos pratos europeus como prevê testes de degustação, inquéritos e rotulagem que enaltece os benefícios nutricionais dos novos vegetais que vierem a ser cultivados. Também está previsto o desenvolvimento de uma app que ajude os agricultores a apurar quais as espécies que melhor se adequam às condições agrícolas e meteorológicas de cada região.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Expresso de 13 de agosto de 2021.