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Paulo Alves: “Só quando pensamos na Enfermagem de forma preventiva é que podemos ter uma noção do seu real impacto”

Fotografia de Paulo Alves

Paulo Alves é Diretor da Escola de Enfermagem (Porto) e diretor-adjunto da Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem da Universidade Católica Portuguesa. É enfermeiro, docente, investigador e especialista na área do tratamento de feridas. É, também, mergulhador nos tempos livres. Nas Berlengas ou no Mar Vermelho, garante que é uma experiência “impressionante” e que os enfermeiros e os mergulhadores têm coisas em comum. Nesta entrevista, falamos sobre os desafios da Enfermagem, a importância da inovação e dos valores que orientam o ensino da Enfermagem na Universidade Católica. Maior motivação para a vida? “A família é a minha motivação para ser feliz”.

 

O que é que um enfermeiro e um mergulhador têm em comum?

Têm em comum duas coisas muito importantes. Primeiro, há um fator risco muito elevado. No mergulho podemos pagar com a vida, literalmente. Na Enfermagem, nós zelamos pela vida dos outros. Por isso, este fator risco de pagar com a vida também existe na Enfermagem. Tanto no mergulho como na Enfermagem, devemos pensar em antecipar e programar e estar atentos aos sinais que nos podem colocar em risco. Principalmente, quando olhamos para a Enfermagem não só do ponto de vista curativo, mas, também, e acima de tudo, do ponto de vista da prevenção. Só quando pensamos na Enfermagem desta forma é que conseguimos ter uma verdadeira visão sobre a sua importância e o seu impacto. O segundo ponto que têm em comum é que o mergulhador precisa de verificar o equipamento antes de mergulhar. A Enfermagem também nos obriga a antecipar e a verificar se está tudo preparado para o procedimento que se segue. É preciso ter a capacidade de antecipar, para que possamos ser capazes de dar a resposta certa. Seja no oceano, seja num hospital com os pacientes, é necessário acautelar todos os riscos, é preciso antever e definir um plano. No mergulho, não posso entrar na água se vejo que as marés estão fortes ou sem verificar oxigénio e o tempo que tenho. O mesmo se passa nas feridas e no tratamento que faço: pondero sempre qual vai ser o prognóstico e que complicações é que podem advir.

 

O que é que se sente quando se está com a cabeça dentro de água?

Faço mergulho há muitos anos e é impressionante porque sempre que mergulho esqueço-me de tudo o que tenho à minha volta. Quando meto a cabeça dentro da água passo a estar num outro ecossistema. Literalmente. Abre-se um mundo novo de possibilidades à minha frente para eu ir descobrir.  

 

É uma prática desportiva de equipa?

Sem dúvida. Quando mergulhamos vamos sempre descobrir algo novo e é impossível conseguir fazê-lo sem ser em equipa. No mergulho, nunca podemos estar sozinhos, porque os riscos associados a esta prática são muito grandes.  O mergulho obriga a uma confiança enorme na equipa que vai connosco. Se um sobe, o outro também sobe. Nunca ninguém fica para trás.

 

Não gosta de estar sozinho?

Não gosto nada. Preciso de estar com pessoas, com família e amigos. Até no desporto: acho que não gosto de correr porque é uma atividade muito solitária. Vivo para estar com as pessoas, para colaborarmos e nos desenvolvermos em conjunto. É uma característica que me define bem.

 

E a Enfermagem também não se faz sozinha…

Os enfermeiros trabalham sempre em equipa. Tomamos decisões de forma autónoma, e outras são decisões interdisciplinares, mas, no fim do dia, é o trabalho de equipa que faz toda a diferença. Além disso, envolvemos sempre o doente e a sua família nas decisões, pois acreditamos que a colaboração com todos os envolvidos é fundamental para alcançar o melhor resultado. Quem ousa dizer que consegue fazê-lo de forma isolada não vai conseguir da melhor forma. Não é possível.

 

É diretor da Escola de Enfermagem – Porto da Católica e (colocar cargo na FCSE). Quais são as principais prioridades do seu mandato?

A nossa prioridade é sermos inovadores na forma como ensinamos e investigamos. Acima de tudo, temos de olhar para as necessidades da Saúde. São muito diferentes das que tínhamos antes, portanto, temos de ser capazes de adaptar os currículos dos programas, temos de adaptar as novas capacidades – do ensino e dos nossos docentes - e otimizá-las para as novas realidades. É nossa prioridade trazer inovação e tecnologia para o ensino, mas também para a prestação de cuidados de saúde. Preparamos os futuros enfermeiros para as necessidades do mundo.

 

“A matriz humanista e cristã diferencia-nos muito.”

 

O que é que tem sido mais desafiante no cargo de liderança que ocupa?

É inevitável trazer de novo a questão da equipa e do facto de ninguém conseguir fazer nada sozinha. Como diretor, não tenho outra forma de atingir os objetivos se não for através do envolvimento de todos. A Gestão tem processos que são muito solitários, mas aquilo que me tem fascinado é a procura pela mobilização das pessoas. Como é que se envolve uma equipa, levando a que tenham todos um foco comum? É isto que tenho tentado fazer. O meu empenho está concentrado nisto. É um grande desafio.

 

Que valores orientam o ensino da Enfermagem na Universidade Católica?

A matriz humanista e cristã diferencia-nos muito. Os valores que orientam a forma como ensinamos os nossos estudantes têm muito impacto. Nós centramo-nos muito no apoio aos mais vulneráveis. Para além disto, os enfermeiros são quem acompanha as pessoas em todo o seu ciclo de vida. Do nascimento até à morte. Não podemos ter medo de acompanhar as pessoas também na morte, isto é muito importante. É por isso que nos preocupamos tanto com a humanização e é um fator que nos distingue verdadeiramente.

 

É especialista na área do tratamento das feridas. Como é que se cruza com esta área?

No meu primeiro ano de trabalho como enfermeiro, estive a prestar cuidados de enfermagem no estabelecimento prisional do Porto, em Custóias. Comecei a ter um contacto próximo com situações de violência física e psicológica dentro da prisão e percebi que as lesões apareciam com alguma frequência. Refiro-me tanto a lesões mais simples como a lesões cirúrgicas. Mais tarde, quando também estive a trabalhar no Hospital de S. João e no Hospital de Gaia, voltei a perceber que a área das lesões e das feridas estava demasiado dispersa e que havia alguma falta de conhecimento. Dentro da Enfermagem temos várias especialidades, mas nessa altura a área da ferida crónica não tinha este espaço e esta atenção. Havia muito pouca evidência científica sobre este tema e eu comecei a interessar-me muito. Não era só a ferida aguda por motivo de trauma ou acidente, mas também a ferida crónica que muita gente tem, como o pé diabético, ou as feridas que muitos idosos apresentam por estarem acamados.

 

“A Universidade Católica foi pioneira na valorização da área do tratamento de feridas.”

 

A área das feridas é uma área abrangente?

