Eventos

A decorrer neste mês

< >

Universidade Católica Portuguesa e Fundação Calouste Gulbenkian promovem investigação em ciências da vida

A Universidade Católica Portuguesa e a Fundação Calouste Gulbenkian vão assinar hoje uma parceria que irá permitir a instalação do Centro de Investigação Biomédica (CBR) da Faculdade de Medicina da UCP, no campus do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras.

Para além da cedência de espaços, equipamentos e tecnologia avançada, a Fundação Calouste Gulbenkian vai permitir o acesso às unidades de suporte científico do IGC, por parte dos investigadores do CBR.

Esta parceria, que envolve investigação científica e utilização de recursos especializados, terá a duração de quatro anos.

“A UCP orgulha-se desta oportunidade de colaboração com uma instituição de excelência, a nível internacional, que vai promover o avanço da ciência em Portugal”, refere Pedro Simas, diretor do CBR, da Universidade Católica Portuguesa.

Três cientistas ligados ao IGC - Maria João Amorim, Raquel Oliveira e Luís Teixeira -, com trabalhos reconhecidos nas áreas da virologia, dinâmica dos cromossomas e interação hospedeiro-microrganismo, agora contratados pelo CBR, terão numa fase inicial, afiliação científica nas duas instituições.

Na história do IGC, este é um dos muitos projetos científicos relacionados com as ciências da vida que a instituição incubou e que, posteriormente, deram origem a prestigiados centros de investigação em Portugal; são disso exemplo a Fundação Champalimaud, o ITQB Nova e o CEDOC (atual Nova Medical School Research), entre outros.

O protocolo que estabelece a cooperação entre a Universidade Católica Portuguesa e a Fundação Calouste Gulbenkian vai ser assinado esta sexta-feira, dia 10 de fevereiro, às 17h30, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Categorias: Católica Biomedical Research Centre

Sexta, 10/02/2023

8 milhões de euros para desenvolver novos medicamentos antivirais

Descobrir e testar novos medicamentos antivirais para fortalecer a capacidade de resposta a futuras pandemias. Eis o objetivo do EvaMobs, projeto de investigação do consórcio do qual o grupo de investigação em Biologia Celular da Infeção Viral do Centro de Investigação Biomédica da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e do Instituto Gulbenkian de Ciência, é membro.

Para atingir esse objetivo, o projeto, onde participa o grupo de investigação da UCP liderado pela investigadora Maria João Amorimrecebeu um financiamento de 8 milhões de euros do Horizonte Europa, para o ano de 2023. Como método, o EvaMobs propõe-se desenvolver uma plataforma versátil dedicada à produção de biofármacos antivirais, adaptável a diferentes tipos de vírus. Tal visa garantir que a Europa esteja equipada com uma tecnologia inovadora capaz de responder rapidamente a futuras pandemias.

Nesse sentido, o projeto visa a geração computacional de moléculas com potencial terapêutico. Essas moléculas são sintetizadas e testadas em ensaios de infeção viral pelos grupos liderados por Isabel Abreu e João Vicente, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade NOVA de Lisboa (ITQB NOVA), assim como nos laboratórios do Instituto de Medicina Molecular (iMM), liderado por Miguel Castanho e no laboratório da UCP, liderado por Maria João Amorim. As moléculas mais promissoras passarão por testes em modelos animais, culminando em um ensaio clínico em humanos para avaliação de eficácia e segurança.

O consórcio reúne especialistas de diversas áreas, tendo 11 parceiros de Portugal, Suíça, Espanha, Irlanda, Bélgica, Croácia, Alemanha e Países Baixos.

O EvaMobs destaca-se como o único projeto financiado com coordenação nacional no concurso Cluster Saúde 2023, sendo liderado por Cláudio M. Soares e Diana Lousa, do ITQB NOVA. Importa realçar que o consórcio já tinha recebido financiamento de 1 milhão de euros da La Caixa em 2022. Este financiamento, concedido ao projeto BioPlaTTar, está focado no desenvolvimento de uma plataforma para combater a COVID-19 e a gripe.

Já o novo financiamento agora obtido permitirá expandir a pesquisa para abranger outros vírus e medicamentos, levando a investigação a uma fase de ensaios clínicos.

Programa europeu Horizonte Europa

LEGENDA DA FIGURA: O projeto EvaMobs pretende criar e testar uma plataforma dedicada à produção de antivirais adaptada a vários vírus e testará inicialmente influenza A, SARS-CoV-2, vírus sincicial respiratório e Zika, mas será depois extensível a outros vírus, incluíndo Ebola. A imagem foi criada do Lúcia Antunes e Joana Carvalho.

Categorias: Católica Biomedical Research Centre

Seg, 22/01/2024

CLIL: Mais de 50 docentes dos 4 campi da Universidade Católica participam no arranque da 2ª edição das Comunidades de Aprendizagem e Prática

A 2ª edição das Comunidades de Aprendizagem e Prática (CAP), organizada pelo CLIL | Católica Learning Innovation Lab, arrancou com a presença de mais de 50 docentes dos quatro campi da Universidade Católica Portuguesa (UCP), com o objetivo de projetarem e implementarem, colaborativamente, cenários inovadores de aprendizagem.

Isabel Vasconcelos, vice-reitora da UCP, acolheu os facilitadores e participantes presentes na sessão de lançamento das CAP, realçando a importância destas iniciativas de desenvolvimento profissional docente promovidas na UCP.  “Ressalto o caráter inovador das dinâmicas promovidas pelo CLIL, em que a formação é realizada pelos próprios docentes, entre pares, com partilha de experiências e aprendizagem colaborativa”, acrescentou a vice-reitora.

