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Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

Saiba mais aqui.

 

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 21/09/2020

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

Categorias: Investigação Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 19/11/2020

António Medina de Almeida: "Como queremos formar os nossos médicos?"

No princípio do século XX foram elaborados três relatórios seminais que determinaram o ensino da medicina no mundo moderno. Estes relatórios estabeleceram as fundações do curso de medicina como agora o temos: os anos iniciais constituídos por estudos biomédicos pré-clínicos seguidos de anos de treino clínico.

Como resultado, o ensino da medicina passou de um modelo de aprendizagem prática para um modelo académico, gerando-se para tal os centros médicos académicos. A evolução tecnológica e a internacionalização do corpo laboral levaram com que a atenção internacional se voltasse novamente para o ensino da medicina no século XXI.

Torna-se essencial preparar os futuros médicos para os desafios que irão enfrentar com o envelhecimento da população, a diversidade cultural, as doenças crónicas e as expectativas dos doentes e familiares. Sobressai a importância da aquisição de competências para além do conhecimento científico, sobretudo os cuidados centrados no doente, a interdisciplinaridade, a prática baseada na evidência, a melhoria continua, integração da saúde publica e utilização de novas tecnologias informáticas.

Os médicos do século XXI deverão ter capacidade de investigação, gestão e liderança, bem como de aprendizagem ao longo de toda a sua vida. Adicionalmente, os currículos deverão integrar conhecimentos e experiências, ter flexibilidade para individualização do processo de aprendizagem, incluir programas cujos resultados possam ser avaliados.

A par da necessidade da integração dos cursos de medicina com as realidades locais onde se encontram inseridos, a assimetria de recursos a nível mundial e a crescente internacionalização de todos os trabalhadores exige que os alunos estejam preparados para enfrentar uma diversidade de realidades. Perante os novos desafios e necessidades da nossa sociedade em evolução, o ensino moderno da medicina requer que os currículos sejam centrados em competências e não dominados por programas de estudos estáticos.

Para além das competências clínicas, é necessário dotar os médicos de competências transversais, tais como comunicação, liderança e gestão, que permitem trabalho interprofissional e o espírito colaborativo. Os métodos de ensino, utilizando todo o potencial de tecnologia e recursos globais e variados disponíveis, devem fomentar a participação ativa do estudante na sua aprendizagem, estimulando a sua curiosidade, engenhosidade, pesquisa autónoma e reflexão.

Deste modo poderemos formar os médicos para a medicina do futuro, com uma cultura inquisitiva e critica, essencial para a investigação científica. Sobretudo formar médicos com capacidade de empatia com todos aqueles com quem lidam Para tal, as escolas de medicina devem não só ter os recursos necessários para o ensino como participar ativamente no planeamento dos cuidados de saúde, em conjunto com as instituições nele envolvidas, tais como ministérios, associações profissionais e centros académicos. 

Ler artigo completo aqui.

Girl Talk

“Acho muito preocupante quando alguém pensa que a digitalização é colocar uma capa mais bonita, para que passe a ser acessível via mobile, num processo anacrónico que muitas vezes está pensado para coisas manuais. It's like putting lipstick on a pig, como dizem os ingleses. Mas não deixa de ser um porco. Ou nós entendemos que é preciso começar do zero, tornar os processos supersimples e fazer acontecer, ou fica difícil.

Temos de simplificar!”, atira Isabel Guerreiro a meio da nossa conversa, mas a frase é quase um resumo da animada troca de ideias entre a Head of Digital Europe do Grupo Santander e a CEO do Grupo Luz Saúde, Isabel Vaz. Duas engenheiras, duas Isabéis e muitas ideias alinhadas sobre o futuro da Saúde e da banca, e acima de tudo, sobre o caminho que Portugal deve fazer nos próximos anos para conseguir aproximar-se dos níveis de excelência que, acreditam, tem capacidade para alcançar.

“Eu passei agora , eu e a reitora da Universidade Católica Portuguesa , por um tema que é dramático, que foi lutar contra tudo e todos para criar um curso de Medicina em Portugal [numa universidade privada], porque todos nos diziam que Portugal não precisava e porque o sistema está completamente... enfim. Mas whos talking about us?.

Portugal e os PALOP vão precisar de mais de um milhão de profissionais de saúde nos próximos anos!”, começa por dizer Isabel Vaz, lembrando: “Nós fomos aqueles tipos que, quando éramos muito pequeninos nos atirámos com umas caravelas ridículas para o resto do mundo. Onde está esse espírito?” A gestora pede às universidades que se tornem polos de diversidade e de excelência, dando como exemplo o campus de Harvard, onde os vários cursos convivem no mesmo espaço, o que ajuda a fomentar o espírito crítico, a tolerância e a troca de ideias.

“O Instituto Superior Técnico (IST), que é excelente, tem de ser internacional! Nós não temos de ter medo por sermos pequenininhos! É isto que mata Portugal. O Hospital da Luz pode querer ser o melhor da freguesia de Carnide ou ser uma referência europeia! Tem a ver com ambição!”, reitera. Neste sentido, Isabel Guerreiro lembra o exemplo de Singapura, onde atualmente a entrada nas universidades é mais difícil do que em algumas instituições da Ivy League.

Com uma localização geográfica particular e sendo de pequena dimensão, resta a Portugal “usar a cabeça” para se demarcar no panorama mundial. Duas engenheiras que partilham o nome, Isabel Vaz e Isabel Guerreiro, pedem uma “reengenharia de processos” no País e traçam cenários para os setores da Saúde e da banca Para ambas, a Educação devia estar neste momento no topo das prioridades do Executivo, com uma consciência muito clara de quais são os ativos que o País pode rentabilizar.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa da Exame - Visão.

Candidaturas abertas para o Mestrado Integrado em Medicina

Já estão abertas as candidaturas para o Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, para o ano letivo 2021/2022. As candidaturas decorrem numa fase única e terminarão no dia 31 de maio de 2021.

Todas as informações para a realização das Candidaturas estão disponíveis no site da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa. Aceda aqui para saber mais.

Veja aqui o vídeo institucional da Faculdade de Medicina da UCP.