É um campo enorme, sem dúvida. Mas eu comecei a debruçar-me especialmente não nas feridas de rápida cicatrização – uma queimadura simples ou uma ferida cirúrgica -, mas nas feridas que têm vinte ou trinta anos e que não cicatrizam. Percebi que estas feridas crónicas estão na comunidade. Os números dizem que cerca de 70% destas feridas estão na comunidade e nas famílias. Uma verdadeira epidemia escondida. Não havia números sequer. Nós não sabíamos onde é que estas pessoas estavam.

 

E assim começou a sua área de investigação…

Sim, para além de manter a prática clínica, comecei a especializar nessa área e a fazer formação específica. Quando chego à Universidade Católica, em 2009, é, precisamente, por causa desta área. Comecei logo por implementar a área da prevenção e do tratamento de feridas e a lecionar uma unidade curricular dedicada em exclusivo a esta área. Aliás, o meu primeiro estudo nesta área procurou perceber o tempo que as escolas de enfermagem, farmácia e medicina dedicavam à área das feridas. Pude concluir que muitas vezes havia seis horas dedicadas a este tema num curso de 4 anos, por exemplo. A Universidade Católica foi pioneira na valorização desta área e em trazer este tema para o ensino e para a investigação. Atualmente, somamos cerca de 20 anos de investigação e de evidência sobre este tema. Temos, hoje em dia, novos instrumentos e dispositivos médicos para uso no tratamento de feridas. Temos, também, um caminho de investigação partilhada nesta área com outras faculdades da Católica, por exemplo, com a Escola Superior de Biotecnologia. Somos os primeiros, a nível nacional, a trabalhar as feridas, as ostomias e a incontinência, oferecendo uma pós-graduação sobre isto. É importante referir que, hoje em dia, a Ordem dos Enfermeiros já reconhece como competência acrescida a áreas das feridas, coisa que não acontecia há uns anos, precisamente porque faltava evidência científica sobre esta área. É uma área que tem tido uma franca evolução. Para além de estar presente nos nossos programas de licenciatura e mestrado, temos também já estudantes de doutoramento que exploram este tema. Temos, também, ensino pós-graduado estamos a desenvolver agora novas tecnologias, quer no diagnóstico, quer no tratamento. Foi a Universidade Católica que permitiu este caminho.

 

“A investigação tem um lugar muito importante, porque foi a investigação que me trouxe esta dúvida constante, esta permanente insatisfação.”

 

O que é que o move?

A família! É o mais importante. É a família que tolera os meus maus feitios, mas acima de tudo, a família é a minha motivação para ser feliz. A investigação tem, também, um lugar muito importante, porque foi a investigação que me trouxe esta dúvida constante, esta permanente insatisfação. O que é extremamente desafiante e motivador. Tenho a sorte de poder variar a minha vida profissional entre a parte clínica, que muito valorizo porque me permite estar em contacto com a comunidade, a docência, que me realiza muitíssimo, e a investigação, que é sempre um grande desafio.

 

Bons locais para mergulhar em Portugal?

Gosto muito de mergulhar nas Berlengas, sem dúvida. Gosto também do Algarve e da Madeira. Os Açores também são excecionais, mas eu ainda não tive a oportunidade de fazer lá mergulho. Há, ainda, um sítio fabuloso que é em Vila Chã aqui no Norte. Está nesse local um submarino alemão afundado desde a II Guerra Mundial a cerca de 33 metros de profundidade. É um mergulho arriscado, porque a zona tem marés e correntes complexas.

 

Um mergulho inesquecível?

No Mar Vermelho. Foi absolutamente extraordinário. Tem uma imensa riqueza de vida animal e a visibilidade que se tem dentro de água é muito maior. Tem animais de grande porte! E o risco é maior, o que nos dá uma grande adrenalina.

 


Pessoas em Destaque é uma rubrica de entrevistas da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.

Categorias: Escola de Enfermagem

Quinta, 09/05/2024

O que deve ter um enfermeiro do futuro? Inovação e compaixão

Utilizam-se algoritmos e usa-se a inteligência artificial. Investe-se na inovação e na investigação. A área da saúde tem muitos caminhos e a Universidade Católica Portuguesa (UCP) sabe disso. Paulo Alves, diretor da Escola de Enfermagem do Porto da UCP, coordenador dos projetos do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde, fala sobre horizontes que se abrem, desafios e soluções para o futuro da Enfermagem. E da inovação e humanização no cuidado a tratar feridas crónicas.

“Numa era em que a tecnologia redefine os limites do possível, a nossa investigação no desenvolvimento de um Sistema de Apoio à Tomada de Decisão Clínica no Diagnóstico e Tratamento da Pessoa com Ferida Crónica, destaca-se como um farol de inovação e um desafio à compaixão”, refere.

Artigo completo disponível no Notícias Magazine

Vida na Católica: clubes que preparam os estudantes para a vida profissional

Os estudantes da Universidade Católica Portuguesa podem fazer parte de inúmeros clubes e atividades extracurriculares que enriquecem a vida académica e que os preparam para a vida profissional. Entre eles estão os clubes profissionais, as empresas júnior, e outras iniciativas organizadas pelos estudantes.

180 Degrees Consulting

O 180 Degrees Consulting é um clube de consultoria, composto por jovens estudantes da Católica Lisbon School of Business and Economics (CLSBE). Presta serviços de consultoria de qualidade, a preços acessíveis, a organizações sem fins lucrativos ou instituições de cariz social, apresentando soluções inovadoras e sustentáveis.

Qualquer aluno da CLSBE pode participar neste clube, tendo apenas de se candidatar no início de cada semestre para ser consultor ou gestor de projeto.

Equality in Business

Com a missão de trazer a debate a igualdade de género no mundo dos negócios, contribuindo para a inclusão e diversidade nas empresas, o Equality in Business organiza iniciativas e eventos onde os alunos discutem estes tópicos com empresas, gerando também oportunidades de networking.

O clube, dinamizado por estudantes da CLSBE, lança ainda todas as semanas o podcast “Together for Equality”.

CATÓLICA-LISBON Marketing Club

Para quem quer explorar o mundo do marketing, este clube é a oportunidade perfeita. Os estudantes organizam eventos, workshops, um podcast, uma revista, e várias oportunidades de aprendizagem e networking com empresas. Além de alunos da Católica-Lisbon, podem também participar estudantes de qualquer faculdade da Universidade Católica Portuguesa, desde que aceites no processo de recrutamento.

Católica Policy Society

Este clube, dinamizado por estudantes do Centro Regional do Porto, pretende ser um espaço de livre discussão sobre os temas políticos que marcam a atualidade, nomeadamente políticas económicas e sociais, segurança e defesa, sustentabilidade, direito e relações internacionais.

O Católica Policy Society tem como objetivo capacitar o pensamento crítico dos estudantes, através de debates, formações em oratória, sessões de simulação da Assembleia da República, escrita de artigos, entre outros.