A seguir, Elsa Costa e Silva, da Universidade do Minho, partilhou um relato da sua ampla experiência como participante e facilitadora de Comunidades de Aprendizagem e Prática. “Efetivamente, a partilha com os pares que desenvolvemos em termos da nossa Comunidade de Prática foi essencial para que eu pudesse ir ajustando o meu processo de transformação como docente”, afirmou a oradora convidada, reforçando as mais-valias do trabalho colaborativo no âmbito das CAP.

 

4 Comunidades de Aprendizagem e Prática mobilizam 72 participantes e 13 facilitadores

Nesta edição, que arrancou a 23 de abril, serão implementadas quatro Comunidades em torno das temáticas: Curtas de Aprendizagem Ativa, Aprendizagem baseada em Projetos e Problemas, Aprendizagem-Serviço e Inteligência Artificial e ensino. Esta iniciativa pretende proporcionar espaços de exploração de novas metodologias e estratégias pedagógicas que permitam repensar e transformar a prática pedagógica no ensino superior.

Um total de 85 docentes estarão envolvidos nesta atividade que se estenderá por oito meses, com encontros mensais de estudo, partilha e reflexão entre os pares. As comunidades serão dinamizadas por uma equipa de facilitadores, composta por representantes de diferentes unidades académicas da UCP.

 

Primeira experiência com participação interinstitucional

Pela primeira vez, as CAP contam com participantes de outra instituição. Nesta edição, seis docentes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/Brasil) vão integrar as comunidades com o intuito de estabelecer trocas de experiências, que têm em vista promover aprendizagens de docentes de ambos os contextos. Na sequência, esses docentes partilharão a sua experiência com os seus colegas da UNICAMP, envolvendo, assim, mais profissionais interessados em refletir sobre as suas práticas pedagógicas.

“Esta cooperação com outras instituições nacionais e internacionais é um passo importante na consolidação das ações do CLIL, pois abre caminhos para intercâmbios de práticas e de conhecimentos, o que é fundamental no desenvolvimento de ações de inovação pedagógica que sejam efetivamente significativas para os nossos estudantes”, destaca Diana Soares, coordenadora do CLIL.

 

Paulo Alves: “Só quando pensamos na Enfermagem de forma preventiva é que podemos ter uma noção do seu real impacto”

Fotografia de Paulo Alves

Paulo Alves é Diretor da Escola de Enfermagem (Porto) e diretor-adjunto da Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem da Universidade Católica Portuguesa. É enfermeiro, docente, investigador e especialista na área do tratamento de feridas. É, também, mergulhador nos tempos livres. Nas Berlengas ou no Mar Vermelho, garante que é uma experiência “impressionante” e que os enfermeiros e os mergulhadores têm coisas em comum. Nesta entrevista, falamos sobre os desafios da Enfermagem, a importância da inovação e dos valores que orientam o ensino da Enfermagem na Universidade Católica. Maior motivação para a vida? “A família é a minha motivação para ser feliz”.

 

O que é que um enfermeiro e um mergulhador têm em comum?

Têm em comum duas coisas muito importantes. Primeiro, há um fator risco muito elevado. No mergulho podemos pagar com a vida, literalmente. Na Enfermagem, nós zelamos pela vida dos outros. Por isso, este fator risco de pagar com a vida também existe na Enfermagem. Tanto no mergulho como na Enfermagem, devemos pensar em antecipar e programar e estar atentos aos sinais que nos podem colocar em risco. Principalmente, quando olhamos para a Enfermagem não só do ponto de vista curativo, mas, também, e acima de tudo, do ponto de vista da prevenção. Só quando pensamos na Enfermagem desta forma é que conseguimos ter uma verdadeira visão sobre a sua importância e o seu impacto. O segundo ponto que têm em comum é que o mergulhador precisa de verificar o equipamento antes de mergulhar. A Enfermagem também nos obriga a antecipar e a verificar se está tudo preparado para o procedimento que se segue. É preciso ter a capacidade de antecipar, para que possamos ser capazes de dar a resposta certa. Seja no oceano, seja num hospital com os pacientes, é necessário acautelar todos os riscos, é preciso antever e definir um plano. No mergulho, não posso entrar na água se vejo que as marés estão fortes ou sem verificar oxigénio e o tempo que tenho. O mesmo se passa nas feridas e no tratamento que faço: pondero sempre qual vai ser o prognóstico e que complicações é que podem advir.

 

O que é que se sente quando se está com a cabeça dentro de água?

Faço mergulho há muitos anos e é impressionante porque sempre que mergulho esqueço-me de tudo o que tenho à minha volta. Quando meto a cabeça dentro da água passo a estar num outro ecossistema. Literalmente. Abre-se um mundo novo de possibilidades à minha frente para eu ir descobrir.  

 

É uma prática desportiva de equipa?

Sem dúvida. Quando mergulhamos vamos sempre descobrir algo novo e é impossível conseguir fazê-lo sem ser em equipa. No mergulho, nunca podemos estar sozinhos, porque os riscos associados a esta prática são muito grandes.  O mergulho obriga a uma confiança enorme na equipa que vai connosco. Se um sobe, o outro também sobe. Nunca ninguém fica para trás.

 

Não gosta de estar sozinho?

Não gosto nada. Preciso de estar com pessoas, com família e amigos. Até no desporto: acho que não gosto de correr porque é uma atividade muito solitária. Vivo para estar com as pessoas, para colaborarmos e nos desenvolvermos em conjunto. É uma característica que me define bem.