Categorias: Faculdade de Medicina

Seg, 19/04/2021

Paula Castro: "O poder do invisível na saúde do planeta"

O meu filho mais novo é adolescente e faz anos hoje, dia 5 Junho - desejo que quando atingir a idade da mãe possa festejar neste dia mundial do ambiente o sucesso que a humanidade obteve ao reverter caminhos vertiginosamente perigosos para a nossa sobrevivência como espécie.

No Porto Cuidar do solo é um dever de todos - é dele que vem o nosso sustento e assim a saúde da humanidade depende da saúde do solo. Os solos contribuem com 25% da biodiversidade do planeta, invisível aos nossos olhos, e nele são criados 95% dos alimentos que consumimos.

As suas funções não se esgotam aí - também purificam água, controlam cheias e fixam carbono, contribuindo para a estabilização do clima. Os cientistas têm a responsabilidade de dar a ver o solo a toda a sociedade, de tornar visível o que aparentemente não passa de um suporte físico para plantas, estradas ou cidades.

A FAO (a organização das Nações Unidas dedicada à agricultura e alimentação) calcula que um terço do solo mundial está significativamente degradado. Há estimativas que apontam que a cada ano uma área correspondente à produção de 20 milhões de toneladas de cereais é perdida devido à desertificação.

As causas que nos trouxeram a este estado são múltiplas: monoculturas com pouca ou nenhuma rotação, abuso de agroquímicos de síntese, compactação e impermeabilização agravada pelo crescimento urbano, entre outros. Mas talvez a perda mais insidiosa seja a da biodiversidade escondida - os organismos que fazem a diferença entre um solo vivo, fértil, dinâmico e regenerador, e um pó inerte quiçá recheado de contaminantes.

Desde há duas décadas que investigadores na Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto se dedicam a desenhar soluções baseadas na natureza com vista à regeneração de solos. A biodiversidade do solo é a fonte de inspiração para soluções naturais: desde os biofertilizantes aos bioinoculantes desenvolvemos cocktails de microrganismos que fixam azoto e solubilizam fósforo (nutrientes críticos ao crescimento vegetal) e criam redes de comunicação subterrânea que distribuem água e nutrientes pelas plantas e as protegem de doenças.

Ler artigo completo aqui.

Durão Barroso pede "mais ambição" a líderes mundiais no combate a pandemia

O presidente da Aliança Global para as Vacinas (Gavi) defendeu hoje "mais ambição" dos líderes mundiais no combate à pandemia da covid-19, realçando que o seu custo económico "é muito maior" que o de vacinas, medicamentos e diagnósticos.

"Não é só uma questão de justiça, é também uma questão de racionalidade económica responder o mais rápido possível, e com mais ambição, a esta pandemia", afirmou Durão Barroso, numa conferência promovida pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), onde é professor convidado.

O ex-primeiro-ministro português falava na véspera da Cimeira Mundial da Saúde, organizada pela Comissão Europeia e pela presidência italiana do G20 (grupo das 20 maiores economias e a União Europeia), que se realiza em Roma e na qual vai participar.

Durão Barroso salientou, na sua intervenção feita na íntegra em inglês, que "o custo económico" da pandemia "é muito maior" quando comparado com o custo de vacinas, tratamentos e diagnósticos, pelo que, disse, vai pedir na quinta-feira, na cimeira, aos líderes mundiais "mais ambição na resposta à pandemia". 

"Quanto mais tempo demorarmos a distribuir vacinas pelo mundo, mais tempo o vírus vai circular, mudar e dar origem a novas variantes, que, muito provavelmente, serão mais transmissíveis ou mais perigosas", justificou.

O antigo presidente da Comissão Europeia participou, à distância, na conferência "Valores e Tecnologia em Inovação Médica", promovida pela UCP para assinalar simbolicamente o arranque de iniciativas da futura Faculdade de Medicina, que começará a funcionar no próximo ano letivo.

Antes de destacar o impacto económico da pandemia, o presidente da Gavi apontou a "enorme diferença" na distribuição de vacinas contra a covid-19 entre os países mais ricos e os países mais pobres, que, a seu ver, se traduz num "problema de injustiça global".

Por outro lado, evocou que "há enormes diferenças ideológicas e de regimes políticos", mas que "não devem ser razão para os governos em todo o mundo não cooperarem quando confrontados com certos tipos de desafios que, pela sua natureza, requerem uma abordagem de cooperação".

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CBQF no programa "Mentes Que Brilham" do Porto Canal

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a empresa americana, Amyris, estão atualmente a desenvolver um projeto de produção de adjuvantes para vacinas profiláticas, que têm um papel fundamental na resposta imunitária provocada pelas vacinas incluindo algumas contra SARS-Cov2.

O Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) recebeu Cláudia Fonseca, do programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal para conhecer o projeto, o laboratório e, a equipa que está por detrás do mesmo, entrevistando João Carlos Fernandes da Escola Superior de Biotecnologia.

Assista aqui à reportagem completa no Porto Canal.

AgroGrIN Tech distinguida nos Prémios Empreendedor XXI

A AgroGrIN Tech, criada por investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, foi uma das dez jovens empresas finalistas em Portugal, no âmbito do programa Prémios Empreendedor XXI. Uma iniciativa promovida pela La Caixa em parceria com o Banco BPI Portugal, que contou com a participação de mais de 171 startups/PMEs. No âmbito deste concurso, a Agência Nacional de Inovação distinguiu, através do programa Born from Knowledge (BfK), a AgroGrIN Tech como a empresa portuguesa que mais se destacou em atividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D).

A AgroGrIN Tech, fundada pela investigadora Débora Campos, com o apoio dos investigadores Ricardo García e Ana Vilas-Boas, pretende ser uma referência a nível nacional e internacional, em termos de inovação tecnológica, sustentável e económica para o aproveitamento total dos resíduos gerados pelas industrias de processamento de frutas e vegetais. A aplicação do seu processo patenteado permite produzir novos ingredientes funcionais de alto valor económico através destes resíduos, permitindo a sua reintegração na cadeia alimentar. Além disso, a implementação do processo da AgroGrIN Tech permitirá às empresas a transição para uma economia circular, podendo assim ser económica e ambientalmente sustentáveis.