Católica Porto Investment Club

O clube procura fomentar a literacia financeira da comunidade académica e incutir nos seus membros a combinação ideal de soft e hard skills para ingressarem no mundo empresarial. Assim, para além dos inputs financeiros, o CIC pretende promover o desenvolvimento pessoal e o networking dos seus membros.

O Católica Porto Investment Club organiza eventos, webinars, workshops, um clube do livro e ainda um podcast sobre temas relacionados com finanças e investimentos.

 

Estes são apenas alguns dos clubes profissionais disponíveis. Conheça todos no Vida na Católica.

Categorias: Vida na Católica

Quinta, 29/12/2022

Leia a 2.ª edição Nacional do Jornal Diurna.

O Jornal Diurna., projeto desenvolvido por estudantes da Católica, lançou a sua segunda edição de alcance nacional, em dezembro de 2022. A publicação conta com entrevistas a João Vieira de Almeida, presidente do conselho de administração da sociedade de advogados Vieira de Almeida & Associados, e Artur Santos Silva, fundador do BPI, personalidades em destaque nesta edição.

A 9.ª edição do Diurna., que reúne contribuições de estudantes dos campus de Lisboa e Porto, inclui intervenções de figuras como Manuel Braga da Cruz, Ex-Reitor da UCP, Maria dos Prazeres Pizarro Beleza, vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, António Monteiro, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente da Fundação Millennium, Ana Taveira da Fonseca, diretora da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito e Manuel Fontaine Campos, diretor da Escola do Porto da Faculdade de Direito, entre muitos outros.

Inicialmente criado por estudantes no Centro Regional do Porto, o Diurna. é agora uma iniciativa universitária nacional, com editores em Lisboa, na Sede da Universidade, e no Porto.

Esta expansão, que partiu do desafio da Reitoria da Universidade Católica, concretizou-se a 31 de outubro de 2022, com a publicação da 8.ª edição.
 

Leia aqui a publicação de dezembro na íntegra
 

Conheça mais sobre o Jornal, no Vida na Católica

Categorias: Vida na Católica

Sexta, 06/01/2023

Dia Internacional do Enfermeiro | "A Saúde como Resposta" por Amélia Simões Figueiredo

Quando nos últimos anos do século XIX a saúde no país se definia enquanto uma questão de “boa ou má sorte”, os enfermeiros já se ocupavam de vertentes tecnicistas baseadas em práticas ensinadas por outros profissionais, sob a alçada das administrações hospitalares.

Desde então no processo de profissionalização da Enfermagem valorizamos como marcos determinantes: a evolução do Sistema de Formação, o Regulamento do Exercício Profissional e a criação da Ordem dos Enfermeiros.

No início do século XX, a saúde foi definida “como a ausência de doença”. A aparente exclusão mútua destes dois conceitos levou a desígnios próprios onde se foi evidenciando o objeto da Enfermagem.

Ao longo da história do século XX, a saúde aponta para “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”, definição amplamente criticada, enquanto se interroga a diferença e a singularidade de cada pessoa e se assume a doença integrada num fenómeno de saúde, numa temporalidade vivida e em circunstâncias únicas.

A saúde em Portugal assume-se como um direito a partir do 25 de abril de 1974. Com a revisão constitucional “a saúde passa a ser considerada como um bem a atingir e a preservar”. A mudança de paradigma anunciada pela primeira vez em setembro de 1978, na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Alma-Ata, na República do Cazaquistão, expressa a “necessidade de ação urgente de todos os governos, de todos os que trabalham nos campos da saúde e do desenvolvimento da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo”. Esta aposta na promoção da saúde e na prevenção da doença foi desde então assumida pelo ensino de enfermagem e pela prática clínica dos enfermeiros. Na década de oitenta entendia-se “uma boa saúde como um dos maiores recursos para o desenvolvimento social, económico e pessoal e uma dimensão importante de qualidade de vida”.

Entre a década de 80 e 90 os modelos de formação evoluíram para práticas pedagógicas mais reflexivas; assiste-se a uma transição da racionalidade técnica para uma orientação para o cuidar, com recurso à Academia. Apesar de tudo, ainda parece haver alguma dissonância entre uma filosofia já anunciada por Alma Ata e os modelos em uso em alguns contextos clínicos, faltando cumprir o ideal da referida filosofia.

A afirmação da Ordem dos Enfermeiros, enquanto entidade que regula o exercício da Enfermagem Portuguesa, com a produção de uma série de instrumentos como os Padrões de Qualidade, as competências dos Enfermeiro de Cuidados Gerais, as Competências Comuns e especificas dos Enfermeiros Especialistas, entre outros, revela que os cuidados de saúde e, consequentemente, os cuidados de Enfermagem, assumem hoje uma exigência técnica e científica, fundamentais para a sociedade.

A definição de Saúde de René Dubos - “…um modus vivendi que permita aos homens imperfeitos ter uma vida compensatória e não demasiado difícil, apesar de viverem num mundo imperfeito”-  revela o potencial da intervenção dos Enfermeiros na “resposta” às “respostas” humanas singulares que cada ser humano carrega nos seus processos de vida, em temporalidades e circunstâncias próprias.

Termino destacando as linhas que norteiam o lema escolhido pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (International Council of Nurses – ICN) para o Dia Internacional do Enfermeiro de 2024:

"Os nossos enfermeiros. O nosso futuro. O poder económico dos cuidados".

Atrevo-me a acrescentar:

"Os nossos enfermeiros” são um valor transformador para a saúde global na capacitação das pessoas para a gestão dos processos de saúde doença!

“O nosso futuro” reside na melhor evidência científica e na mudança do paradigma anunciado que falta cumprir!

“O poder económico dos cuidados" assenta na promoção da saúde e na prevenção da doença em contextos integrados de saúde!

A Escola de Enfermagem (Lisboa) da Universidade Católica Portuguesa cumprimenta respeitosamente todos os Enfermeiros!

Amélia Simões Figueiredo

Categorias: Escola de Enfermagem Católica Opinion-Makers

Sexta, 10/05/2024

ODS 3

Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

Saiba Mais

Ana Carolina da Rocha Monteiro: "Desafios da Enfermagem"

Neste Dia Internacional do Enfermeiro é imperativo reconhecer a profunda dedicação e resiliência demonstradas por estes profissionais, diariamente. Este ano, é celebrado sob o lema "Os nossos enfermeiros. O nosso futuro. O poder económico dos cuidados", definido pelo International Council of Nurses.

Tendo em conta a crescente mudança do paradigma da saúde, torna-se cada vez mais importante, o investimento do enfermeiro na sua educação e formação, em resposta aos inúmeros reptos que lhe são colocados. Assim, é relevante refletir sobre os desafios que os enfermeiros enfrentam, desde o início da sua formação, até aos exigentes e diversificados contextos da prática clínica.

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes do Público de 12 de maio de 2024.

Vida na Católica: 4 clubes para quem gosta de política e causas sociais

Os estudantes da Universidade Católica Portuguesa podem fazer parte de inúmeros clubes e atividades extracurriculares que enriquecem a vida académica. Fique a conhecer quatro grupos dedicados a debates e causas sociais geridos por alunos.

