Notícias

Magda Ferro: "O Covid-19 e a internacionalização das Universidades"

No início de março de 2020, as Instituições de Ensino Superior (IES) portuguesas, confrontadas com o número crescente de casos COVID-19, tomaram a decisão de encerrar as suas portas físicas. No dia seguinte, a grande maioria destas Instituições abria as suas portas virtuais e disponibilizava aos seus estudantes aulas online, à distância. Através desta solução, os docentes puderam continuar as suas atividades letivas e os estudantes a assistir às aulas sem que nenhum dos grupos colocasse a sua saúde em risco. No caso da Instituição onde trabalho, a implementação do sistema de lecionação online foi um processo suave, pois há já algum tempo que a infraestrutura tecnológica de suporte estava montada.

Simultaneamente, os colaboradores não docentes continuaram a trabalhar remotamente, a partir das suas casas, sem que até ao momento se tenham sentido limitações significativas no que respeita à agilidade e eficiência dos processos. No caso particular do International Office (onde trabalho), a diferença foi realmente pequena. Usualmente, os nossos interlocutores já estão dispersos pelo mundo, a muitos milhares de quilómetros dos nossos gabinetes. Na nossa vida “sem-COVID-19”, ferramentas como o Zoom, Skype, Teams, etc., já faziam parte das nossas rotinas. O COVID-19 pouco mudou a nossa vida no trabalho.

Como se pode observar pelo acima descrito, a digitalização não é um tema novo para as Universidades. Há já vários anos que se assiste a uma tendência de digitalização no que respeita à oferta de formação superior online. Desde 2012 que Universidades como Harvard ou MIT, têm vindo a disponibilizar “Massive Open Online Courses” (MOOC’s), isto é, programas académicos que são oferecidos através da internet. Harvard e MIT chegaram a juntar-se para criar uma empresa (a EDx) especifica para oferta de MOOC’s. Esta empresa foi criada num contexto de mudança significativa no que respeita ao crescimento da adoção social das tecnologias da Internet, especialmente nos países economicamente mais desenvolvidos, mas também em países com economias emergentes, onde a oferta ao nível do ensino superior é insuficiente para dar resposta à procura cada vez maior por parte das populações locais.

Em 2018, de acordo com a publicação “Inside Higher Ed”, o número e a proporção de estudantes de ensino superior que frequentaram aulas on-line cresceu consistentemente em 2017, ao mesmo tempo que se verificava a queda geral no número de estudantes no ensino secundário. Em 2018, um terço de todos os alunos nos EUA frequentava pelo menos um curso on-line.

Entretanto, estamos em 2020. À semelhança dos processos de digitalização, os processos de internacionalização são cada vez mais importantes e transversais nas IES. Curiosamente, digitalização e internacionalização têm-se desenvolvido nestas instituições de forma paralela sem se chegarem a cruzar.

E é neste contexto que chega um vírus que nos obriga a ficar em casa.

Numa primeira abordagem, o COVID-19, ao implicar a imobilidade das pessoas, poderá ser visto como uma enorme ameaça ao processo de Internacionalização das Universidades. Será mesmo assim?

Todos sabemos que os maiores desafios costumam ser também as maiores oportunidades. E, o COVID-19, ao obrigar as Universidades a mudarem provisoriamente a forma como fazem as coisas, como trabalham e como oferecem os seus serviços, constitui-se como uma enorme oportunidade de transformação para as mesmas. Uma transformação digital que se vem anunciando, mas que nunca se concretizou. Provavelmente porque nunca fez falta. E porque há sempre poucos recursos e muitas necessidades. E uma transformação como esta irá obrigar as pessoas que trabalham nas Universidades a saírem das suas zonas de conforto. E por tudo isto, as Universidades foram adiando algo que o COVID-19 veio mostrar ser um imperativo. A epidemia do COVID-19, fruto de um mundo globalizado, exige respostas tecnológicas.

Ler artigo completo aqui.

João Monteiro Pinto: "Covid-19, gestão de risco e o “novo normal”

Os impactos económicos, financeiros e sociais que a atual pandemia está a provocar na economia portuguesa, em especial no tecido empresarial português, vem convocar a atenção dos gestores para a necessidade de desenvolverem e de colocarem em prática estratégias adequadas aos elevados níveis de exposição a riscos. As empresas que já possuam tal instrumento de gestão poderão definir estratégias mais eficazes de mitigação, permitindo assim ultrapassar a atual turbulência mais rapidamente e com menor perda de valor.