A startup nasceu do trabalho de investigação científica desenvolvido por Débora Campos durante o seu doutoramento, coordenado pela investigadora Manuela Pintado, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Por esse motivo, a distinção BfK nos Prémios Empreendedor XXI é o reconhecimento pelo elevado impacto da investigação & desenvolvimento no trabalho da AgroGrIN Tech, o pilar base da startup.

A equipa da AgroGrIN Tech explica que esta distinção "é o impulso de que a startup precisava para o seu crescimento e expansão global, uma vez que neste momento se encontra à procura de investimento para acelerar o seu processo de crescimento.”

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 10/05/2021

Balneário de Alcântara

O Balneário de Alcântara acaba de reabrir depois das primeiras obras em 20 anos. É utilizado por pessoas sem abrigo e moradores que precisam deste apoio. A repórter Arlinda Brandão foi ouvir quem procura esta ajuda e quem a dá.

Ouça aqui a reportagem da Antena 1 com a Professora Doutora Amélia Simões Figueiredo, Diretora da Escola de Enfermagem (Lisboa) do Instituto de Ciências da Saúde.

Faculdade de Medicina integra Plataforma mundial de cientista no combate à tuberculose

A Faculdade de Medicina, da Universidade Católica Portuguesa (UCP), passou a integrar a plataforma mundial de cientistas no combate à tuberculose (Collaboration for Tuberculosis Vacine Discovery – CTVD).

“Foi um reconhecimento muito importante para a Faculdade de Medicina da Universidade Católica, ao passarmos a integrar este grupo que reúne os melhores cientistas do mundo, numa verdadeira partilha de conhecimento científico”, afirma o professor Paulo Bettencourt, em representação da Faculdade de Medicina da UCP, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Prestes a dar início ao seu primeiro ano letivo, com data marcada para 13 de setembro, a integração na Plataforma significa uma adesão, efetivada a 15 de julho, a uma “rede de cientistas que desenvolvem projetos associados à investigação de vacinas mais eficazes contra a tuberculose e facilita a colaboração entre os seus membros”.

“Trata-se da maior plataforma mundial de cientistas, que se dedicam ao desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose”, indica o comunicado, acrescentando que a CTVD é financiada pela Fundação Bill e Medinda Gates.

“Este grupo de trabalho procura melhorar a única vacina contra a tuberculose – BCG. A tuberculose é uma doença que registou 10 milhões de novos casos e 1.4 milhões de mortes em 2019”, pode ainda ler-se.

A UCP informa que Paulo Bettencourt é formado em Biotecnologia pelo Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, concluiu o mestrado em Imunologia e Imunogenética pela Universidade de Manchester, doutoramento em Farmácia pela Universidade de Lisboa, e o Pós-doutoramento em Vacinologia no Instituto Jenner da Universidade de Oxford, onde a vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca foi criada e desenvolvida.

Ler artigo completo aqui.

Ana Maria Gomes e Manuela Pintado: "Mar Português – uma fonte inesgotável de valor"

“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português”

Mar Português, Fernando Pessoa

Assinala-se na última semana de setembro o Dia Mundial do Mar, uma data criada em 1978 pela Organização Marítima Internacional, agência das Nações Unidas. A data pretende alertar para a importância de um desenvolvimento marítimo seguro e eficiente e da proteção dos mares e dos oceanos, essenciais para a vida no planeta e para a sociedade. A beleza natural, riqueza mineral e centenas de milhares (238 700, Fundação Oceano Azul) de espécies marinhas habitante do mar são elemento de fascínio que exigem proteção e valorização apoiadas no conhecimento científico, e numa economia azul sustentável, circular e inclusiva, alinhado com o Pacto Ecológico Europeu.

É indelével a alma marítima de Portugal que atravessa séculos e serve de inspiração à literatura e cultura portuguesas desde a arte à gastronomia. Com uma linha de costa de cerca de 2500 km, incluindo uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2 (Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030) Portugal goza de um espaço de excelência que conjuga valores naturais únicos com uma grande ocupação humana. A importância da preservação da biodiversidade e da integridade dos ecossistemas e recursos e da prevenção da acidificação e poluição destas zonas, na promoção da qualidade de vida dos cidadãos e nas respetivas economias, implica uma atenção redobrada na sua gestão e desenvolvimento. Urge contribuir para a sua proteção, gestão e conservação alavancando a sustentabilidade das dinâmicas da orla costeira em termos ambiental, económico e social suportadas na tecnologia, conhecimento científico e inovação. Todos os intervenientes são interpelados a agir de forma articulada e colaborativa num modelo multi e interdisciplinar desde as universidades, centros de investigação, indústria, empresas, associações do sector, entidades da Administração Pública e a sociedade civil. São já vários os projetos relevantes neste domínio da multidisciplinaridade, como são o ValorPeixe, o ValorMar e o CVMar+i, com enfoque na valorização de recursos marinhos e seus subprodutos através do desenvolvimento de novos produtos com aplicações na alimentação animal e humana, cosmética, materiais e biomédica, farmacêutica, têxtil ou mesmo agricultura.

Ler artigo completo aqui.

"Um esforço de muitos anos". Inaugurada a primeira faculdade privada de Medicina no país

A primeira faculdade privada de Medicina foi inaugurada, esta terça-feira, pela Universidade Católica Portuguesa (UCP). Na cerimónia participaram, entre outras figuras, o primeiro-ministro e o Cardeal Patriarca de Lisboa. Conta com apenas 50 vagas para o primeiro ano letivo e mais de 600 alunos manifestaram interesse em candidatar-se.

Veja aqui a reportagem.

Provas Públicas de Agregação de João Pedro Monteiro e Louro Machado de Simas

Nos dias 21 e 22 de junho de 2021 decorrem as provas públicas de agregação de João Pedro Monteiro e Louro Machado de Simas, vogal da Faculdade de Medicina da UCP, no Auditório Cardeal Medeiros na Universidade Católica Portuguesa, com uma duração máxima de duas horas em cada prova.