 

E a Enfermagem também não se faz sozinha…

Os enfermeiros trabalham sempre em equipa. Tomamos decisões de forma autónoma, e outras são decisões interdisciplinares, mas, no fim do dia, é o trabalho de equipa que faz toda a diferença. Além disso, envolvemos sempre o doente e a sua família nas decisões, pois acreditamos que a colaboração com todos os envolvidos é fundamental para alcançar o melhor resultado. Quem ousa dizer que consegue fazê-lo de forma isolada não vai conseguir da melhor forma. Não é possível.

 

É diretor da Escola de Enfermagem – Porto da Católica e (colocar cargo na FCSE). Quais são as principais prioridades do seu mandato?

A nossa prioridade é sermos inovadores na forma como ensinamos e investigamos. Acima de tudo, temos de olhar para as necessidades da Saúde. São muito diferentes das que tínhamos antes, portanto, temos de ser capazes de adaptar os currículos dos programas, temos de adaptar as novas capacidades – do ensino e dos nossos docentes - e otimizá-las para as novas realidades. É nossa prioridade trazer inovação e tecnologia para o ensino, mas também para a prestação de cuidados de saúde. Preparamos os futuros enfermeiros para as necessidades do mundo.

 

“A matriz humanista e cristã diferencia-nos muito.”

 

O que é que tem sido mais desafiante no cargo de liderança que ocupa?

É inevitável trazer de novo a questão da equipa e do facto de ninguém conseguir fazer nada sozinha. Como diretor, não tenho outra forma de atingir os objetivos se não for através do envolvimento de todos. A Gestão tem processos que são muito solitários, mas aquilo que me tem fascinado é a procura pela mobilização das pessoas. Como é que se envolve uma equipa, levando a que tenham todos um foco comum? É isto que tenho tentado fazer. O meu empenho está concentrado nisto. É um grande desafio.

 

Que valores orientam o ensino da Enfermagem na Universidade Católica?

A matriz humanista e cristã diferencia-nos muito. Os valores que orientam a forma como ensinamos os nossos estudantes têm muito impacto. Nós centramo-nos muito no apoio aos mais vulneráveis. Para além disto, os enfermeiros são quem acompanha as pessoas em todo o seu ciclo de vida. Do nascimento até à morte. Não podemos ter medo de acompanhar as pessoas também na morte, isto é muito importante. É por isso que nos preocupamos tanto com a humanização e é um fator que nos distingue verdadeiramente.

 

É especialista na área do tratamento das feridas. Como é que se cruza com esta área?

No meu primeiro ano de trabalho como enfermeiro, estive a prestar cuidados de enfermagem no estabelecimento prisional do Porto, em Custóias. Comecei a ter um contacto próximo com situações de violência física e psicológica dentro da prisão e percebi que as lesões apareciam com alguma frequência. Refiro-me tanto a lesões mais simples como a lesões cirúrgicas. Mais tarde, quando também estive a trabalhar no Hospital de S. João e no Hospital de Gaia, voltei a perceber que a área das lesões e das feridas estava demasiado dispersa e que havia alguma falta de conhecimento. Dentro da Enfermagem temos várias especialidades, mas nessa altura a área da ferida crónica não tinha este espaço e esta atenção. Havia muito pouca evidência científica sobre este tema e eu comecei a interessar-me muito. Não era só a ferida aguda por motivo de trauma ou acidente, mas também a ferida crónica que muita gente tem, como o pé diabético, ou as feridas que muitos idosos apresentam por estarem acamados.

 

“A Universidade Católica foi pioneira na valorização da área do tratamento de feridas.”

 

A área das feridas é uma área abrangente?

É um campo enorme, sem dúvida. Mas eu comecei a debruçar-me especialmente não nas feridas de rápida cicatrização – uma queimadura simples ou uma ferida cirúrgica -, mas nas feridas que têm vinte ou trinta anos e que não cicatrizam. Percebi que estas feridas crónicas estão na comunidade. Os números dizem que cerca de 70% destas feridas estão na comunidade e nas famílias. Uma verdadeira epidemia escondida. Não havia números sequer. Nós não sabíamos onde é que estas pessoas estavam.

 

E assim começou a sua área de investigação…

Sim, para além de manter a prática clínica, comecei a especializar nessa área e a fazer formação específica. Quando chego à Universidade Católica, em 2009, é, precisamente, por causa desta área. Comecei logo por implementar a área da prevenção e do tratamento de feridas e a lecionar uma unidade curricular dedicada em exclusivo a esta área. Aliás, o meu primeiro estudo nesta área procurou perceber o tempo que as escolas de enfermagem, farmácia e medicina dedicavam à área das feridas. Pude concluir que muitas vezes havia seis horas dedicadas a este tema num curso de 4 anos, por exemplo. A Universidade Católica foi pioneira na valorização desta área e em trazer este tema para o ensino e para a investigação. Atualmente, somamos cerca de 20 anos de investigação e de evidência sobre este tema. Temos, hoje em dia, novos instrumentos e dispositivos médicos para uso no tratamento de feridas. Temos, também, um caminho de investigação partilhada nesta área com outras faculdades da Católica, por exemplo, com a Escola Superior de Biotecnologia. Somos os primeiros, a nível nacional, a trabalhar as feridas, as ostomias e a incontinência, oferecendo uma pós-graduação sobre isto. É importante referir que, hoje em dia, a Ordem dos Enfermeiros já reconhece como competência acrescida a áreas das feridas, coisa que não acontecia há uns anos, precisamente porque faltava evidência científica sobre esta área. É uma área que tem tido uma franca evolução. Para além de estar presente nos nossos programas de licenciatura e mestrado, temos também já estudantes de doutoramento que exploram este tema. Temos, também, ensino pós-graduado estamos a desenvolver agora novas tecnologias, quer no diagnóstico, quer no tratamento. Foi a Universidade Católica que permitiu este caminho.