HeForShe

Em Lisboa e no Porto, os estudantes podem fazer parte dos respetivos núcleos do HeForShe. Trata-se de um movimento de solidariedade em prol da igualdade de género, fundado pela ONU. Neste clube, os alunos discutem temas relacionados com a igualdade de género e realizam eventos, podcasts, projetos de investigação e outras ações.

AIESEC Católica | Porto

A AIESEC é a maior organização gerida por jovens do mundo. É uma plataforma internacional cujos membros trabalham em prol da paz e do desenvolvimento. Os estudantes do Centro Regional do Porto podem juntar-se ao núcleo da AIESEC para participar em programas de trabalho em equipa, intercâmbio e voluntariado.

Sociedade de Debates da Universidade Católica | Lisboa

Os estudantes da Universidade Católica, em Lisboa, podem participar na Sociedade de Debates, independentemente do curso ou da faculdade que frequentem. Este grupo académico realiza debates, eventos, e formações sobre argumentação ou outros temas relacionados com o debate.

Sociedade de Debates da Católica Porto

Tal como em Lisboa, também no Porto os estudantes podem fazer parte da sociedade de debates. A SdDCP – Sociedade de Debates da Católica Porto organiza debates semanais, workshops, torneios e formações em áreas como Public Speaking. Encontra-se ainda inserida no movimento nacional de Debate Competitivo Universitário.

 

Fique a conhecer todos os clubes em que os estudantes da Católica podem participar no Vida na Católica.

Categorias: Vida na Católica

Quarta, 21/12/2022

Os desafios da vulnerabilidade em debate no VII Fórum das Especialidades em Enfermagem

“Vulnerabilidade(s) no olhar dos Enfermeiros Especialistas” foi o tema do VII Fórum das Especialidades em Enfermagem, evento que é realizado anualmente no âmbito do  Mestrado de Enfermagem da Escola de Enfermagem (Porto) da Universidade Católica Portuguesa, com o objetivo de potenciar o diálogo e reflexão sobre temas da atualidade.

O evento, que decorreu a 18 de abril, permitiu analisar os desafios da vulnerabilidade sob a perspetiva dos enfermeiros especialistas em áreas diferentes de especialização, assim como, aprofundar o conhecimento acerca da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, que possibilitou uma visão mais concreta das várias dimensões desta Estratégia como resposta às Vulnerabilidades.

Constança Festas, coordenadora do Mestrado em Enfermagem, partilha ter sido “inspirador testemunhar a partilha de conhecimento, as discussões e as propostas inovadoras. Estejamos sempre atentos à Vulnerabilidade das Pessoas, Famílias e Comunidades que estejam ao nosso cuidado.”

Através das comunicações realizadas, os estudantes do Mestrado em Enfermagem, sob a orientação dos respetivos docentes, puderam apresentar os trabalhos desenvolvidos durante o curso, permitindo identificar os contributos de cada especialidade de Enfermagem – Comunitária (área de Enfermagem de Saúde Comunitária e de Saúde Pública, Saúde Infantil e Pediátrica, Médico-Cirúrgica (área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica) – para corresponder às necessidades das pessoas e dos grupos vulneráveis.

O Fórum contou ainda com a apresentação de projetos com enfoque na Vulnerabilidade, liderados por enfermeiros, tendo sido exemplos vivos e impactantes de como o enfermeiro especialista pode constituir um pilar de referência na satisfação das necessidades das pessoas e grupos vulneráveis.

Categorias: Escola de Enfermagem

Terça, 23/04/2024

Vida na Católica: 5 jornais e revistas criados e geridos por estudantes

Os estudantes da Universidade Católica Portuguesa podem fazer parte de inúmeros clubes e atividades extracurriculares que enriquecem a vida académica. Fique a conhecer cinco jornais e revistas criados e geridos completamente por alunos.

Jornal Pontivírgula

Em Lisboa, os estudantes da Faculdade de Ciências Humanas podem participar no Jornal Pontivírgula, um meio de comunicação independente onde podem explorar os seus interesses, enquanto adquirem competências e se preparam para o futuro profissional. O jornal cobre temas generalistas e também acontecimentos relacionados com a Universidade.

Apesar de ser composto maioritariamente por alunos de Comunicação Social e Cultural, o jornal está aberto a estudantesde todos os cursos. Os participantes podem fazer parte de diferentes departamentos, desde a redação, às redes sociais, passando ainda pelo design, fact-cheking ou revisão.

Da Democracia em Portugal

Também em Lisboa, a revista digital Da Democracia em Portugal destina-se a todos os interessados em política e relações internacionais. Organizada por atuais e antigos alunos do Instituto de Estudos Políticos, a revista foca-se em temas relacionados com a liberdade, com artigos escritos tanto em português como em inglês.

Associação de Jornalismo Critério

Um jornal académico que remonta a 1981, o Critério é feito pelos estudantes de Direito do Centro Regional do Porto. Aqui, é possível escrever sobre temas tão variados como cultura, política e geopolítica, e ainda realizar entrevistas, artigos de opinião e podcasts.

Jornal Diurna

O Diurna. é um projeto criado por alunos do Centro Regional do Porto, mas que se expandiu a nível nacional, com uma equipa em Lisboa e outra em Braga. Alunos de vários cursos e faculdades da Católica podem participar neste jornal, que cobre temas generalistas e inclui também fotografia e arte.

Jornal Comunica-te

Idealizado e executado pelos alunos do Atelier de Jornalismo da Licenciatura em Ciências da Comunicação, da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais, em Braga. Este jornal tem uma edição trimestral e funciona como uma verdadeira redação, permitindo aos estudantes uma perceção real do trabalho jornalístico.

 

Fique a conhecer todos os clubes em que os estudantes da Católica podem participar no Vida na Católica.

 

Categorias: Vida na Católica

Seg, 19/12/2022

Líricas organizam Festival de Tunas Femininas

As Líricas, Tuna Feminina do Centro Regional de Braga, Universidade Católica, organizaram o Festival de Tunas Femininas “VI Lira”, no dia 18 de março, na Aula Magna do campi de Braga.

Este evento, aberto ao público em geral, levou a concurso a TunaMira, da Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo, em Mirandela; a Pikatuna, da Escola Superior de Saúde de Santa Maria, no Porto; e a Tun’Obebes, da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, em Braga.

Os prémios de melhor solista, assim como de melhor estandarte e de melhor tuna foram para a Tun’Obebes; e os de melhor instrumental, melhor pandeireta e tuna+tuna foram para a Pikatuna.

O festival contou, ainda, com a participação especial e extraconcurso da tuna masculina Estudantina de Braga, que acompanha em diversos momentos musicais as Líricas da UCP Braga, ao longo do ano.