 

Segunda-feira | 21 de junho | 14h30

  • Apreciação do currículo científico 
    • Alexandre Lemos de Castro Caldas | Instituto de Ciências da Saúde | UCP
    • José Gabriel Saraiva Cunha | Faculdade de Medicina | Universidade de Coimbra
       
  • Análise do relatório relativo ao programa
    • Maria de Fátima Moutinho Gartner | Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

Terça-feira | 22 de junho | 14h30

  • Lição de Síntese
    • Luís Ricardo Simões da Silva Graça | Faculdade de Medicina | Universidade de Lisboa

 

 

Categorias: Faculdade de Medicina

Seg, 21/06/2021

A agricultura e a culinária vão mudar. Gosta de feijão alado?

O que é que a bambara tem? E o que traz de novo o milho-painço? Estarão os europeus prontos para o feijão alado? Todas estas questões deverão ter resposta, dentro de quatro anos, quando o projeto europeu RADIANT der a conhecer os resultados obtidos com o cultivo de 15 grupos de vegetais provenientes de outros continentes ou que, entretanto, caíram em desuso. Os testes começam num grupo de 20 quintas, e deverão expandir-se mais tarde a outras 45, por convite. Estão envolvidas 29 entidades de 12 países. A participação nacional é garantida por duas vias: além da inclusão da Herdade do Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo, e da Quinta Biofontinha, na ilha Terceira, Açores, o RADIANT conta com a coordenação da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

“Mais do que combater a escassez de alimento, o projeto pretende evitar dietas cada vez mais monótonas. A agricultura tem vindo a produzir mais do mesmo. O que pode ter como resultado a perda de qualidade dos solos e de diversidade dos vegetais. A ideia é que estes alimentos sejam produzidos de forma sustentável e com custos acessíveis”, explica Marta Vasconcelos, professora na Escola Superior de Biotecnologia da UCP.

O projeto, que conta com um total de 5,9 milhões de euros de financiamento, não só vai testar o cultivo de vegetais que geralmente não constam nas safras e nos pratos europeus como prevê testes de degustação, inquéritos e rotulagem que enaltece os benefícios nutricionais dos novos vegetais que vierem a ser cultivados. Também está previsto o desenvolvimento de uma app que ajude os agricultores a apurar quais as espécies que melhor se adequam às condições agrícolas e meteorológicas de cada região.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Expresso de 13 de agosto de 2021.

Comissário do Governo Húngaro visita Centro Regional do Porto

A 23 de novembro, o comissário do governo húngaro e presidente do conselho de curadores da Universidade Tokaj-Hegyalja, István Stumpf, esteve no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa no âmbito de uma visita oficial a Portugal. O encontro permitiu abordar os diferentes modelos universitários portugueses, com um enfoque especial nas áreas da viticultura e enologia.

A sessão de boas-vindas foi dirigida por Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, e por Isabel Vasconcelos, Vice-Reitora da Universidade Católica Portuguesa. Seguiu-se uma reunião entre todos os participantes: István Stumpf e os membros da sua delegação - Klára Breuer, diretora internacional da Universidade Nacional de Serviço Público, Tamás Dúzsi, produtor de vinho e especialista em vinhos, e Boglárka Borbély, chefe de secretariado do comissário -, Miklós Halmai, embaixador da Hungria em Portugal; Paula Castro, diretora da Escola Superior de Biotecnologia; Bento Amaral, Service Director do Instituto de Vinhos do Douro e do Porto; e José António Couto, coordenador da Pós-graduação em Enologia da Escola Superior de Biotecnologia.

A visita da delegação a Portugal contempla também encontros a respeito do estudo de modelos universitários, de aspirações e experiências portuguesas no campo do ensino superior. Adicionalmente, os membros da delegação pretendem, também, estreitar relações bilaterais entre Portugal e a Hungria, conversando sobre futuras oportunidades de cooperação.

Centro de Biotecnologia e Química Fina: Celebrar o passado e desafiar o futuro

Os 30 anos do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) mereceram um ano repleto de comemorações. Todas as iniciativas promovidas neste âmbito pretenderam celebrar e reforçar a importância que este Centro de Investigação da Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto ocupa no panorama da investigação nacional e internacional.

Gunter Pauli, autor do livro Blue Economy e considerado o “pai” da Economia Circular, foi o convidado da Conferência de Encerramento das comemorações do 30.º aniversário, que decorreu a 28 de outubro, no Auditório Carvalho Guerra do Centro Regional do Porto, tendo tido, igualmente, transmissão online. Uma sessão que pretendeu celebrar as realizações e as conquistas do CBQF, bem como lançar e desafiar a agenda para o futuro.

Isabel Braga da Cruz, Presidente do Centro Regional do Porto, começou por “agradecer a todos os que durante 30 anos acreditaram no potencial do CBQF e contribuíram para o seu reconhecimento nacional e internacional.” A Presidente lembrou, também, que “a classificação de excelência, a mais alta distinção atribuída pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, atesta esta qualidade e reconhece uma comunidade empenhada na inovação e na excelência. Toda a comunidade da Católica no Porto se orgulha do CBQF.”

Seguiu-se uma apresentação de Manuela Pintado, diretora do CBQF, sobre aquele que tem sido o percurso do centro de investigação. Manuela Pintado lembrou que o CBQF é “internacionalmente reconhecido nas áreas da biotecnologia, alimentação, ambiente e saúde”, que “é um interveniente ativo na definição de políticas e prioridades de investigação” e que “cria valor com impacto para a economia circular”.

Capacitando a ciência a criar alto valor através de soluções circulares” foi o título da apresentação central desta conferência, proferida por Gunter Pauli, que começou por felicitar “o trabalho do CBQF e de toda a sua equipa”, bem como todo “o trabalho que ainda têm pela frente”.  

Gunter Pauli inspirou a missão do CBQF, referindo que “verdade”, “honestidade”, “transparência” e “capacidade de perdão” são os ingredientes essenciais “que devem ser traduzidos em iniciativas capazes de transformar o mundo”.  

A sessão de encerramento contou ainda com a intervenção de João Rocha, Coordenador do Comité Executivo do Conselho dos Laboratórios Associados.

Com esta conferência, o Centro de Biotecnologia e Química Fina encerrou o ciclo de comemorações que começou a 24 de novembro de 2020, Dia Mundial da Ciência e Dia Nacional da Cultura Científica. A escolha simbólica desta data procurou marcar o começo de um novo ciclo para o Centro de Investigação e Laboratório Associado.