 

“A investigação tem um lugar muito importante, porque foi a investigação que me trouxe esta dúvida constante, esta permanente insatisfação.”

 

O que é que o move?

A família! É o mais importante. É a família que tolera os meus maus feitios, mas acima de tudo, a família é a minha motivação para ser feliz. A investigação tem, também, um lugar muito importante, porque foi a investigação que me trouxe esta dúvida constante, esta permanente insatisfação. O que é extremamente desafiante e motivador. Tenho a sorte de poder variar a minha vida profissional entre a parte clínica, que muito valorizo porque me permite estar em contacto com a comunidade, a docência, que me realiza muitíssimo, e a investigação, que é sempre um grande desafio.

 

Bons locais para mergulhar em Portugal?

Gosto muito de mergulhar nas Berlengas, sem dúvida. Gosto também do Algarve e da Madeira. Os Açores também são excecionais, mas eu ainda não tive a oportunidade de fazer lá mergulho. Há, ainda, um sítio fabuloso que é em Vila Chã aqui no Norte. Está nesse local um submarino alemão afundado desde a II Guerra Mundial a cerca de 33 metros de profundidade. É um mergulho arriscado, porque a zona tem marés e correntes complexas.

 

Um mergulho inesquecível?

No Mar Vermelho. Foi absolutamente extraordinário. Tem uma imensa riqueza de vida animal e a visibilidade que se tem dentro de água é muito maior. Tem animais de grande porte! E o risco é maior, o que nos dá uma grande adrenalina.

 


Pessoas em Destaque é uma rubrica de entrevistas da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.

Categorias: Escola de Enfermagem

Quinta, 09/05/2024

O que deve ter um enfermeiro do futuro? Inovação e compaixão

Utilizam-se algoritmos e usa-se a inteligência artificial. Investe-se na inovação e na investigação. A área da saúde tem muitos caminhos e a Universidade Católica Portuguesa (UCP) sabe disso. Paulo Alves, diretor da Escola de Enfermagem do Porto da UCP, coordenador dos projetos do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde, fala sobre horizontes que se abrem, desafios e soluções para o futuro da Enfermagem. E da inovação e humanização no cuidado a tratar feridas crónicas.

“Numa era em que a tecnologia redefine os limites do possível, a nossa investigação no desenvolvimento de um Sistema de Apoio à Tomada de Decisão Clínica no Diagnóstico e Tratamento da Pessoa com Ferida Crónica, destaca-se como um farol de inovação e um desafio à compaixão”, refere.

Artigo completo disponível no Notícias Magazine

Católica e Gulbenkian assinam protocolo para promover o avanço da ciência em Portugal

O protocolo já foi assinado. O Centro de Investigação Biomédica (CBR) da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa vai instalar-se no campus do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, numa parceria que envolve investigação científica e utilização de recursos especializados.

O documento, que estabelece a cooperação entre as duas instituições, foi assinado no dia 10 de fevereiro, pela Reitora da Universidade Católica, Isabel Capeloa Gil e pelo presidente da Fundação Gulbenkian, António Feijó.

Pedro Simas, diretor do CBR, marcou também presença na assinatura deste protocolo que vai permitir, para além da cedência de espaços  (cerca de 600m2), equipamentos e tecnologia avançada, o acesso às unidades de suporte científico do IGC por parte dos investigadores do CBR.

Na história do IGC, este é um dos muitos projetos científicos relacionados com as ciências da vida que a instituição incubou e que, posteriormente, deram origem a prestigiados centros de investigação em Portugal; são disso exemplo a Fundação Champalimaud, o ITQB Nova e o CEDOC (atual Nova Medical School Research), entre outros.

Três cientistas ligados ao IGC, agora contratados pelo CBR – Maria João Amorim, Raquel Oliveira e Luís Teixeira -, com trabalhos reconhecidos nas áreas da virologia, dinâmica dos cromossomas e interação hospedeiro-microrganismo, terão, numa fase inicial, afiliação científica nas duas instituições.

Protocolo1

 

Estarmos a preparar-nos já para um vírus ainda desconhecido? Equipa portuguesa recebe oito milhões para isso

E se pudéssemos começar já a preparar o combate a um vírus que ainda é desconhecido? Uma equipa internacional liderada por dois investigadores portugueses recebeu oito milhões de euros do programa Horizonte Europa para descobrir e produzir novos medicamentos para vírus. O objectivo é que a tecnologia possa ajudar a combater as próximas pandemias.

(...)

Uma vez que os antivirais que existem actualmente actuam apenas contra um número limitado de vírus e não é possível prever os vírus que irão causar as próximas pandemias, surge a necessidade de criar antivirais que funcionem contra uma vasta gama de agentes infecciosos e que possam ser adaptados de forma fácil e rápida numa situação de emergência. Para isso, a equipa pretende desenhar novas proteínas para se ligarem aos alvos virais com recurso à inteligência artificial e a métodos baseados em física. Partindo de milhões de moléculas desenhadas em computador, esclarece o ITQB em comunicado, os investigadores vão, em colaboração com o laboratório do ITQB liderado por Manuel Melo, seleccionar algumas centenas de moléculas, que depois serão produzidas pelas equipas lideradas por Isabel Abreu e João Vicente, do ITQB, e então testadas em ensaios de infecção viral no laboratório do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa liderado por Miguel Castanho e no laboratório do Centro de Investigação Biomédica da Universidade Católica Portuguesa chefiado por Maria João Amorim.