A Big Band da CATÓLICA-LISBON está à procura de novos talentos

A Big Band da Católica Lisbon School of Business and Economics está à procura de novos talentos, no arranque do novo ano letivo. Destinada a unir a comunidade académica da Universidade Católica Portuguesa através da música, é composta por alunos e docentes, tanto nacionais como internacionais.

Criada em outubro de 2021, é a primeira banda musical da CATÓLICA-LISBON. A Big Band tem um reportório variado de canções que vão desde os clássicos de Ben E. King, a ícones modernos como Amy Winehouse, passando por Bill Withers e The Beatles. Sob a batuta do maestro Eduardo Lála, a banda tem crescido e prosperado, afirmando a sua presença em eventos significativos da universidade.

Participar nesta banda vai muito além de simplesmente tocar um instrumento. Estar na CATÓLICA-LISBON Big Band é uma oportunidade de desenvolvimento pessoal, onde se aprende a trabalhar em equipa, a escutar os outros e a receber feedback, tudo num ambiente divertido. Além disso, nesta banda, a música transcende fronteiras, como afirma o maestro: “a música tem uma grande importância porque liga toda a gente. Há pessoas de várias nacionalidades, muitos estudantes internacionais, e a música tem este poder de os juntar porque não tem barreiras linguísticas. Podemos juntar um baterista alemão, com uma vocalista macaense e isso é muito positivo”. A música oferece ainda benefícios psicológicos e emocionais. Atua como uma terapia que ajuda a relaxar, a gerir o stress e a ansiedade, enquanto fortalece o sentimento de pertença e inclusão.

Carolina Margarido, uma das vocalistas, partilha deste sentimento e descreve a sua trajetória na banda como uma evolução. Afirma que ser membro da banda tirou-a da sua zona de conforto, oferecendo-lhe uma oportunidade de crescimento pessoal e de construir novas amizades. Já Nicole Uni, outra talentosa vocalista, oriunda de Macau, expressa sentimentos profundos de pertença. Menciona que, embora esteja longe de casa, a banda tornou-se a sua “família” em Portugal, fornecendo-lhe um espaço onde se sente integrada e conectada com a comunidade local.

A CATÓLICA-LISBON Big Band reúne-se todas as terças-feiras, em horário pós-laboral, no estúdio Namouche, em Lisboa, para ensaiar e explorar em conjunto a musicalidade dos instrumentos. Lá, os talentos fundem-se: guitarras, tanto acústicas como elétricas, entrelaçam-se com as teclas do piano, os ritmos da bateria e vozes que cantam canções de diversos estilos musicais.

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Inovação e Inclusão: A Inteligência Artificial em Enfermagem

No Dia Internacional do Enfermeiro, celebrado a 12 de maio, as Escolas de Enfermagem da Universidade Católica Portuguesa reforçam o seu compromisso com a inovação e inclusão na área da enfermagem, com ênfase na utilização da Inteligência Artificial. Alguns dos projetos atualmente em desenvolvimento representam um avanço significativo na personalização do tratamento, especialmente voltado para a população mais vulnerável, como idosos e crianças.

Perante o constante avanço da tecnologia, as Escolas de Enfermagem (Lisboa e Porto) da Universidade Católica Portuguesa têm-se dedicado a incorporar essas ferramentas nas suas práticas educativas e de pesquisa, nomeadamente na área da saúde, tendo em conta os novos desafios que se apresentam e o equilíbrio necessário no uso da tecnologia em paralelo com o desenvolvimento de competências interpessoais, na formação dos estudantes, que enfrentarão novos desafios enquanto futuros enfermeiros.

Paulo Alves, diretor da Escola de Enfermagem (Porto) da Universidade Católica Portuguesa, assume que a Escola "está a preparar os alunos para o futuro com ferramentas para a prática clínica”. Neste contexto, estão atualmente a ser desenvolvidos projetos de investigação que visam o uso de tecnologias avançadas como a termografia, a medição de humidade transepidérmica e ultrassons, integrando ainda ferramentas de inteligência artificial como machine learning e deep learning nos campos do ensino e da prática clínica. Esta visão integradora, não disruptiva da evolução tecnológica, não só prepara os estudantes para o futuro da enfermagem como também se foca na melhoria da qualidade de vida das comunidades mais vulneráveis, incluindo idosos e crianças.

Estes projetos incluem o desenvolvimento de recursos educativos que utilizam a inteligência artificial para simular diagnósticos e tratamentos, proporcionando uma formação prática sem precedentes para os estudantes de enfermagem. Estes representam também um enorme potencial para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, em especial das comunidades mais vulneráveis como idosos e crianças, contribuindo de uma forma positiva na personalização do tratamento e na humanização dos cuidados evidenciados pela prestação de cuidados de excelência.

As Escolas de Enfermagem (Lisboa e Porto) da Universidade Católica Portuguesa promovem também a transferência da investigação para a comunidade, através de serviços de extensão universitária que envolvem o corpo docente, investigadores e estudantes. Nesta relação, é fundamental a importância do cuidado centrado no indivíduo e nas comunidades, particularmente nas mais vulneráveis, reforçando o compromisso social da Universidade com a inclusão e o cuidado integral. Conciliando a introdução de novas tecnologias e a melhoria das condições ou cuidados prestados, esta inovação passa, por exemplo, pelo uso da tecnologia para prevenir úlceras de pressão em pessoas totalmente dependentes ou em cadeira de rodas, uma preocupação comum neste tipo de cuidados.

Outro dos exemplos de grande relevo na prevenção e tratamento, é a investigação na área do tratamento das feridas, que permite uma personalização mais eficaz, com um protocolo definido através da leitura de dados, retirados por fotografia, sem necessidade de uma extensa inserção dos mesmos de forma manual e assente em conjeturas gerais.

Por tudo isto, os estudantes das Escolas de Enfermagem da UCP, são peças-chave no desenvolvimento e incorporação destes projetos, uma vez que participam ativamente tanto na investigação como na implementação das tecnologias. Desde a codificação de algoritmos até à aplicação direta das tecnologias em cenários clínicos, os alunos estão na vanguarda deste campo emergente. João Alves, estudante de Doutoramento envolvido nestes projetos, refere que "É incrivelmente gratificante saber que o nosso trabalho não só contribui para o nosso desenvolvimento profissional, mas também tem um impacto direto na vida das pessoas.”

Ao desenvolver projetos que interligam a investigação, a educação e a inclusão, a Universidade Católica Portuguesa não só está a preparar os seus estudantes para serem profissionais de excelência como também está a moldar o futuro da enfermagem, tornando-a mais inclusiva e acessível a todos. Com isso, a Instituição destaca-se como uma referência na vanguarda da utilização de novas tecnologias no ensino, proporcionando aos seus alunos uma formação prática, interdisciplinar e dinâmica.

Categorias: Escola de Enfermagem

Sexta, 10/05/2024

Vida na Católica: Tunas e grupos musicais para alunos da Católica

Os estudantes da Universidade Católica Portuguesa podem fazer parte de inúmeros clubes e atividades extracurriculares que enriquecem a vida académica. Entre eles estão as tradicionais tunas, mas não só: há também uma Big Band e um grupo de fados.

