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JMJ pode ser oportunidade para atrair jovens portugueses para a Igreja, diz sociólogo

José Pereira Coutinho vê nas atividades para jovens, como a Missão País e os campos de férias de inspiração católica, uma alternativa "para quem pensa que não há vida para lá dos festivais de verão". A Jornada Mundial da Juventude que se vai realizar em Lisboa em 2023 pode ser uma oportunidade de atrair jovens para a Igreja, considera o sociólogo da religião José Pereira Coutinho.

O autor do livro "Religião em Portugal - Análise Sociológica", que é também investigador no Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião, da Universidade Católica Portuguesa, explica que o mais natural é que os participantes estrangeiros na JMJ sejam já católicos convictos, mas que de Portugal é possível que participem pessoas que estão apenas curiosas.

"Em Portugal, à partida, os que vêm de fora, sobretudo os que vêm de mais longe, têm de ser muito convictos. Os que estão em Portugal serão católicos de todos os tipos, ou mesmo não-católicos, ou que são batizados, mas não estão envolvidos na Igreja."

É precisamente por essa razão, considera, que faz sentido que o este seja um megaevento capaz de rivalizar com outras propostas que já existem para atrair os jovens no verão. "Isso é importante para chamar as pessoas. O carisma, a emoção, este calor é importante. Alguns vão ficar. Alguns que até podiam estar fora, ou não estavam tão dentro, podem voltar, podem converter-se na altura.

Tudo é possível, as conversões são muito diversas e há várias moradas de conversão dentro da Igreja, portanto toda esta emoção e este espetáculo é importante para chamar, sobretudo os jovens, que são muito sensíveis a estas questões, até pela questão da concorrência de outros megaeventos que há todos os verões em Portugal, portanto tem de ter alguma coisa que chame sobretudo aqueles que são menos convictos." "E depois, lá dentro, com certeza que serão despertados novamente para a fé, ou então para os que já são, ficarem com mais.

Olhando para a Igreja ela certamente só tem a ganhar com estes eventos - obviamente mantendo dentro da linha católica, para não se secularizar e não perder a sua catolicidade", diz o especialista. Contudo, o entusiasmo gerado pela Jornada tem de ser bem aproveitado pela Igreja, porque não dura para sempre.

José Pereira Coutinho aponta para os dados recolhidos pelo académico francês Charles Mercier, que publicou recentemente uma análise histórica e sociológica das JMJ durante o pontificado de João Paulo II. "Ele analisa as consequências ao nível da religiosidade, da pertença, das práticas e diz basicamente que no curto prazo há realmente um crescimento, mas no médio a longo prazo isso desvanece. 

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