Chegado ao fim deste ciclo de comemorações, resta a certeza de que a missão de produzir conhecimentos inovadores e relevantes em biotecnologia continua. O CBQF manter-se-á focado em ser um centro de investigação de referência nacional e internacional especializado na criação de conhecimentos transferíveis para a indústria e para a sociedade, cumprindo objetivos circulares de bioeconomia.

 

Biblioteca da Faculdade de Medicina recebe exposição fotográfica LerVitar de Rodrigo de Matos

A Biblioteca da Faculdade de Medicina inaugura o seu programa de atividades culturais para o ano de 2022 com a exposição fotográfica itinerante LerVitar, de Rodrigo de Matos (Lisboa, 1985). É um trabalho resultante do desafio que, em 2017, a Biblioteca da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa lançou ao autor, para conceber um trabalho subordinado ao tema «a biblioteca e os seus utilizadores». Baseando-se num princípio formulado pelo próprio - «A insustentável leveza do ler» -, Rodrigo de Matos sugere, por meio de seis imagens de grande formato, originais e inspiradoras, uma representação da perspetiva de «ler levitando», assim como dos leitores, da capacidade de evasão e do prazer que a leitura pode proporcionar.

A exposição chega agora à Biblioteca da Faculdade de Medicina da UCP, podendo ser visitada nos dias úteis, entre as 9h00 e as 18h00, até ao dia 25 de fevereiro.

Formar verdadeiros profissionais de saúde

Formar “verdadeiros profissionais de saúde”, que tenham “atenção ao doente”. Nas palavras do diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, António de Almeida, este é o objetivo do novo curso, um sonho com mais de 20 anos que se concretizou neste ano académico. Maria do Rosário Magriço e Gonçalo Ruivo são dois dos 56 alunos e falam dos desafios de ‘estrear’ uma faculdade e do método de ensino “baseado em problemas”.

À pergunta do Jornal VOZ DA VERDADE ‘Como serão os médicos do século XXI formados na Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa?’, o diretor da recém-criada faculdade, António de Almeida, sublinha a importância de os futuros médicos “olharem o doente” e estarem preparados para a evolução da Medicina. “Uso sempre a analogia – que se calhar já é antiquada – do Buck Rogers [uma série televisiva norte-americana, transmitida entre 1979 e 1981], que era um militar americano que ficou congelado e acordou passado cinco séculos, num mundo completamente diferente. Os médicos que são formados agora vão ter essa experiência. Vão ser formados com uma certa medicina tecnológica, e vão, ao longo da sua carreira, ver uma transformação total da Medicina, como eu vi na minha carreira, no fim do século XX, princípio do século XXI. Portanto, o que é muito importante para os médicos que vão sair daqui, e são esses os médicos que vamos formar, é que vão ser profissionais de saúde que olham para o doente, vão ser profissionais de saúde flexíveis, capazes de ir buscar informação, capazes de se adaptar a novas tecnologias, mas ainda assim nunca perdendo o fito principal da sua profissão que é o cuidado e o acompanhamento das pessoas”, destaca o diretor da FMUCP.

O desejo, assume este responsável, é “estar na vanguarda da Medicina no mundo”. “Nós temos um curso em Inglês e queremos formar médicos para o mundo. É óbvio que Portugal precisa de médicos, mas não podemos esquecer que, primeiro, há uma mobilidade enorme e, segundo, o mundo inteiro precisa de médicos – até mais do que Portugal –, em muitas regiões. Queremos incutir esta responsabilidade social, esta preocupação pelo mundo, nos nossos alunos. Queremos verdadeiramente que os nossos alunos sejam médicos para o mundo, onde quer que eles vão. Podem ser o especialista mais especializado numa certa área de cirurgia ou podem ser o médico de família rural, no Alentejo. É indiferente. Têm é que ser médicos capazes de trabalhar em qualquer sítio do mundo”, assinala.

Ler artigo completo aqui.

Diagnóstico da COVID-19 em saliva, desenvolvido por Laboratório da Católica, publicado na revista científica PLOS ONE

SalivaTec, laboratório de referência em Portugal para o diagnóstico em saliva, publica na revista científica PLOS ONE, resultados da otimização dos testes à COVID-19 em amostras de saliva.

O novo método desenvolvido pelo laboratório SalivaTec, do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), da Universidade Católica Portuguesa, foi aplicado a mais de 5000 amostras da população de Viseu, que incluiu funcionários da Câmara Municipal de Viseu, dirigentes, treinadores e jogadores das seleções portuguesas de futebol, assim como praticantes de clubes e do desporto jovem.

A utilização da saliva permite a colheita rápida e indolor das amostras, o que torna o método adequado principalmente para a testagem em larga escala, necessária para despistar rapidamente casos de infeção, numa altura em que a incidência é crescente.

Nuno Rosa, investigador do SalivaTec (CIIS) e líder do projeto, explica que este é um desenvolvimento importante para o rastreio da COVID-19. “A saliva já é vista como amostra biológica adequada para detetar o vírus, mas normalmente é associada a uma sensibilidade inferior ao do teste feito com zaragatoa e PCR. O método que descrevemos permite a deteção mais rápida que o teste com zaragatoa mantendo a mesma sensibilidade. Os nossos dados mostram uma economia de até 90% dos custos da análise por PCR de amostras colhidas com zaragatoa.”

O método agora publicado na revista PLOS ONE representa um avanço significativo no controlo da COVID-19, por permitir a realização de testes na comunidade, de modo simples, a baixo custo e possibilitando assim facilmente escalar o número de rastreios diários.

A diretora do CIIS-UCP, Marlene Barros, refere ainda que estes testes “não são intrusivos” e, por isso, “ideais para testar crianças e seniores”. Adicionalmente, o custo associado ao pessoal especializado necessário para a colheita adequada das amostras é eliminado. “É feita uma auto-colheita de saliva, que pode ser realizada seguindo as nossas recomendações, no conforto do lar”, acrescentando ainda que “mais do que um avanço científico, esta é uma maneira de agradecermos à comunidade onde estamos inseridos”.