CATÓLICA-LISBON Big Band

A Big Band da CATÓLICA-LISBON não é uma orquestra de jazz tradicional, mas antes um grupo com espaço para todo o tipo de instrumentos e ideias. Conduzida pelo maestro Eduardo Lála, é composta por alunos, docentes, colaboradores e até antigos alunos.

A ideia para a Big Band partiu de Filipe Santos, Dean da Católica Lisbon School of Business and Economics. Pretende juntar a comunidade académica numa experiência musical.

Inscrições aqui. Para mais informação, contactar: Daniela Gomes

PauliTuna – Tuna de Enfermagem da UCP | Lisboa

Fundada no ano 2000, a PauliTuna é a tuna mista da Escola de Enfermagem (Lisboa) do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. Nesta tuna, os alunos aprendem a tocar instrumentos e a viver esta tradição académica.

Líricas – Tuna Feminina da Universidade Católica Portuguesa | Braga

Fundada em 2003, a tuna feminina Líricas atua em eventos académicos, festivais, casamentos, missas, festas populares, e todos os tipos de festas. Do seu reportório fazem parte músicas populares portuguesas, fados e temas originais sobre as vivências enquanto tunantes e estudantes na cidade de Braga.

Tunas da Universidade Católica Portuguesa | Porto

Também no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, os alunos podem fazer parte da tuna feminina ou da tuna masculina. Ambas foram fundadas em 1990 e continuam a representar a tradição e o espírito académico, através da música popular.

Grupo de Fados e Guitarradas da Universidade Católica Portuguesa | Porto

No Porto, existe ainda o Grupo de Fados e Guitarradas, um grupo de intérpretes de fado académico, com membros de várias gerações.

 

Fique a conhecer todos os clubes em que os estudantes da Católica podem participar no Vida na Católica.

Categorias: Vida na Católica

Terça, 27/12/2022

Paulo Alves: "Saúde Digital e Humanização: Novos Horizontes na educação e investigação em Enfermagem"

No coração da revolução digital em enfermagem reside uma simplicidade paradoxal: a tecnologia, em toda a sua complexidade, serve como meio para nos ajudar a restaurar a nossa atitude básica em relação aos seres humanos. Como docente e investigador na vanguarda deste campo em transmutação, testemunho diariamente como a educação e a investigação em enfermagem está a navegar habilmente pelas águas da era digital, mantendo firmemente o leme na direção da humanização dos cuidados, focados na prestação de cuidados de excelência.

Exemplos são as inovações com algoritmos de inteligência artificial para previsão de riscos à saúde, monitorização avançada de cicatrização, gestão da dor e regimes terapêuticos, aliadas a tecnologias avançadas na saúde estética e sensores de mobilidade, redefinem os cuidados de enfermagem. Através de dispositivos wearables para a monitorização remota, estas tecnologias garantem intervenções precisas, proativas e personalizadas, elevando a humanização e eficácia do cuidado, marcando uma nova era na promoção da saúde.

Artigo completo disponível no Jornal de Notícias.

Estudante de Enfermagem sagra-se campeã de Taekwondo

Carolina Costa, estudante de Enfermagem da Escola de Enfermagem (Porto) da Universidade Católica Portuguesa, sagrou-se campeã universitária na modalidade de Taekwondo. A estudante leva, uma vez mais, o nome da Universidade Católica para o pódio dos campeonatos universitários.

Os Campeonatos Nacionais Universitários de Taekwondo realizaram-se a 24 de fevereiro, em Aveiro. A estudante explica que “esta conquista foi de uma grande superação”. Afirma, também que, foi uma vitória “bastante especial por ver todo o trabalho e esforço a ser recompensado. Além disso, foi a conquista de um dos meus objetivos para 2024 que foi a convocatória para os Jogos Europeus Universitários de 2024.”

Carolina Costa afirma que representar a Universidade Católica “é uma grande felicidade, mas também uma responsabilidade do mesmo tamanho vestir a camisola da Católica, por ser uma Universidade de grande renome e conhecida a nível internacional. Sinto uma gratidão enorme em o poder fazer, pois sem a mesma não teria conseguido alcançar estes meus objetivos passados e futuros.”

A estudante sublinha também o apoio que sente por parte dos professores: “Tenho bastante apoio pela parte dos professores da Universidade, nomeadamente porque existe uma professora designada para ajudar os alunos com o estatuto atleta-estudante e mesmo em relação aos outros professores que nos ajudam sempre em tudo o que necessitamos”.

Em 2023, a estudante conquistou o título de vice-campeã no Campeonato Europeu Universitário, que decorreu em Zagreb, na Croácia. Na altura, a estudante afirmou o desejo de querer “continuar a representar a Católica nas próximas competições nacionais, europeias e mundiais.” Assim conseguiu. Mais uma conquista para a Carolina Costa e para a Universidade Católica Portuguesa.

Fotografia da Carolina Costa a trincar a medalha

Categorias: Escola de Enfermagem

Quarta, 28/02/2024

Próximos eventos

Paulo Alves: “Só quando pensamos na Enfermagem de forma preventiva é que podemos ter uma noção do seu real impacto”

Fotografia de Paulo Alves

Paulo Alves é Diretor da Escola de Enfermagem (Porto) e diretor-adjunto da Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem da Universidade Católica Portuguesa. É enfermeiro, docente, investigador e especialista na área do tratamento de feridas. É, também, mergulhador nos tempos livres. Nas Berlengas ou no Mar Vermelho, garante que é uma experiência “impressionante” e que os enfermeiros e os mergulhadores têm coisas em comum. Nesta entrevista, falamos sobre os desafios da Enfermagem, a importância da inovação e dos valores que orientam o ensino da Enfermagem na Universidade Católica. Maior motivação para a vida? “A família é a minha motivação para ser feliz”.

 

O que é que um enfermeiro e um mergulhador têm em comum?

Têm em comum duas coisas muito importantes. Primeiro, há um fator risco muito elevado. No mergulho podemos pagar com a vida, literalmente. Na Enfermagem, nós zelamos pela vida dos outros. Por isso, este fator risco de pagar com a vida também existe na Enfermagem. Tanto no mergulho como na Enfermagem, devemos pensar em antecipar e programar e estar atentos aos sinais que nos podem colocar em risco. Principalmente, quando olhamos para a Enfermagem não só do ponto de vista curativo, mas, também, e acima de tudo, do ponto de vista da prevenção. Só quando pensamos na Enfermagem desta forma é que conseguimos ter uma verdadeira visão sobre a sua importância e o seu impacto. O segundo ponto que têm em comum é que o mergulhador precisa de verificar o equipamento antes de mergulhar. A Enfermagem também nos obriga a antecipar e a verificar se está tudo preparado para o procedimento que se segue. É preciso ter a capacidade de antecipar, para que possamos ser capazes de dar a resposta certa. Seja no oceano, seja num hospital com os pacientes, é necessário acautelar todos os riscos, é preciso antever e definir um plano. No mergulho, não posso entrar na água se vejo que as marés estão fortes ou sem verificar oxigénio e o tempo que tenho. O mesmo se passa nas feridas e no tratamento que faço: pondero sempre qual vai ser o prognóstico e que complicações é que podem advir.