Nota: Pode ler o conteúdo na íntegra na edição impressa do jornal Público de 22 de janeiro de 2024.

Universidade Católica organiza Seminário sobre Inteligência Artificial no Ensino Superior

“Inteligência Artificial no Ensino Superior - Disrupção e Adaptação” é o tema do próximo seminário organizado no âmbito do CLIL – Católica Learning Innovation Lab da Universidade Católica Portuguesa, que acontece a 30 de janeiro de 2024, entre as 9h00 e as 13h00.

Dividido em 3 painéis diferentes, “Inteligência Artificial: Conhecer a realidade e explorar o seu potencial na investigação”, “Ensinar para um Mundo com Inteligência Artificial” e “Ensinar com Inteligência Artificial”, este seminário reúne palestrantes especialistas em Inteligência Artificial do meio académico e empresarial.

Em formato online, o seminário destina-se a todos os docentes, investigadores e colaboradores da UCP e é inaugurado pela Reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil.

Inscreva-se aqui para participar.

 

Seminário sobre Inteligência Artificial no Ensino Superior

Dia Internacional do Enfermeiro | "A Saúde como Resposta" por Amélia Simões Figueiredo

Quando nos últimos anos do século XIX a saúde no país se definia enquanto uma questão de “boa ou má sorte”, os enfermeiros já se ocupavam de vertentes tecnicistas baseadas em práticas ensinadas por outros profissionais, sob a alçada das administrações hospitalares.

Desde então no processo de profissionalização da Enfermagem valorizamos como marcos determinantes: a evolução do Sistema de Formação, o Regulamento do Exercício Profissional e a criação da Ordem dos Enfermeiros.

No início do século XX, a saúde foi definida “como a ausência de doença”. A aparente exclusão mútua destes dois conceitos levou a desígnios próprios onde se foi evidenciando o objeto da Enfermagem.

Ao longo da história do século XX, a saúde aponta para “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”, definição amplamente criticada, enquanto se interroga a diferença e a singularidade de cada pessoa e se assume a doença integrada num fenómeno de saúde, numa temporalidade vivida e em circunstâncias únicas.

A saúde em Portugal assume-se como um direito a partir do 25 de abril de 1974. Com a revisão constitucional “a saúde passa a ser considerada como um bem a atingir e a preservar”. A mudança de paradigma anunciada pela primeira vez em setembro de 1978, na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Alma-Ata, na República do Cazaquistão, expressa a “necessidade de ação urgente de todos os governos, de todos os que trabalham nos campos da saúde e do desenvolvimento da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo”. Esta aposta na promoção da saúde e na prevenção da doença foi desde então assumida pelo ensino de enfermagem e pela prática clínica dos enfermeiros. Na década de oitenta entendia-se “uma boa saúde como um dos maiores recursos para o desenvolvimento social, económico e pessoal e uma dimensão importante de qualidade de vida”.

Entre a década de 80 e 90 os modelos de formação evoluíram para práticas pedagógicas mais reflexivas; assiste-se a uma transição da racionalidade técnica para uma orientação para o cuidar, com recurso à Academia. Apesar de tudo, ainda parece haver alguma dissonância entre uma filosofia já anunciada por Alma Ata e os modelos em uso em alguns contextos clínicos, faltando cumprir o ideal da referida filosofia.

A afirmação da Ordem dos Enfermeiros, enquanto entidade que regula o exercício da Enfermagem Portuguesa, com a produção de uma série de instrumentos como os Padrões de Qualidade, as competências dos Enfermeiro de Cuidados Gerais, as Competências Comuns e especificas dos Enfermeiros Especialistas, entre outros, revela que os cuidados de saúde e, consequentemente, os cuidados de Enfermagem, assumem hoje uma exigência técnica e científica, fundamentais para a sociedade.

A definição de Saúde de René Dubos - “…um modus vivendi que permita aos homens imperfeitos ter uma vida compensatória e não demasiado difícil, apesar de viverem num mundo imperfeito”-  revela o potencial da intervenção dos Enfermeiros na “resposta” às “respostas” humanas singulares que cada ser humano carrega nos seus processos de vida, em temporalidades e circunstâncias próprias.

Termino destacando as linhas que norteiam o lema escolhido pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (International Council of Nurses – ICN) para o Dia Internacional do Enfermeiro de 2024:

"Os nossos enfermeiros. O nosso futuro. O poder económico dos cuidados".

Atrevo-me a acrescentar:

"Os nossos enfermeiros” são um valor transformador para a saúde global na capacitação das pessoas para a gestão dos processos de saúde doença!

“O nosso futuro” reside na melhor evidência científica e na mudança do paradigma anunciado que falta cumprir!

“O poder económico dos cuidados" assenta na promoção da saúde e na prevenção da doença em contextos integrados de saúde!

A Escola de Enfermagem (Lisboa) da Universidade Católica Portuguesa cumprimenta respeitosamente todos os Enfermeiros!

