Dia Internacional do Enfermeiro: “Cuido dos outros como gostaria de ser cuidada”
“Ser enfermeira é uma responsabilidade. É preciso ter um espírito de missão, uma vontade de servir, da melhor forma possível, para garantir o bem-estar do outro.” É desta forma que Lúcia Macedo, enfermeira há 17 anos, e doutoranda na Católica, define a sua profissão.
Confessa que não foi uma escolha “muito pensada”, até porque quando terminou o ensino secundário, “não sabia muito bem o que queria fazer”. A certeza desta profissional prendia-se apenas com o “gosto por ajudar os outros. De estar com pessoas”. Foi essa vontade que a levou a escolher o curso de Enfermagem, na Escola Superior de Enfermagem da Imaculada Conceição, no Porto, mais tarde o Mestrado em Enfermagem e agora o Doutoramento em Enfermagem, no Instituto Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa.
Um percurso motivado “pela necessidade de fazer face às lacunas de conhecimento, na área de especialização em saúde infantil e pediátrica, que queria aprofundar”, tendo escolhido a Católica “pela qualidade de ensino e prestígio do seu corpo docente” e pelo facto de “nesta instituição se investigar para ensinar, colocando a investigação e o ensino ao serviço da comunidade”.
Diz que não se vê a fazer outra coisa, até porque, “logo no 1.º ano do curso soube que era aquilo que queria fazer na vida.” Uma certeza que acabou por reforçar no Hospital S. João, no Porto, onde começou a trabalhar, no serviço de Cirurgia Cardiotorácica.
“Lidar com o sofrimento não é fácil. Mas ponho-me sempre no lugar de quem está à minha frente. Cuido como gostaria de ser cuidada e isso é muito importante para quem trabalha na área da Saúde”, acrescenta Lúcia Macedo.
Apesar de admitir “ser muito doloroso tirar a capa e pormo-nos na pele do doente, fazendo a transferência para nós do que o outro sente”, não tem dúvidas que o resultado é “muito positivo.”
É no hospital, em contacto com a “fragilidade humana” que esta enfermeira se realiza, apesar dos “turnos trocados e das longas horas de trabalho acabarem por tirar muito do tempo que gostaria de dedicar à família e ao estudo.”
O Doutoramento em Enfermagem que a fez debruçar-se na área da Saúde Infantil em contexto escolar é a próxima etapa de uma vida dedicada aos outros. Para esta enfermeira, a procura de um conhecimento cada vez mais especializado, é essencial “quando temos a responsabilidade de colocar a ciência em prática, de forma a melhor cuidar do doente.”
Lúcia garante que nunca se arrependeu da escolha que fez há 17 anos. A melhor recompensa, refere a enfermeira, “é quando as pessoas que cuidamos reconhecem o nosso valor. Quando sentem que somos importantes porque estivemos presentes num momento de grande vulnerabilidade. Um momento que acontece em qualquer fase da vida de uma pessoa. Pode ser no início, mas também no fim da vida”, acrescenta.