 

O que é que se sente quando se está com a cabeça dentro de água?

Faço mergulho há muitos anos e é impressionante porque sempre que mergulho esqueço-me de tudo o que tenho à minha volta. Quando meto a cabeça dentro da água passo a estar num outro ecossistema. Literalmente. Abre-se um mundo novo de possibilidades à minha frente para eu ir descobrir.  

 

É uma prática desportiva de equipa?

Sem dúvida. Quando mergulhamos vamos sempre descobrir algo novo e é impossível conseguir fazê-lo sem ser em equipa. No mergulho, nunca podemos estar sozinhos, porque os riscos associados a esta prática são muito grandes.  O mergulho obriga a uma confiança enorme na equipa que vai connosco. Se um sobe, o outro também sobe. Nunca ninguém fica para trás.

 

Não gosta de estar sozinho?

Não gosto nada. Preciso de estar com pessoas, com família e amigos. Até no desporto: acho que não gosto de correr porque é uma atividade muito solitária. Vivo para estar com as pessoas, para colaborarmos e nos desenvolvermos em conjunto. É uma característica que me define bem.

 

E a Enfermagem também não se faz sozinha…

Os enfermeiros trabalham sempre em equipa. Tomamos decisões de forma autónoma, e outras são decisões interdisciplinares, mas, no fim do dia, é o trabalho de equipa que faz toda a diferença. Além disso, envolvemos sempre o doente e a sua família nas decisões, pois acreditamos que a colaboração com todos os envolvidos é fundamental para alcançar o melhor resultado. Quem ousa dizer que consegue fazê-lo de forma isolada não vai conseguir da melhor forma. Não é possível.

 

É diretor da Escola de Enfermagem – Porto da Católica e (colocar cargo na FCSE). Quais são as principais prioridades do seu mandato?

A nossa prioridade é sermos inovadores na forma como ensinamos e investigamos. Acima de tudo, temos de olhar para as necessidades da Saúde. São muito diferentes das que tínhamos antes, portanto, temos de ser capazes de adaptar os currículos dos programas, temos de adaptar as novas capacidades – do ensino e dos nossos docentes - e otimizá-las para as novas realidades. É nossa prioridade trazer inovação e tecnologia para o ensino, mas também para a prestação de cuidados de saúde. Preparamos os futuros enfermeiros para as necessidades do mundo.

 

“A matriz humanista e cristã diferencia-nos muito.”

 

O que é que tem sido mais desafiante no cargo de liderança que ocupa?

É inevitável trazer de novo a questão da equipa e do facto de ninguém conseguir fazer nada sozinha. Como diretor, não tenho outra forma de atingir os objetivos se não for através do envolvimento de todos. A Gestão tem processos que são muito solitários, mas aquilo que me tem fascinado é a procura pela mobilização das pessoas. Como é que se envolve uma equipa, levando a que tenham todos um foco comum? É isto que tenho tentado fazer. O meu empenho está concentrado nisto. É um grande desafio.

 

Que valores orientam o ensino da Enfermagem na Universidade Católica?

A matriz humanista e cristã diferencia-nos muito. Os valores que orientam a forma como ensinamos os nossos estudantes têm muito impacto. Nós centramo-nos muito no apoio aos mais vulneráveis. Para além disto, os enfermeiros são quem acompanha as pessoas em todo o seu ciclo de vida. Do nascimento até à morte. Não podemos ter medo de acompanhar as pessoas também na morte, isto é muito importante. É por isso que nos preocupamos tanto com a humanização e é um fator que nos distingue verdadeiramente.

 

É especialista na área do tratamento das feridas. Como é que se cruza com esta área?

No meu primeiro ano de trabalho como enfermeiro, estive a prestar cuidados de enfermagem no estabelecimento prisional do Porto, em Custóias. Comecei a ter um contacto próximo com situações de violência física e psicológica dentro da prisão e percebi que as lesões apareciam com alguma frequência. Refiro-me tanto a lesões mais simples como a lesões cirúrgicas. Mais tarde, quando também estive a trabalhar no Hospital de S. João e no Hospital de Gaia, voltei a perceber que a área das lesões e das feridas estava demasiado dispersa e que havia alguma falta de conhecimento. Dentro da Enfermagem temos várias especialidades, mas nessa altura a área da ferida crónica não tinha este espaço e esta atenção. Havia muito pouca evidência científica sobre este tema e eu comecei a interessar-me muito. Não era só a ferida aguda por motivo de trauma ou acidente, mas também a ferida crónica que muita gente tem, como o pé diabético, ou as feridas que muitos idosos apresentam por estarem acamados.

 

“A Universidade Católica foi pioneira na valorização da área do tratamento de feridas.”

 

A área das feridas é uma área abrangente?

É um campo enorme, sem dúvida. Mas eu comecei a debruçar-me especialmente não nas feridas de rápida cicatrização – uma queimadura simples ou uma ferida cirúrgica -, mas nas feridas que têm vinte ou trinta anos e que não cicatrizam. Percebi que estas feridas crónicas estão na comunidade. Os números dizem que cerca de 70% destas feridas estão na comunidade e nas famílias. Uma verdadeira epidemia escondida. Não havia números sequer. Nós não sabíamos onde é que estas pessoas estavam.

 

E assim começou a sua área de investigação…

Sim, para além de manter a prática clínica, comecei a especializar nessa área e a fazer formação específica. Quando chego à Universidade Católica, em 2009, é, precisamente, por causa desta área. Comecei logo por implementar a área da prevenção e do tratamento de feridas e a lecionar uma unidade curricular dedicada em exclusivo a esta área. Aliás, o meu primeiro estudo nesta área procurou perceber o tempo que as escolas de enfermagem, farmácia e medicina dedicavam à área das feridas. Pude concluir que muitas vezes havia seis horas dedicadas a este tema num curso de 4 anos, por exemplo. A Universidade Católica foi pioneira na valorização desta área e em trazer este tema para o ensino e para a investigação. Atualmente, somamos cerca de 20 anos de investigação e de evidência sobre este tema. Temos, hoje em dia, novos instrumentos e dispositivos médicos para uso no tratamento de feridas. Temos, também, um caminho de investigação partilhada nesta área com outras faculdades da Católica, por exemplo, com a Escola Superior de Biotecnologia. Somos os primeiros, a nível nacional, a trabalhar as feridas, as ostomias e a incontinência, oferecendo uma pós-graduação sobre isto. É importante referir que, hoje em dia, a Ordem dos Enfermeiros já reconhece como competência acrescida a áreas das feridas, coisa que não acontecia há uns anos, precisamente porque faltava evidência científica sobre esta área. É uma área que tem tido uma franca evolução. Para além de estar presente nos nossos programas de licenciatura e mestrado, temos também já estudantes de doutoramento que exploram este tema. Temos, também, ensino pós-graduado estamos a desenvolver agora novas tecnologias, quer no diagnóstico, quer no tratamento. Foi a Universidade Católica que permitiu este caminho.