 

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Projeto de investigação permite detetar doença de Alzheimer numa fase precoce

Um projeto de investigação liderado pela Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, no domínio da Inteligência Artificial, pode revolucionar o diagnóstico da doença de Alzheimer, mesmo quando ainda não existem sintomas.

Desenvolvido em colaboração com o Hospital de São João, no Porto, as faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Bragança, este projeto surge num contexto em que a OMS estima que existam 35,6 milhões de pessoas com doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a duplicar até 2030 e a triplicar até 2050.

A tecnologia Neuro SDR foi testada em 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João, no Porto. Pedro Miguel Rodrigues, investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia (CBQF/ESB/UCP), explica “criamos um algoritmo que utiliza como fonte de informação 19 elétrodos que captam tensões elétricas que, num adulto, variam entre 30 e 50 milivolts, num espaço temporal de 30 e 45 minutos.” Os elétrodos estão numa touca que é colocada pelo médico ao utente. Essa touca está ligada a uma interface que pode ser acedida através de computador, que capta a informação e no espaço de cerca de 5 segundos a torna visível no ecrã.

Pedro Miguel Rodrigues refere que “um diagnóstico precoce abre portas para melhores resultados ao nível das terapias, mas também constitui um poderoso auxiliar em questões relacionadas com a salvaguarda da integridade pessoal e financeira dos portadores de Alzheimer, assim como em assuntos relacionados com profissões de risco e cartas de condução, por exemplo.”

Este projeto conta com mais de seis anos de desenvolvimento, permitindo contornar a difícil deteção desta patologia, aperfeiçoar algoritmos e desvendar o desenvolvimento da doença em diagnósticos primeiramente inconclusivos. “A solução criada incorpora um algoritmo de inteligência artificial com uma capacidade de precisão de diagnóstico a rondar os 98% para casos assintomáticos e/ou precoces da doença. E, por conseguinte, estamos numa fase em que precisamos de parceiros para conseguirmos que o protótipo saia do laboratório e possa ser disponibilizado em larga escala,” conclui Pedro Miguel Rodrigues.

Alguns dos resultados deste projeto podem ser consultados “Lacsogram: A New EEG Tool to Diagnose: Alzheimer’s Disease”, publicado recentemente na revista IEEE Journal of Biomedical and Health Informatics.

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Quinta, 10/02/2022

Embaixadora dos Países Baixos visita Escola Superior de Biotecnologia

Nienke Trooster, embaixadora dos Países Baixos em Portugal, esteve na Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa no dia 23 de março para conhecer o trabalho que tem sido desenvolvido com entidades dos Países Baixos, mas também para identificar potenciais áreas de colaboração.

Em 2021, o Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF/ESB/UCP) publicou mais de 44 artigos em parceria com entidades dos Países Baixos. Outro aspeto realçado durante a visita foi a estreita colaboração em projetos de investigação no âmbito do Horizon 2020:

  • STARGATE - Sensors and daTA tRaininG towards high-performance Agri-food sysTEms
  • REPARES – Research Platform on antibiotic resistance spread through wastewater treatment plants
  • RADIANT – ReAlising Dynamic vAlue chains for uNduruTilised crops
  • MIRACLE – Mid-infrared arthroscopy innovative imaging system for real-time clinical in-depth examination and diagnosis of degenerative joint diseases

Após a reunião com a presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica, Isabel Braga da Cruz, a diretora da Escola Superior de Biotecnologia, Paula Castro, com a diretora do CBQF, Manuela Pintado, a embaixadora teve a oportunidade de visitar os laboratórios e conhecer melhor o projeto Alchemy, desenvolvido com a empresa de biotecnologia Amyris, mas, também, de ver o Pavilhão Tecnológico e o Kitchen Lab.

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Sexta, 25/03/2022

Próximos eventos

Investigadores da Católica criam biosílica extraída da cana-de-açúcar

Um dos maiores projetos de investigação na área da biotecnologia, liderado pelo laboratório associado CBQF da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade da Católica Portuguesa, em parceria com a empresa Amyris Bio Products Portugal, apresentou um importante resultado: a primeira biosílica extraída da cana-de-açúcar com aplicação na indústria cosmética. Um ingrediente inovador que já deu origem a um produto que está a ser comercializado a nível internacional.

Manuela Pintado, investigadora do CBQF e coordenadora do projeto Alchemy em Portugal, refere que “esta primeira descoberta que dá origem a um produto inovador resulta de um conhecimento mútuo entre as duas entidades envolvidas – CBQF/ESB/UCP e Amyris -, de um alinhamento estratégico, mas acima de tudo do empenho de mais de 100 investigadores do projeto”. Manuela Pintado refere que a multidisciplinaridade da equipa - bioengenharia, microbiologia, bioanalítica entre outras áreas – permitiu “em dois anos criar um novo ingrediente bem aceite pelo mercado e que respeita os princípios da economia circular e do desenvolvimento sustentável”.

A biosílica sustentável é obtida a partir de cinzas de cana-de-açúcar, provenientes da queima de subprodutos das indústrias produtoras de açúcar para geração de energia, incluindo as folhas resultantes do processo da colheita da planta e do bagaço, material fibroso obtido após extração do xarope de açúcar. O novo ingrediente, o primeiro do mundo a ser criado com base em recursos sustentáveis, poderá ser usado, agora, na indústria cosmética, assumindo-se como uma alternativa sustentável e com melhor desempenho à sílica tradicional, extraída da areia, um recurso com intensa exploração no planeta.

“Este ingrediente vem tornar a cosmética limpa – clean beauty – ainda mais limpa e é, digamos assim, a ‘primeira pedra’ da implantação de um hub internacional de inovação na área da Biotecnologia com uma forte cultura de ciência aplicada, espirito empreendedor e empresarial, fortemente orientada ao mercado,” refere Miguel Barbosa, da Amyris Bio Products Portugal. A Amyris Bio Products Portugal é uma subsidiária da norte-americana Amyris Inc., cotada no NASDAQ, sedeada em Emeryville, Califórnia, e cujo CEO é o luso-americano John Melo.