Amélia Simões Figueiredo

Categorias: Escola de Enfermagem Católica Opinion-Makers

Sexta, 10/05/2024

ODS 3

Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

Saiba Mais

Ana Carolina da Rocha Monteiro: "Desafios da Enfermagem"

Neste Dia Internacional do Enfermeiro é imperativo reconhecer a profunda dedicação e resiliência demonstradas por estes profissionais, diariamente. Este ano, é celebrado sob o lema "Os nossos enfermeiros. O nosso futuro. O poder económico dos cuidados", definido pelo International Council of Nurses.

Tendo em conta a crescente mudança do paradigma da saúde, torna-se cada vez mais importante, o investimento do enfermeiro na sua educação e formação, em resposta aos inúmeros reptos que lhe são colocados. Assim, é relevante refletir sobre os desafios que os enfermeiros enfrentam, desde o início da sua formação, até aos exigentes e diversificados contextos da prática clínica.

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes do Público de 12 de maio de 2024.

Investigadores sabotam as “fábricas de montagem” do vírus da gripe

grupo de investigadores, que Maria João Amorim lidera no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e no Centro de Investigação Biomédica, da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, dá a conhecer, num estudo agora publicado, uma descoberta sobre o vírus da gripe, que abre portas a novas terapêuticas com aplicação em infeções, doenças neurodegenerativas e cancro.

O novo estudo, liderado por investigadores da Gulbenkian e publicado na revista científica eLife, revela como podemos interferir na montagem do genoma do vírus influenza para controlar a gripe A. Esta descoberta abre caminho ao desenvolvimento de tratamentos antivirais inovadores passíveis de ser aplicados à gripe sazonal, bem como a infeções que usam os mesmos processos. São exemplos a COVID-19, a ébola, a papeira, o sarampo, ou a infeção pelo vírus sincicial respiratório.

Apesar das estratégias atuais de vigilância e vacinação, a gripe A continua a matar cerca de 600 mil pessoas todos os anos. Perceber aquilo de que este vírus precisa para se multiplicar no nosso organismo é o segredo para delinear novas estratégias de combate à infeção. Porque para ganhar uma batalha é preciso conhecer o inimigo.

Depois de invadirem as nossas células, os vírus tiram proveito destas para se multiplicarem. Esta tarefa é particularmente complexa no caso do vírus influenza A, visto que o seu genoma é constituído por oito segmentos diferentes que têm de ser agrupados num único complexo. O grupo que Maria João Amorim lidera foi o primeiro a propor, num estudo anterior, que este vírus monta o seu genoma em compartimentos das células a que atribuíram o nome de “inclusões virais”. Para que cumpram o seu propósito, estas inclusões têm de estar no estado líquido.

Agora, os investigadores perceberam que é possível alterar as propriedades das inclusões virais de forma a limitar a infeção. “Estudámos como estas estruturas se comportam quando mudamos, por exemplo, a temperatura ou as interações no seu interior”, explica Temitope Etibor, o primeiro autor do novo estudo e estudante de doutoramento no IGC. “Estas alterações promovem a solidificação das inclusões virais, o que afeta o seu comportamento”, acrescenta. Esta transição de estado líquido para sólido comprometeu a infeção viral tanto em células como nos pulmões de ratinhos.

“Este estudo é um ponto de partida para compreendermos como atacar um alvo completamente diferente nas infeções virais”, nota a investigadora principal Maria João Amorim. Os resultados falam por si: a melhor forma de solidificar estas inclusões é aumentar o número e a força de interações entre os segmentos do genoma viral no seu interior. Se queremos sabotar as “fábricas de montagem” do vírus e limitar a infeção, devemos então apostar no desenvolvimento de moléculas capazes de atingir esse efeito. Outro ponto a favor desta estratégia é que não tem efeitos tóxicos para o hospedeiro.

Manipular as propriedades destes compartimentos que concentram moléculas importantes e desempenham funções especializadas no interior das células é uma estratégia promissora não só para o tratamento de infeções, mas também de doenças neurodegenerativas e do cancro. Assim, estes novos dados podem ser a peça que estava em falta para inspirar uma nova era no tratamento de doenças.

 

Ler artigo científico aqui

Categorias: Católica Biomedical Research Centre

Terça, 11/04/2023

Faculdade de Medicina da Universidade Católica inaugura novo Centro de Investigação

O Católica Biomedical Research Centre (CBR), o novo centro de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, vai ser inaugurado hoje, dia 24 de outubro, no Campus do Instituto Gulbenkian de Ciência.

Segundo Pedro Simas, diretor do CBR, o novo centro irá “desenvolver investigação biomédica fundamental, multidisciplinar e orientada pelos interesses dos seus investigadores”. Para isto contribui a aposta em “investigadores talentosos que combinam tecnologias inovadoras que unem medicina, biologia e engenharia, com o objetivo de entender sistemas complexos e encontrar soluções para os desafios sociais atuais e futuros, quer em termos de saúde humana quer do planeta”, destaca o diretor.

Também nas palavras da Reitora da Universidade Católica, Isabel Capeloa Gil, “o CBR constitui um contributo para a competitividade em ciência de Portugal e foi criado para fazer a diferença”. E nesse sentido, o CBR está inserido num ecossistema que aspira promover a saúde humana, através de investigação e inovação no ensino e na prática médica.

Sobre o novo centro de investigação o Diretor da Faculdade de Medicina da UCP, António de Almeida, refere que “para formar os médicos para a medicina do futuro, com uma cultura inquisitiva e crítica, é essencial o domínio do método científico e uma estreita colaboração com os investigadores”.