Num quadro de elevada incerteza e volatilidade, a gestão de risco assume um papel cada vez mais decisivo para as organizações, devido, por um lado, ao elevado número e complexidade dos fatores de risco a que as suas atividades as expõem e, por outro lado, à oportunidade que a evolução técnica e a inovação tecnológica propiciam, disponibilizando instrumentos capazes de os gerir.

Tal processo passa pela implementação de estratégias de gestão de risco empresarial integradas, que identifiquem, analisem e preparem medidas de gestão e mitigação de riscos com impacto nos objetivos e na atividade da organização. E não se pretende olhar apenas para riscos financeiros, mas também para riscos operacionais, de mercado, tecnológicos e macroeconómicos.

Mas esta estratégia não exige apenas às organizações que identifiquem que riscos enfrentam e quais os que devem gerir de forma ativa, envolve também a aferição dos seus efeitos esperados, e o consequente desenvolvimento de planos de ação integrados nos diferentes componentes que integram os seus planos de negócio: os orçamentos anuais e plurianuais e, no caso das empresas com ações cotadas em bolsa, nos seus relatórios anuais de gestão e contas.

Do ponto de vista financeiro, esta crise vem chamar a atenção para que ‘cumprir os serviços mínimos’ em termos de gestão orçamental, como a elaboração de orçamentos anuais, de orçamentos de tesouraria e de planos de financiamento, pode revelar-se insuficiente, sobretudo em estados mais adversos da economia. Pelo que, a implementação de modelos integrados de gestão de risco, dos mais simples, como a análise de cenários, aos mais desenvolvidos analiticamente, como técnicas de simulação, ou de, para empresas não-financeiras, modelos de ‘cashflow@value-at-risk’, se torna fundamental.

O desenvolvimento, aquando da elaboração do orçamento anual, de cenários alternativos, nomeadamente extremos (stress testing, na gíria anglo-saxónica), permite que em momentos de crise, como os que estamos a viver, se pense estrategicamente, se possa refletir sobre novos modelos operacionais, capazes de criar valor, e não somente na elaboração do próximo orçamento retificativo.

Ler artigo completo aqui.

Conferências em Biotecnologia: Corrida entre veículos elétricos e a hidrogénio: quem vencerá?

Quinta-feira, Novembro 12, 2020 - 19:00 - Quinta-feira, Novembro 12, 2020 - 19:45

Online


A Escola Superior de Biotecnologia, em colaboração com a Associação dos Antigos Alunos, reúne anualmente um leque de palestrantes líderes nas suas áreas de especialidade que oferecem uma oportunidade especial de enriquecer a cultura científica de alunos, docentes e investigadores de todas as áreas de estudo. Este ano, as conferências serão online.

12 de novembro | 19h00 - 19h45 | Online (via Zoom) | Inscrições

Nuno Quental
Gestor de Políticas Energéticas da DG Investigação e Inovação da Comissão Europeia

 

Os veículos elétricos têm vindo a ganhar expressão (as vendas globais subiram de 450 mil em 2015 para 2.1 milhões em 2019) e estima-se que representem metade de todos os veículos vendidos em 2040. Mas poderá uma tecnologia emergente baseada no hidrogénio baralhar estas contas? Ou terá este elemento tão simples aplicações distintas (mas quais?). Nesta conversa podemos explorar ainda a necessidade urgentíssima de reduzir o consumo de combustíveis fósseis e de como tanto veículos elétricos como o hidrogénio podem ser aliados importantes para atingir aquele desígnio.

 


Mais informação sobre o 10.º Ciclo de Conferências em Biotecnologia disponível aqui.

Categorias: Escola Superior de Biotecnologia Centro Regional do Porto Conferências

Ser ou não ser transparente: uma questão que já não se coloca

Enquanto conceito multidimensional e maleável, sem uma definição universal, a transparência pode significar “tudo para todos”, materializando-se de formas muito distintas no vasto universo das Organizações de Economia Social.

A transparência é um conceito cada vez mais presente na realidade das Organizações de Economia Social, em Portugal e no mundo. Com o crescimento em número e visibilidade das Organizações de Economia Social em terras lusas, cresceu também o olhar atento perante as mesmas, tornando insuficiente para a sua legitimação o simples facto de terem uma missão que intitulam de “social”. 

Ler o artigo completo de Filipe Barros Pinto, docente na Católica Porto Business School e Isadora Freitas, investigadora na Universidade Católica Portuguesa no Porto aqui.

Nota: Este artigo faz parte da versão exclusiva para assinantes do Público.