Ciência ao serviço da sustentabilidade dos recursos mundiais
Raquel Madureira, investigadora do projeto, explica “mais do que um ingrediente sustentável, a biosílica mostra como a ciência pode ajudar a valorizar o desperdício de qualquer indústria, a salvaguardar a sustentabilidade dos recursos mundiais e, paralelamente, a promover uma ‘beleza limpa’, ao permitir o desenvolvimento de cosméticos limpos e seguros.” A este nível, refira-se que a indústria da beleza/estética produz milhões de toneladas de resíduos, desde o fornecimento de ingredientes até à criação da embalagem do produto. Este novo produto será comercializado pela Aprinnova, empresa norte-americana líder no campo da biotecnologia aplicada à cosmética sustentável e parceira da Amyris.

O projeto Alchemy que deriva de uma parceria estratégica entre a Universidade Católica Portuguesa, a empresa Amyris Bio Products Portugal e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é financiado pelo Portugal 2020 e pelo Programa Operacional FEDER. Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética, mas também para nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.

Para o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, “este primeiro resultado que advém do projeto Alchemy é muito importante. A AICEP tem acompanhado o processo desde o início, através do contrato de I&D estabelecido com a Amyris e a Universidade Católica Portuguesa, em 2018, e acreditamos que dará um contributo relevante para o aumento das exportações com alta intensidade tecnológica. A parceria com a UCP é um reconhecimento da qualidade do sistema universitário e da capacidade de investigação de Portugal e mais uma vez o talento português está a ser fundamental para o sucesso do projeto. Parabéns à Amyris e à UCP!” 

O Alchemy visa, simultaneamente, a promoção da transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia. Acrescente-se, ainda, que este projeto de investigação se materializa num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

 

Outras informações úteis:

Projetos de estudantes da ESB na final dos Health INNOVAtion Awards

Dois projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto foram selecionados para a final dos Health INNOVAtion Awards, um acelerador de ideias que promove a inovação no setor da Saúde, que se realiza a 22 de setembro de 2020.

As estudantes do 2º ano da Licenciatura em Bioengenharia - Ana Catarina Lopes Ramos, Ana Sofia Fontes da Silva, Áurea Filipa Oliveira Covas, Maria Inês Silva Lopes da Fonte e Simone Conceição da Costa Sá​ – desenvolveram a APP - SIGnal Monitoring Analysis APP for cardiac diseases, um sistema capaz de analisar um conjunto de parâmetros fundamentais na vida de qualquer pessoa que tenha problemas cardíacos. Através desta aplicação para smartphone é possível medir de uma forma segura e rápida o nível de oxigénio, a pressão arterial, temperatura ou frequência respiratória. Um projeto também orientado pelo docente Pedro Rodrigues.

Sob orientação do docente Pedro Rodrigues, os estudantes do Mestrado em Engenharia Biomédica - Gabriel Silva e Marco Alves -, desenvolveram o projeto NeuroSDR - Software para deteção rápida e precoce das doenças de Alzheimer e Parkinson através da análise de sinais EEG. As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer (DA) e a doença de Parkinson (DP), são as principais causas de demência nos idosos. Este tipo de doenças provoca morte celular, o que pode ter impacto na memória, no pensamento cognitivo e nas funções motoras. Especificamente, 75% dos casos de demência a nível mundial advêm destas duas doenças.

Saiba mais aqui.

 

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Seg, 21/09/2020

Investigadora Célia Manaia integra lista de cientistas mais citados em todo o Mundo

A investigadora Célia Manaia, do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia, é uma dos 12 investigadores de instituições portuguesas mais citadas do mundo, segundo a lista “Highly Cited Researchers 2020”, elaborada pela empresa norte-americana Clarivate Analytics. Uma distinção que, para Célia Manaia, “é um reconhecimento do trabalho feito, de procurar ir ao encontro das questões mais centrais na área em que investigamos e de trabalhar em rede.”

Licenciada em Bioquímica e doutorada em Microbiologia, ambos pela Universidade de Coimbra, Célia Manaia é docente da Escola Superior de Biotecnologia e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa. Ao longo dos seus mais de 25 anos como investigadora, tem vindo a dedicar-se ao estudo da diversidade e ecologia bacteriana, em particular de zonas sujeitas à ação humana. Nos últimos anos, Célia Manaia tem vindo também a estudar a dispersão ambiental de bactérias resistentes a antibióticos.

Highly Cited Researchers 2020 distingue 6167 investigadores de todo o mundo

A lista “Highly Cited Researchers 2020”, abrange a última década, e este ano distinguiu 6167 investigadores de mais de 60 países: 3.896 foram distinguidos pelo seu desempenho, em 21 áreas, e 2.493 pelo seu desempenho transversal. Esta lista incide apenas nos artigos mais citados, que representam 1% do que se publica no mundo.

Os países mais representados no ranking deste ano são os Estados Unidos da América, a China, o Reino Unido e a Alemanha. A lista inclui também 26 Prémios Nobel e a Universidade de Harvard, nos EUA, lidera novamente o número de cientistas. A lista completa pode ser consultada aqui.

Satisfeita com a distinção, que é o reconhecimento do trabalho de investigação desenvolvido, Célia Manaia alerta que “as métricas em ciência devem ser vistas com cautela e não devemos deixar que tudo se transforme em números e rankings.” Aos investigadores mais novos, a investigadora deixa alguns conselhos: “trabalhar sempre com muita seriedade, com verdadeira honestidade intelectual, e, muito importante, comunicar bem – com rigor, clareza e transparência”.

Categorias: Investigação Escola Superior de Biotecnologia

Quinta, 19/11/2020

Durão Barroso pede "mais ambição" a líderes mundiais no combate a pandemia

O presidente da Aliança Global para as Vacinas (Gavi) defendeu hoje "mais ambição" dos líderes mundiais no combate à pandemia da covid-19, realçando que o seu custo económico "é muito maior" que o de vacinas, medicamentos e diagnósticos.

"Não é só uma questão de justiça, é também uma questão de racionalidade económica responder o mais rápido possível, e com mais ambição, a esta pandemia", afirmou Durão Barroso, numa conferência promovida pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), onde é professor convidado.

