Cultura, Guerra e Paz em debate na XIV Lisbon Summer School da Católica
“Estamos a falar sobre guerra porque queremos falar sobre paz.” Foi com estas palavras que Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP), resumiu o tema da 14.ª edição da Lisbon Summer School for the Study of Culture.
A relação entre Cultura e Guerra esteve em debate de 24 a 29 de junho na Fundação Calouste Gulbenkian e na UCP, em Lisboa. Organizada pelo Lisbon Consortium da Faculdade de Ciências Humanas, é também a primeira Summer School da aliança de universidades Transform4Europe. O eventou contou com mais de 130 participantes de 24 países de cinco continentes.
Na sessão de abertura, a Reitora referiu a origem do Lisbon Consortium e desta Summer School há 14 anos quando “um grupo de académicos, curadores e gestores culturais decidiu juntar universidades, museus e fundações para criar uma rede de conhecimento focada na promoção de diálogo crítico e intelectual”.
Com o objetivo de “compreender as questões que a nossa sociedade enfrenta”, o evento pretende “promover o diálogo sobre o estado do mundo e o papel que a cultura pode desempenhar para combater as desigualdades e as crises que nos afetam”, explicou Isabel Capeloa Gil.
Sobre o tema desta edição, Nelson Ribeiro, diretor da FCH, afirmou que “infelizmente não é necessário explicar porque é um tópico premente. A guerra tornou-se central nas discussões da atualidade nacional e internacional, com um impacto direto ou indireto em milhões de pessoas, gerando ansiedade sobre o nosso futuro comum”.
Sem esquecer o papel das redes sociais e da inteligência artificial nas guerras, Nelson Ribeiro disse que “os media não são só mediadores de guerras, mas também instrumentos de guerra ou munições da mente”.
A fechar a sessão, Alexandra Lopes, diretora do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (CECC), lembrou a “longa tradição da Summer School na promoção de bons debates, convivialidade e partilha de conhecimento”.
Reafirmou ainda o compromisso do CECC com “a formação em investigação e com a participação numa cultura de diálogo, negociação e inter-relação, uma cultura em que a produção de conhecimento não é necessariamente uma competição, mas antes um espaço propício à discussão, ao desacordo, à participação e à inclusão”.
A Summer School incluiu palestras e masterclasses de oradores como a cineasta Tonya Lewis Lee, a artista Rosângela Rennó e os professores Antonio Monegal e Christiane Solte-Gresser. Além disso, os estudantes de doutoramento e de mestrado puderam apresentar as suas investigações em curso.