Católica incentiva escolas a realizar aulas na Natureza

A aprendizagem fora da sala de aula e em pleno contacto com a Natureza é uma metodologia em crescimento nas escolas, a nível mundial, e à qual se reconhecem benefícios para o desenvolvimento físico, psicológico e social das crianças e dos jovens.

Com origem na Dinamarca e na Suécia, nos anos 50, a chamada "Educação na Natureza" - que tem práticas e princípios próprios - abrange atualmente milhares de crianças espalhadas por todo o mundo. Em Portugal, os primeiros passos neste sentido começaram a ser dados em 2017, com o surgimento de projetos baseados no modelo pedagógico da Forest School.

Com o objetivo de impulsionar a adoção desta metodologia de ensino em Portugal, surgiu o projeto "A Natureza é a melhor Sala de Aula" (NSA) - uma iniciativa promovida pelo Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto (CRE.Porto), uma rede composta por entidades públicas e privadas, coordenada pela Área Metropolitana do Porto e pela Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

O projeto NSA, que arrancou em 2018/2019 e encontra-se atualmente na sua terceira edição, tem desafiado os docentes de vários contextos educativos a levar os alunos, desde os que frequentam o ensino pré-escolar até ao secundário, para fora das salas de aula e a procurar na Natureza novas formas de ensino/aprendizagem.

Ler artigo completo aqui.

Pandemia provocou desespero entre idosos e agravou saúde mental

O isolamento imposto aos idosos que vivem em lares, por causa da pandemia de covid-19, agravou a saúde mental, trouxe mais solidão, depressão, tristeza, e alguns casos de desespero, que a vacinação tem vindo a contrariar. Segundo o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), que representa cerca de 900 lares, a vacinação teve logo um "impacto muito positivo" entre estas pessoas porque, apesar de a vacinação não significar o fim do vírus, permitiu "algumas saídas" e isso "alivia a situação".

De acordo com Lino Maia, a vacinação foi um balão de oxigénio, já que com "o controlo de surtos, as pessoas já podiam sair dos quartos". "Fui a alguns lares nos dias com surto e depois quando foi declarado extinto e quando antes não se via vivalma, porque as pessoas estavam encerradas nos quartos, no dia em que se abriram as portas dos quartos para as pessoas poderem sair, era quase um rebentar da primavera, um outro ânimo que se notava nas pessoas", descreveu.

Em Portugal existem cerca de 3.500 lares, entre lucrativos, setor social e não legalizados, onde vivem aproximadamente 80 mil idosos, uma população "bastante frágil" que foi particularmente afetada pelos efeitos da covid-19, privada de liberdade e de contactos com a família. A primeira coisa que Rosa Ramalho, com 80 anos e a viver no lar da Santa Casa da Misericórdia de Mora, fez assim que foi vacinada foi tirar a máscara da cara e, admite, "isso foi um alívio". Para trás ficou um período "um bocadinho difícil", em que não via os filhos nem as netas e em que estava obrigada a viver à distância dos beijos e abraços que a amiga Margarida lhe queria dar e aos quais respondia com um "agora é com o cotovelo". 

"Tive conhecimento de situações de pessoas que se atiraram da janela abaixo porque já não aguentavam com essa situação de solidão, de confinamento, sem visitas, apesar de todo o esforço que foi feito pelas instituições", contou Lino Maia. O responsável lembrou que nas instituições onde se registavam surtos, "durante um mês as pessoas não podiam sair dos quartos". "Além de não terem visitas, também não podiam sair do quarto, estavam ali confinadas no seu quarto. Isto fragiliza, a situação agravou-se", relatou Lino Maia. O presidente da CNIS lembrou, por outro lado, que o aumento da esperança de vida não tem sido acompanhado do aumento da qualidade de vida e que as pessoas quando chegam ao lar têm já uma idade muita avançada, a saúde afetada e não raramente problemas de saúde mental.

"A saúde mental tem sido parente pobre da saúde neste país, na há respostas suficientes, mas de facto a situação agravou-se, isso é inquestionável", disse Lino Maia. O responsável admitiu que a pandemia teve consequências a dois níveis: por um lado, agravando os problemas de saúde mental e, por outro, evidenciando entre as pessoas que não tinham até então nenhuma patologia diagnosticada.

Um estudo da CNIS, desenvolvido pela Universidade Católica, revelou que os idosos foram o grupo mais afetado entre os utentes das instituições, afetados pelas consequências do isolamento, desde a solidão, perdas relacionais e de sociabilização, desgaste, stress e ansiedade, tristeza ou medo.

Ler artigo completo aqui.