 

“A investigação tem um lugar muito importante, porque foi a investigação que me trouxe esta dúvida constante, esta permanente insatisfação.”

 

O que é que o move?

A família! É o mais importante. É a família que tolera os meus maus feitios, mas acima de tudo, a família é a minha motivação para ser feliz. A investigação tem, também, um lugar muito importante, porque foi a investigação que me trouxe esta dúvida constante, esta permanente insatisfação. O que é extremamente desafiante e motivador. Tenho a sorte de poder variar a minha vida profissional entre a parte clínica, que muito valorizo porque me permite estar em contacto com a comunidade, a docência, que me realiza muitíssimo, e a investigação, que é sempre um grande desafio.

 

Bons locais para mergulhar em Portugal?

Gosto muito de mergulhar nas Berlengas, sem dúvida. Gosto também do Algarve e da Madeira. Os Açores também são excecionais, mas eu ainda não tive a oportunidade de fazer lá mergulho. Há, ainda, um sítio fabuloso que é em Vila Chã aqui no Norte. Está nesse local um submarino alemão afundado desde a II Guerra Mundial a cerca de 33 metros de profundidade. É um mergulho arriscado, porque a zona tem marés e correntes complexas.

 

Um mergulho inesquecível?

No Mar Vermelho. Foi absolutamente extraordinário. Tem uma imensa riqueza de vida animal e a visibilidade que se tem dentro de água é muito maior. Tem animais de grande porte! E o risco é maior, o que nos dá uma grande adrenalina.

 


Pessoas em Destaque é uma rubrica de entrevistas da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.

Categorias: Escola de Enfermagem

Quinta, 09/05/2024

O que deve ter um enfermeiro do futuro? Inovação e compaixão

Utilizam-se algoritmos e usa-se a inteligência artificial. Investe-se na inovação e na investigação. A área da saúde tem muitos caminhos e a Universidade Católica Portuguesa (UCP) sabe disso. Paulo Alves, diretor da Escola de Enfermagem do Porto da UCP, coordenador dos projetos do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde, fala sobre horizontes que se abrem, desafios e soluções para o futuro da Enfermagem. E da inovação e humanização no cuidado a tratar feridas crónicas.

“Numa era em que a tecnologia redefine os limites do possível, a nossa investigação no desenvolvimento de um Sistema de Apoio à Tomada de Decisão Clínica no Diagnóstico e Tratamento da Pessoa com Ferida Crónica, destaca-se como um farol de inovação e um desafio à compaixão”, refere.

Artigo completo disponível no Notícias Magazine

Vida na Católica: clubes que preparam os estudantes para a vida profissional

Os estudantes da Universidade Católica Portuguesa podem fazer parte de inúmeros clubes e atividades extracurriculares que enriquecem a vida académica e que os preparam para a vida profissional. Entre eles estão os clubes profissionais, as empresas júnior, e outras iniciativas organizadas pelos estudantes.

180 Degrees Consulting

O 180 Degrees Consulting é um clube de consultoria, composto por jovens estudantes da Católica Lisbon School of Business and Economics (CLSBE). Presta serviços de consultoria de qualidade, a preços acessíveis, a organizações sem fins lucrativos ou instituições de cariz social, apresentando soluções inovadoras e sustentáveis.

Qualquer aluno da CLSBE pode participar neste clube, tendo apenas de se candidatar no início de cada semestre para ser consultor ou gestor de projeto.

Equality in Business

Com a missão de trazer a debate a igualdade de género no mundo dos negócios, contribuindo para a inclusão e diversidade nas empresas, o Equality in Business organiza iniciativas e eventos onde os alunos discutem estes tópicos com empresas, gerando também oportunidades de networking.

O clube, dinamizado por estudantes da CLSBE, lança ainda todas as semanas o podcast “Together for Equality”.

CATÓLICA-LISBON Marketing Club

Para quem quer explorar o mundo do marketing, este clube é a oportunidade perfeita. Os estudantes organizam eventos, workshops, um podcast, uma revista, e várias oportunidades de aprendizagem e networking com empresas. Além de alunos da Católica-Lisbon, podem também participar estudantes de qualquer faculdade da Universidade Católica Portuguesa, desde que aceites no processo de recrutamento.

Católica Policy Society

Este clube, dinamizado por estudantes do Centro Regional do Porto, pretende ser um espaço de livre discussão sobre os temas políticos que marcam a atualidade, nomeadamente políticas económicas e sociais, segurança e defesa, sustentabilidade, direito e relações internacionais.

O Católica Policy Society tem como objetivo capacitar o pensamento crítico dos estudantes, através de debates, formações em oratória, sessões de simulação da Assembleia da República, escrita de artigos, entre outros.

Católica Porto Investment Club

O clube procura fomentar a literacia financeira da comunidade académica e incutir nos seus membros a combinação ideal de soft e hard skills para ingressarem no mundo empresarial. Assim, para além dos inputs financeiros, o CIC pretende promover o desenvolvimento pessoal e o networking dos seus membros.

O Católica Porto Investment Club organiza eventos, webinars, workshops, um clube do livro e ainda um podcast sobre temas relacionados com finanças e investimentos.

 

Estes são apenas alguns dos clubes profissionais disponíveis. Conheça todos no Vida na Católica.

Categorias: Vida na Católica

Quinta, 29/12/2022

Leia a 2.ª edição Nacional do Jornal Diurna.

O Jornal Diurna., projeto desenvolvido por estudantes da Católica, lançou a sua segunda edição de alcance nacional, em dezembro de 2022. A publicação conta com entrevistas a João Vieira de Almeida, presidente do conselho de administração da sociedade de advogados Vieira de Almeida & Associados, e Artur Santos Silva, fundador do BPI, personalidades em destaque nesta edição.

A 9.ª edição do Diurna., que reúne contribuições de estudantes dos campus de Lisboa e Porto, inclui intervenções de figuras como Manuel Braga da Cruz, Ex-Reitor da UCP, Maria dos Prazeres Pizarro Beleza, vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, António Monteiro, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente da Fundação Millennium, Ana Taveira da Fonseca, diretora da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito e Manuel Fontaine Campos, diretor da Escola do Porto da Faculdade de Direito, entre muitos outros.

Inicialmente criado por estudantes no Centro Regional do Porto, o Diurna. é agora uma iniciativa universitária nacional, com editores em Lisboa, na Sede da Universidade, e no Porto.

Esta expansão, que partiu do desafio da Reitoria da Universidade Católica, concretizou-se a 31 de outubro de 2022, com a publicação da 8.ª edição.
 

Leia aqui a publicação de dezembro na íntegra
 

Conheça mais sobre o Jornal, no Vida na Católica

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Sexta, 06/01/2023