“Na Universidade, posso reconstruir-me” conta Sam Izadloo, iraniano e refugiado da Ucrânia

“A universidade tem sido um dos lugares onde me sinto bem-vindo. De forma geral, sinto-me aceite, conheci pessoas incríveis e estou grato. Talvez tenha sido um dos mais sortudos neste jogo de azar”. As palavras são de Sam Izadloo, 26 anos, nascido no Irão e refugiado da Ucrânia, hoje no terceiro ano de Medicina na Católica Medical School, que frequenta graças à atribuição de uma bolsa de estudos da Universidade Católica Portuguesa dedicada a refugiados.

“Tive a sorte de encontrar as pessoas certas, nas alturas certas, para poder sarar. Neste momento, encontro na universidade o lugar onde me posso reconstruir”, conta, numa entrevista ao jornal Público.

Exemplo de coragem, Sam Izadloo deixou o Irão, sua terra natal, quanto tinha 15 anos por “questões políticas”. “Já não era seguro, não havia um futuro para mim”, relata, explicando que a obrigatoriedade de cumprir serviço militar aos 18 anos lhe limitava os estudos. E os sonhos. “Queria muito estudar medicina”.

Decidiu mudar-se sozinho para a Ucrânia para estudar, porém, o seu percurso foi interrompido pela guerra com a Rússia. Fugiu para o Oeste do país, esteve na Turquia alguns meses até que tentou voltar a território ucraniano para obter os documentos necessários para comprovar os seus estudos.

Nessa altura, teve muita dificuldade em entrar por ter passaporte do Irão, aliado na Rússia no conflito. “Tinha passado a ser uma ameaça no país a que chamava casa”. Também não podia retornar ao Irão. Tentou ir para a Áustria. Voltou a ter problemas por causa da sua nacionalidade, que se repetiram na Alemanha. Até que percebeu que “Portugal estava a aceitar refugiados vindos da Ucrânia”. Voou para o Porto, mas, por não haver vaga no Centro Nacional de Apoio à Integração de Imigrantes, foi alojado numa Pousada da Juventude em Lagos, no Algarve. E ali esteve seis meses sem saber como seria o seu futuro.

Em abril de 2023, já com toda a documentação, partiu para Coimbra para tentar voltar a estudar. Até que soube que a Universidade Católica Portuguesa tinha bolsas para estudantes refugiados. Candidatou-se. “O dia em que fui aceite foi o melhor dia da minha vida. Depois de um ano e meio de incerteza, pude respirar de alívio”, recorda.

Ambicionando especializar-se em Medicina Familiar, Sam Izadloo conseguiu prosseguir a sua formação graças às bolsas de estudo para refugiados, no âmbito do programa de apoio a estudantes em situação de emergência humanitária. Em 2025 foram disponibilizadas 14 bolsas para cursos de licenciatura e de mestrado nos quatro campi da Universidade.

Este é o quarto ano consecutivo em que a Católica promove esta iniciativa que surge no âmbito do esforço nacional de acolhimento e integração dos refugiados e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Nações Unidas (ONU). Recentemente distinguido pela ONU, este programa visa promover a inclusão e a integração de refugiados, fortalecendo o compromisso da universidade com a diversidade e responsabilidade social.

“A jornada para chegar a este ponto foi cheia de obstáculos e tribulações, e estou profundamente grato pelo apoio e orientação inabaláveis que me acompanharam ao longo do caminho”, já tinha assegurado Sam Izadloo num evento da UCP, salientando que a bolsa lhe mudou a vida. “Abriu portas que normalmente não estão ao alcance” de pessoas nas minhas circunstâncias”, assegurou, elogiando a “abordagem inclusiva” da Católica.

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