Juntamente com a Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, o Hospital da Luz Lisboa e a União das Misericórdias Portuguesas, o CBR participa no primeiro Centro Académico Clínico (CAC) não governamental em Portugal – o CAC Católica-Luz.

O CBR está atualmente sediado no campus do Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, para beneficiar do seu ambiente de investigação privilegiado, recursos altamente qualificados e infraestruturas especializadas, numa colaboração entre a Universidade Católica e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Criado em 2021, o CBR conta já com oito grupos de investigação liderados pelos investigadores Cláudio Franco, Luís Teixeira, Maria João Amorim, Raquel Oliveira, Pedro Simas, Sara Silva Pereira, José Lourenço e João Raimundo, que estudam os mais diversos aspetos da biomedicina, desde infeção e imunidade, epidemiologia, angiogénese, regulação da expressão de genes e a divisão celular, entre outros.

A aposta em linhas de investigação diversas permitirá que problemas complexos sejam analisados e resolvidos utilizando abordagens complementares. Os atuais investigadores têm financiamento nacional e internacional competitivo, nomeadamente de vários programas da Comissão Europeia (incluindo várias bolsas do European Research Council), da Fundação La Caixa, dos National Institutes of Health dos Estados Unidos da América e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.  Num período de 10 anos, o CBR espera reunir um total de 20 investigadores principais.

Em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Oeiras, o CBR está a estabelecer um forte relacionamento com a sociedade, nomeadamente com estudantes e professores do ensino secundário do município, e a desempenhar um papel ativo na construção de competências de literacia científica e em saúde da população em geral.

 

Pedro Simas por Grumpy Pand

Fotografia de Grumpy Panda 

Categorias: Católica Biomedical Research Centre

Seg, 23/10/2023

Faculdade de Medicina da Universidade Católica inaugura novo centro de investigação biomédica

A Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa vai inaugurar, na tarde desta terça-feira, o Católica Biomedical Research Centre (CBR), um novo centro de investigação cuja missão é promover a saúde através da ciência fundamental.

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes do Público de 24 de outubro de 2023.

“Um passo fundamental para o futuro”: Católica inaugura Biomedical Research Centre em Oeiras

Com a ambição de "gerar ciência transformadora, fixar talento e tornar o país num espaço mais competitivo”, a Universidade Católica Portuguesa (UCP) inaugurou o Católica Biomedical Research Centre (CBR), no dia 24 de outubro. Com instalações no Campus do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, é “um projeto científico de relevo para o país”, afirmou a Reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil, na cerimónia de inauguração.

Este novo centro de investigação, que pertence à Faculdade de Medicina da Católica, é para a Reitora “o exemplo de que parcerias de qualidade permitem crescer em conjunto para fazer a diferença e atrair talento para o país”.

Idealizado e liderado por Pedro Simas, o CBR pretende “perseguir a ciência fundamental, desenvolver research leaders e promover a colaboração entre a clínica, a ciência fundamental e o ensino”, explicou o investigador. O diretor do CBR referiu ainda que “a Católica está a investir em Ciência, mas está também a apostar no futuro”.

Uma missão partilhada por Isaltino Morais. O Presidente da Câmara Municipal de Oeiras defendeu que o município deve “criar condições para que se gere riqueza, trabalho e para que se atraiam talentos”, acrescentando que é fundamental apostar na ciência e na inovação.

Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, assinalou, numa mensagem em vídeo, a importância de “envolver as pessoas e a sociedade com enfoque nas suas necessidades”, frisando que “a ciência é feita para o bem comum”.

Criado em 2021, o CBR ganha agora um espaço físico para desenvolver a sua atividade, após parcerias com o Grupo Luz Saúde, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Câmara Municipal de Oeiras.

“É um passo monumental tanto para o futuro da Universidade Católica como para o avanço do ecossistema local e nacional de investigação em saúde”, referiu Mónica Bettencourt-Dias, Diretora do IGC, instituição que acolhe este centro durante os próximos cinco anos. Também presente na inauguração, António Feijó, Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, desejou o “melhor acolhimento, a melhor hospitalidade” ao CBR.

Inserido no Centro Académico Clínico – Católica Luz, um ecossistema que pretende promover a saúde humana através da investigação, do ensino e da prática clínica, o CBR conta já com oito grupos de investigação liderados por cientistas com uma “reputação estabelecida”, indicou António Almeida, Diretor da Faculdade de Medicina da Católica. “Não há crescimento sem colaboração. A competição só nos ajuda a crescer”, destacou, referindo-se tanto à cooperação entre os vários parceiros institucionais como entre investigadores.

“Nas instituições científicas de investigação, temos de fazer ciência fundamental”, defendeu o imunologista António Coutinho, no evento. O médico, que é também cientista, destacou a importância da liberdade para a “manifestação das capacidades criativas” dos investigadores. Um aspeto essencial que o especialista acredita existir neste novo centro da Católica.

Categorias: Católica Biomedical Research Centre Faculdade de Medicina

Quarta, 25/10/2023

ODS 3

Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

Saiba Mais

ODS 4

Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

Saiba Mais

CLIL promove 2º Ciclo de Workshops Pedagógicos UCP

Após o sucesso do 1ª Ciclo de Workshops Pedagógicos UCP, o CLIL - Católica Learning Innovation Lab vai organizar o 2º Ciclo de Workshops Pedagógicos, entre os dias 30 de janeiro e 16 de fevereiro de 2024.

