Byung-Chul Han, o filósofo das Magnólias

Viaja apenas uma ou duas vezes por ano. A vida “monástica “permite-lhe alcançar a “transcendência”, rodeado pelas suas flores favoritas, as Magnólias, e através da música, que logo pela manhã ouve e toca ao piano – essencialmente Bach. Apesar do desconforto que representa uma viagem, Byung-Chul Han, um dos filósofos de referência da atualidade, aceitou o convite da Faculdade de Ciências Humanas, da UCP, para, no dia 13 de abril, ser o orador de mais uma conferência comemorativa da criação da Faculdade, integrada no Ciclo “Conferências 50 Anos”.

“Spirit of Hope” foi o título da conferência e tema do seu mais recente trabalho, dedicado à reflexão sobre a dimensão da Esperança, que segundo o filósofo, “é o espírito de uma ideia que vai para além do que podemos imaginar. Como se fosse uma dimensão da alma que nos permite sermos crentes no futuro.”

“Não é otimismo”, lembrou o filósofo, “é ter esperança seja qual for o resultado. É criação e não criatividade. É sermos inspirados pelo novo, mas não nos afasta dos aspetos negativos da vida”, concluiu.

Byung-Chul han, nascido na Coreia do Sul, em 1959, é atualmente professor de Filosofia e Estudos Culturais na Universidade de Berlim (UdK). As suas mais recentes obras, a “Sociedade do Cansaço “e a “Sociedade da Transparência”, analisam as estruturas da sociedade do século XXI para entender como o modelo do capitalismo tem efeitos na vida psicológica das pessoas.

Na Conferência da FCH, o ensaísta deixou o apelo para que a Universidade Católica Portuguesa “se torne numa Universidade de Esperança, ajudando assim na formação de pessoas, capazes de reintroduzir este espírito no mundo.”

Durante o jantar que se seguiu à conferência, o diretor da FCH, Nelson Ribeiro, referiu que a celebração dos 50 anos “é um marco na vida de qualquer instituição. É também e sobretudo, o caso da Faculdade de Ciências Humanas, que se reinventou em cada curva, abraçando os ventos da mudança, mantendo os seus valores fundacionais.”

“Na nossa busca contínua de oferecer aos nossos estudantes uma educação que lhes permita construir uma sociedade mais justa, é crucial ser capaz de refletir sobre os desafios que se avizinham. Isto é muito mais urgente nas nossas sociedades contemporâneas de ritmo acelerado e tecnologicamente impulsionadas pelo capitalismo tardio, que o professor Byung-Chul Han tem brilhantemente diagnosticado no seu trabalho”, acrescentou.

A fechar, a Reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil agradeceu a todos aqueles que ao longo da história da Faculdade “fizeram aquilo que ela hoje é. Uma faculdade de sucesso, um exemplo notável das humanidades e ciências sociais e uma unidade-estúdio que se soube sempre reinventar e fazer história.”

 

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