O ex-primeiro-ministro português falava na véspera da Cimeira Mundial da Saúde, organizada pela Comissão Europeia e pela presidência italiana do G20 (grupo das 20 maiores economias e a União Europeia), que se realiza em Roma e na qual vai participar.

Durão Barroso salientou, na sua intervenção feita na íntegra em inglês, que "o custo económico" da pandemia "é muito maior" quando comparado com o custo de vacinas, tratamentos e diagnósticos, pelo que, disse, vai pedir na quinta-feira, na cimeira, aos líderes mundiais "mais ambição na resposta à pandemia". 

"Quanto mais tempo demorarmos a distribuir vacinas pelo mundo, mais tempo o vírus vai circular, mudar e dar origem a novas variantes, que, muito provavelmente, serão mais transmissíveis ou mais perigosas", justificou.

O antigo presidente da Comissão Europeia participou, à distância, na conferência "Valores e Tecnologia em Inovação Médica", promovida pela UCP para assinalar simbolicamente o arranque de iniciativas da futura Faculdade de Medicina, que começará a funcionar no próximo ano letivo.

Antes de destacar o impacto económico da pandemia, o presidente da Gavi apontou a "enorme diferença" na distribuição de vacinas contra a covid-19 entre os países mais ricos e os países mais pobres, que, a seu ver, se traduz num "problema de injustiça global".

Por outro lado, evocou que "há enormes diferenças ideológicas e de regimes políticos", mas que "não devem ser razão para os governos em todo o mundo não cooperarem quando confrontados com certos tipos de desafios que, pela sua natureza, requerem uma abordagem de cooperação".

Ler artigo completo aqui.

Paula Castro: "O poder do invisível na saúde do planeta"

O meu filho mais novo é adolescente e faz anos hoje, dia 5 Junho - desejo que quando atingir a idade da mãe possa festejar neste dia mundial do ambiente o sucesso que a humanidade obteve ao reverter caminhos vertiginosamente perigosos para a nossa sobrevivência como espécie.

No Porto Cuidar do solo é um dever de todos - é dele que vem o nosso sustento e assim a saúde da humanidade depende da saúde do solo. Os solos contribuem com 25% da biodiversidade do planeta, invisível aos nossos olhos, e nele são criados 95% dos alimentos que consumimos.

As suas funções não se esgotam aí - também purificam água, controlam cheias e fixam carbono, contribuindo para a estabilização do clima. Os cientistas têm a responsabilidade de dar a ver o solo a toda a sociedade, de tornar visível o que aparentemente não passa de um suporte físico para plantas, estradas ou cidades.

A FAO (a organização das Nações Unidas dedicada à agricultura e alimentação) calcula que um terço do solo mundial está significativamente degradado. Há estimativas que apontam que a cada ano uma área correspondente à produção de 20 milhões de toneladas de cereais é perdida devido à desertificação.

As causas que nos trouxeram a este estado são múltiplas: monoculturas com pouca ou nenhuma rotação, abuso de agroquímicos de síntese, compactação e impermeabilização agravada pelo crescimento urbano, entre outros. Mas talvez a perda mais insidiosa seja a da biodiversidade escondida - os organismos que fazem a diferença entre um solo vivo, fértil, dinâmico e regenerador, e um pó inerte quiçá recheado de contaminantes.

Desde há duas décadas que investigadores na Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto se dedicam a desenhar soluções baseadas na natureza com vista à regeneração de solos. A biodiversidade do solo é a fonte de inspiração para soluções naturais: desde os biofertilizantes aos bioinoculantes desenvolvemos cocktails de microrganismos que fixam azoto e solubilizam fósforo (nutrientes críticos ao crescimento vegetal) e criam redes de comunicação subterrânea que distribuem água e nutrientes pelas plantas e as protegem de doenças.

Ler artigo completo aqui.

CBQF no programa "Mentes Que Brilham" do Porto Canal

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a empresa americana, Amyris, estão atualmente a desenvolver um projeto de produção de adjuvantes para vacinas profiláticas, que têm um papel fundamental na resposta imunitária provocada pelas vacinas incluindo algumas contra SARS-Cov2.

O Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) recebeu Cláudia Fonseca, do programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal para conhecer o projeto, o laboratório e, a equipa que está por detrás do mesmo, entrevistando João Carlos Fernandes da Escola Superior de Biotecnologia.

Assista aqui à reportagem completa no Porto Canal.

AgroGrIN Tech distinguida nos Prémios Empreendedor XXI

A AgroGrIN Tech, criada por investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, foi uma das dez jovens empresas finalistas em Portugal, no âmbito do programa Prémios Empreendedor XXI. Uma iniciativa promovida pela La Caixa em parceria com o Banco BPI Portugal, que contou com a participação de mais de 171 startups/PMEs. No âmbito deste concurso, a Agência Nacional de Inovação distinguiu, através do programa Born from Knowledge (BfK), a AgroGrIN Tech como a empresa portuguesa que mais se destacou em atividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D).

A AgroGrIN Tech, fundada pela investigadora Débora Campos, com o apoio dos investigadores Ricardo García e Ana Vilas-Boas, pretende ser uma referência a nível nacional e internacional, em termos de inovação tecnológica, sustentável e económica para o aproveitamento total dos resíduos gerados pelas industrias de processamento de frutas e vegetais. A aplicação do seu processo patenteado permite produzir novos ingredientes funcionais de alto valor económico através destes resíduos, permitindo a sua reintegração na cadeia alimentar. Além disso, a implementação do processo da AgroGrIN Tech permitirá às empresas a transição para uma economia circular, podendo assim ser económica e ambientalmente sustentáveis.

A startup nasceu do trabalho de investigação científica desenvolvido por Débora Campos durante o seu doutoramento, coordenado pela investigadora Manuela Pintado, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Por esse motivo, a distinção BfK nos Prémios Empreendedor XXI é o reconhecimento pelo elevado impacto da investigação & desenvolvimento no trabalho da AgroGrIN Tech, o pilar base da startup.

A equipa da AgroGrIN Tech explica que esta distinção "é o impulso de que a startup precisava para o seu crescimento e expansão global, uma vez que neste momento se encontra à procura de investimento para acelerar o seu processo de crescimento.”

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia

Seg, 10/05/2021