O arranque acontece com a realização, a 30 de janeiro, do Seminário “Inteligência Artificial no Ensino Superior: Disrupção e Adaptação”

Ao longo de três semanas, serão dinamizadas 25 sessões temáticas por oradores internos e externos à UCP, com o objetivo de fomentar momentos de partilha, pautados pela dinâmica de aprendizagem entre pares. Diferentes temáticas relacionadas com a inovação pedagógica serão abordadas e debatidas entre dinamizadores e participantes.

Este ano, além dos workshops online, a iniciativa acolhe as formações presenciais promovidas pelos Projetos CApS – Aprendizagem-ServiçoERASMUS+ PBL4COLLABTT / PBL4TEA.

O ciclo de workshops é dirigido aos docentes e investigadores dos quatro campi da UCP. As inscrições terminam no dia 29 de janeiro de 2024 e devem ser realizadas no seguinte Formulário.

Categorias: Laboratório de Inovação Pedagógica | CLIL

Quinta, 18/01/2024

Próximos eventos

Universidade Católica Portuguesa e Fundação Calouste Gulbenkian promovem investigação em ciências da vida

A Universidade Católica Portuguesa e a Fundação Calouste Gulbenkian vão assinar hoje uma parceria que irá permitir a instalação do Centro de Investigação Biomédica (CBR) da Faculdade de Medicina da UCP, no campus do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras.

Para além da cedência de espaços, equipamentos e tecnologia avançada, a Fundação Calouste Gulbenkian vai permitir o acesso às unidades de suporte científico do IGC, por parte dos investigadores do CBR.

Esta parceria, que envolve investigação científica e utilização de recursos especializados, terá a duração de quatro anos.

“A UCP orgulha-se desta oportunidade de colaboração com uma instituição de excelência, a nível internacional, que vai promover o avanço da ciência em Portugal”, refere Pedro Simas, diretor do CBR, da Universidade Católica Portuguesa.

Três cientistas ligados ao IGC - Maria João Amorim, Raquel Oliveira e Luís Teixeira -, com trabalhos reconhecidos nas áreas da virologia, dinâmica dos cromossomas e interação hospedeiro-microrganismo, agora contratados pelo CBR, terão numa fase inicial, afiliação científica nas duas instituições.

Na história do IGC, este é um dos muitos projetos científicos relacionados com as ciências da vida que a instituição incubou e que, posteriormente, deram origem a prestigiados centros de investigação em Portugal; são disso exemplo a Fundação Champalimaud, o ITQB Nova e o CEDOC (atual Nova Medical School Research), entre outros.

O protocolo que estabelece a cooperação entre a Universidade Católica Portuguesa e a Fundação Calouste Gulbenkian vai ser assinado esta sexta-feira, dia 10 de fevereiro, às 17h30, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Categorias: Católica Biomedical Research Centre

Sexta, 10/02/2023

8 milhões de euros para desenvolver novos medicamentos antivirais

Descobrir e testar novos medicamentos antivirais para fortalecer a capacidade de resposta a futuras pandemias. Eis o objetivo do EvaMobs, projeto de investigação do consórcio do qual o grupo de investigação em Biologia Celular da Infeção Viral do Centro de Investigação Biomédica da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e do Instituto Gulbenkian de Ciência, é membro.

Para atingir esse objetivo, o projeto, onde participa o grupo de investigação da UCP liderado pela investigadora Maria João Amorimrecebeu um financiamento de 8 milhões de euros do Horizonte Europa, para o ano de 2023. Como método, o EvaMobs propõe-se desenvolver uma plataforma versátil dedicada à produção de biofármacos antivirais, adaptável a diferentes tipos de vírus. Tal visa garantir que a Europa esteja equipada com uma tecnologia inovadora capaz de responder rapidamente a futuras pandemias.

Nesse sentido, o projeto visa a geração computacional de moléculas com potencial terapêutico. Essas moléculas são sintetizadas e testadas em ensaios de infeção viral pelos grupos liderados por Isabel Abreu e João Vicente, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade NOVA de Lisboa (ITQB NOVA), assim como nos laboratórios do Instituto de Medicina Molecular (iMM), liderado por Miguel Castanho e no laboratório da UCP, liderado por Maria João Amorim. As moléculas mais promissoras passarão por testes em modelos animais, culminando em um ensaio clínico em humanos para avaliação de eficácia e segurança.

O consórcio reúne especialistas de diversas áreas, tendo 11 parceiros de Portugal, Suíça, Espanha, Irlanda, Bélgica, Croácia, Alemanha e Países Baixos.

O EvaMobs destaca-se como o único projeto financiado com coordenação nacional no concurso Cluster Saúde 2023, sendo liderado por Cláudio M. Soares e Diana Lousa, do ITQB NOVA. Importa realçar que o consórcio já tinha recebido financiamento de 1 milhão de euros da La Caixa em 2022. Este financiamento, concedido ao projeto BioPlaTTar, está focado no desenvolvimento de uma plataforma para combater a COVID-19 e a gripe.

Já o novo financiamento agora obtido permitirá expandir a pesquisa para abranger outros vírus e medicamentos, levando a investigação a uma fase de ensaios clínicos.

Programa europeu Horizonte Europa

LEGENDA DA FIGURA: O projeto EvaMobs pretende criar e testar uma plataforma dedicada à produção de antivirais adaptada a vários vírus e testará inicialmente influenza A, SARS-CoV-2, vírus sincicial respiratório e Zika, mas será depois extensível a outros vírus, incluíndo Ebola. A imagem foi criada do Lúcia Antunes e Joana Carvalho.

Categorias: Católica Biomedical Research Centre

Seg, 22/01/2024