Escola das Artes recebe exposição de Alice Miceli que retrata realidade em territórios de conflito
“Em profundidade (campos minados): Angola e Bósnia” é o nome da nova exposição da artista brasileira Alice Miceli, com curadoria de Luiz Camillo Osorio, que estará patente na Sala de Exposições da Escola das Artes do Centro Regional do Porto, da Universidade Católica Portuguesa. A inauguração, agendada para 5 de maio, às 18h15, contará com um momento de conversa entre a artista e o curador, seguido de uma visita guiada à exposição e de um EA Dashed Concert do artista de som de Beirute Mhamad Safa.
A exposição da artista tem por base a captação de imagens em territórios que passaram por conflito e com a existência de minas subterrâneas que continuam ativas até os dias de hoje mesmo depois de declarada a paz. “Em profundidade (campos minados): Angola e Bósnia” é composta por quatro conjuntos de imagens que se complementam, um em cada Continente, nomeadamente nos países: Camboja, Bósnia, Colômbia e Angola. Duas destas séries, referentes à Bósnia e Angola serão expostas na Escola das Artes. A mostra deste trabalho surge precisamente num momento como o atual, em que está a decorrer uma guerra em território europeu com potencial nuclear.
“Não há drama nas imagens, parecem paisagens prosaicas e ao mesmo tempo estranhas, intrigantes. Se o espectador passar rápido por elas, não vai ver nada. É aí que sempre mora o perigo. A ameaça iminente está nos detalhes”, refere Luiz Camillo Osorio descrevendo a exposição.
Esta obra desdobra uma interrogação que já era muito clara no projeto anterior da artista, sobre Chernobyl – o de encontrar alguma visibilidade para o que nos ameaça concretamente e que não é percetível a olho nu, nem tão pouco através da câmara. É precisamente para transformar em imagens esta invisibilidade que a artista concebe para esta exposição.